Epílogo

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— Mais rápido! Anda! — Ela gritou, correndo o mais rápido que suas pernas cansadas conseguiam

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— Mais rápido! Anda! — Ela gritou, correndo o mais rápido que suas pernas cansadas conseguiam.

Ele vinha logo atrás, rindo feito louco. Não parecia se importar com os tiros direcionados a eles, como se fossem fogos de artifício estourando seus tímpanos.

Mais alguns minutos correndo pelos becos de Los Angeles, ziguezagueando pelas ruas escuras e eles despistaram os atiradores. Não demorou muito para encontrarem o resto de sua gangue.

— Isso foi demais! — Gritou Brian, dando um soquinho no ar com seu primo, Ben, que ainda ria pela adrenalina.

— A gente quase morreu! — Lilian ofegou, se apoiando em seus joelhos para recuperar o fôlego, fuzilando seu irmão mais velho.

— Relaxa, maninha, eles nunca pegariam a gente. — Ben esticou a mão e bagunçou o cabelo tingido de azul da garota, rindo quando recebeu um soco como resposta.

Brian olhou para sua irmã, Helena, que parecia uma leoa prestes a dar o bote. E a presa era ele. Ele não gostava o quanto ela se parecia com sua mãe nessas horas.

— Calma lá, vamos manter a calma. — Levantou as mãos, dando passos pra trás, na defensiva.

Jack, Nina e Riley apenas olhavam seus primos, preocupados demais com o que seus pais achariam de suas pequenas aventuras para se importar com as briguinhas que estavam acontecendo.

— Estamos bem, vamos relaxar. — Riley tocou o ombro de Helena. A mais nova a olhou e suspirou, recuperando o controle de seu gênio nervoso.

— Mamãe vai nos matar — Lilian resmungou, sabendo que nunca mais veria sua moto de novo pelo resto de sua vida. Maldito castigo, ela pensou.

Eles caminharam pra casa, encontrando seus amigos pelo caminho. Ben sorriu quando viu a linda Olívia se juntar a eles, assim como Brian, que tinha seus olhos em Mary, uma de suas vizinhas. Óbvio, nenhum deles admitiam um para o outro o que sentiam, mas os sentimentos ainda estavam ali.

Quando chegaram na sua rua, cada um foi pra sua casa. Lilian e Ben voaram para o quarto antes que seus pais notassem que eles não estavam na cama.

Quando acordaram, Charlotte e Deckard os esperavam na sala, ambos de braços cruzados e sérios. Os dois irmãos engoliram seco, sabendo o que viria.

— Foi tudo culpa do Ben, a ideia foi dele. — Foi a primeira coisa que Lilian disse ao se sentar no sofá, fazendo sua melhor expressão de cachorro sem dono para o seu pai, na esperança de amenizar o castigo.

— A gente só estava se divertindo — Ben deu de ombros, como se não fosse nada demais.

— Então, é divertido invadir uma corrida clandestina? — Charlotte estreitou os olhos para o filho. Os anos não a mudaram, mas a fizeram perceber o quanto seus filhos podiam ser parecidos com ela em certos momentos. Principalmente quando era para arriscar a própria vida.

— A gente ganhou. O carinha que não gostou. — Ben sorriu, sentindo orgulho de si mesmo.

Discretamente, Deckard deu um sorrisinho mínimo, piscando para o filho. Ben tentou não rir.

— Sabem que estão de castigo, não sabem? — Perguntou Deckard, forçando a voz para esconder sua diversão. Não que ele não estivesse preocupado com os filhos, mas ele havia treinado eles bem o suficiente para que aquela situação fosse inofensiva.

— Posso me despedir da minha baby? — Lilian choramingou e Charlotte segurou o riso. Ela estava no papel de mãe brava no momento, não podia dar brecha.

— Não, não pode. Agora vão se arrumar, vocês tem escola. — Ela saiu da sala, indo pra cozinha.

— Mandaram bem — Deckard bateu o punho com o filho mais velho e os três riram.

— Eu ouvi isso, Deckard Shaw! — Charlotte gritou da cozinha.

— Eu tava terminando de dar bronca neles, love! Fazendo meu papel de pai! — Ele gritou de volta, sorrindo ao ouvir a gargalhada de sua esposa.

A vida deles era calma. Havia conquistado a paz que tanto almejavam. Criar seus filhos como pessoas normais era tudo o que eles queriam, e conseguiram.

Claro, tinham seus momentos conturbados, mas nada que não pudessem resolver.

Deckard e Charlotte se casaram alguns meses depois do pedido, viajando pelo mundo na lua de mel com seu filho, ensinando culturas e linguagens do mundo inteiro para ele. Alguns meses depois, Lilian nasceu e eles viraram a família perfeita do comercial de TV. Era difícil, às vezes, eles tinham que admitir, criar duas crianças que vieram de pais com gênios fortes não era fácil, principalmente quando Ben era suspenso da escola por brigar. Mas sempre deram um jeito.

Dominic e Letty criaram sua família e decidiram ter um filho. Quando Helena nasceu, Dominic havia jurado que a colocaria em um convento para ficar longe dos garotos da vizinhança, mas Letty o colocou juízo. Eles estavam tentando ter mais um, mas Letty dizia que ter dois filhos já era dor de cabeça demais pra tentar ter um terceiro.

Mia e Brian decidiram parar no terceiro filho quando perceberam que Riley havia nascido para fazer eles pagarem por todos os seus pecados. A garota tinha o apelido de anti cristo e não era atoa, mas ela tinha seus momentos de lucidez, às vezes, quando não estava brigando ou em alguma festa.

Apesar dos problemas, eles eram felizes. Mais felizes do que já havia sido um dia.

Nada podia estragar a felicidade deles. E eles não podiam estar mais enganados sobre isso.

O mal sempre vive a espreita. O mundo esmaga qualquer felicidade que ele encontra. Os Toretto-Shaw não são a exceção, mas são aqueles que são capazes de deixar o mundo queimar para proteger os que amam.

E o mundo irá queimar.

De sangue - Deckard Shaw (Livro Dois)Onde histórias criam vida. Descubra agora