School Bus Graveyard One-Shots

Segredo de Armeiro - Logan

Era um dia bonito do lado de fora quando Logan e seus avós estavam em um museu, sugestão dos mais velhos, que decidiram que seria uma boa forma de passarem mais tempo juntos, já que ultimamente Logan está passando bastante tempo com seus amigos. Não que achem ruim, mas acham que é bom um tempo em família de vez em quando.

O museu era separado por alas, como históricas e artísticas, as paredes em um tom de cinza claro e chão de mármore com um grade tapete vermelho passando por todo ele, como uma passarela guiando até a próxima obra.

Eles passavam pela área que mostrava itens recuperados de campos de batalha antigos, guerras que aconteceram a tempos atrás. Ia desde uniformes de soldados até alguns exemplos de armas, e foi aí que perceberam que Logam parecia bem interessado por elas.

O avô de Logan, James, se aproximou do neto com curiosidade, a bengala batendo no chão ecoando a cada passo.
— Oque está vendo aí, filho?

Meio surpreso pela voz repentina falando com ele, ele se virou com um sorriso meigo e tímido enquanto concordava com a cabeça, as mãos juntas acima da barriga. — Bem... Eu estava dando uma olhada nas armas na verdade. — Ele encarou a metralhadora a frente dele com o olhar atento. — É uma metralhadora toca-discos! Tem esse nome por causa de seu formato que lembra violas antigas e uma taxa de disparo de 500 a 600 tiros por minuto! — Seus olhos brilhavam levemente enquanto falava da área de interesse sem filtro. — Ela foi criada pelos soviéticos em 1927, mas é usada em conflitos até hoje, oque é uma pena, mas fascinante.

Logan nem notou o avô o olhando um tanto chocado, ele procurou alguma etiqueta que falasse isso na caixa de vidro aonde a arma estava, mas esse só ficava do lado oposto aonde eles estavam e não teria como Logan ler dali, oque deixou o homem intrigado.

— Você parece saber bastante de armas, não é Logan? — Sua voz grossa era carregada pela idade.

Logan travou por um momento, se perguntando se o rumo dessa conversa iria até como ele sabe sobre isso, e teria que inventar uma desculpa, porque não era uma opção dizer "Eu fico preso em uma dimensão fantasma toda noite e lá eu uso armas pra atirar em coisas!".

— Talvez ele pretenda entrar no exército no futuro que nem o avô? — A avó de Logan, Mary, disse com um tom de orgulho enquanto olhava pro marido e neto, entrando na conversa também.

— Nosso Logan no exército? Estamos falando da mesma pessoa? — James recebeu um olhar perfurante da esposa por isso, que a olhou devolta sem entender o porque disso, Logan estava no meio dos dois como uma parede separando dois elementos opostos.

— Logan querido, qual sua favorita? — A mulher questionou desistindo de ameaçar o outro com o olhar.

— Fuzil de Precisão. — Logan respondeu quase que imediatamente, mexendo levemente nos óculos de forma tímida.

— Bem, isso é irônico — James disse, oque arrancou uma risada de Logan, era realmente irônico ele usar uma sniper quando se usa óculos, ele realmente não enxerga praticamente nada sem eles, mas ei, funcionou até agora, não foi?

— Aonde você aprendeu sobre isso tudo? Na Internet como vocês dizem? — Mary perguntou, por mais que não fosse chegada em tecnologias, sabia que hoje em dia tinha de tudo na Internet.

Logan parou por alguns segundos refletindo, se lembrando de como foi quando escolheu a arma, em uma das primeiras noites na dimensão fantasma, só porque ela parecia a opção que mais o manteria vivo caso precisasse matar um fantasma, a reação dos outros vendo o cego do grupo pegando uma sniper (eles ainda fazem piada com isso), ele descobrindo ter uma mira estranhamente boa e começando a se interessar por armas. As memórias vinham em sua cabeça com uma espécie de nostalgia enquanto ele lentamente virou pra vó com um sorriso simpático e respondeu.
— Isso mesmo!

.

.

.

.

.

Era hora do almoço do dia seguinte, o grupo estava sentado em uma das mesas do refeitório, estavam todos em um silêncio confortável enquanto comiam (oque era algo extremamente raro), quando Logan quebrou o silêncio enquanto olhava pro teto despretensioso.

— ...Eu acho que eu quero entrar pro exército

E assim ele deixou todos os amigos dele em completo choque com apenas uma frase, rindo enquanto via seus rostos incrédulos e perguntas surpresas.