Capítulo 15

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Senti uma onda de calor subir pelo meu corpo, uma raiva inexplicável que me consumia, e eu não fazia ideia do porquê. E então, sem nem perceber, um grito escapou da minha garganta, logo após ela sair do recinto.

— Ei! — Minha voz ecoou, alta e clara, e todos ao redor pularam de susto. Meu coração batia forte, e eu me perguntava, o que está acontecendo comigo?

— Alex, o que houve? — Mike questionou, preocupado, após meu grito repentino.

— É... Vamos voltar para a escola, já está anoitecendo — falei enquanto me levantava da cadeira — Vamos.

Todos se ergueram, e Leoric pegou seu cetro e criou um portal até a escola, deixando os sorvetes e os milkshakes sem pagar. Cada um seguiu para o seu dormitório. A única coisa que eu precisava agora era dormir e relaxar minha cabeça. Mas antes de me deitar completamente, Leoric gritou meu nome e o de Mike.

— Alex e Mike! Venham cá, agora. Vocês precisam ver isso. — disse Leoric, segurando seu notebook.

— O que foi, Leoric? — me aproximei dele, e ele mostrou um vídeo de uma reportagem, despausando-o.

No vídeo, dizia que os Born Killers haviam chegado a Nova York. Eles encontraram pichações feitas com sangue, com a assinatura deles nas paredes. Isso me surpreendeu e fez minha mente imaginar muitas coisas. O que eles vieram fazer aqui? Será que querem terminar o que começaram com Mike?

— Será que estão atrás de você, Mike? — olhei para Mike, que se aproximou mais.

— Acho que não. Se fosse por isso, eu nem estaria aqui mais. Acredito que eles estão aqui por outro motivo. — ele disse, enquanto observava a tela do notebook.

De repente, senti algo passar por mim, cortando meu pescoço com uma ferocidade gélida. O mundo girou, e eu me virei, vislumbrando um dos integrantes dos Born Killers. Maxwell, o metamorfo de cabelos ruivos e escuros, segurava a coroa de Sherry, brincando com ela como se fosse um troféu. Eu o odiava mais do que qualquer outro membro da gangue.

Com a mão pressionando o ferimento em meu pescoço, levantei-me. A raiva pulsava em minhas veias.

— Seu filho da puta! — rosnei, agarrando uma das minhas adagas e arremessando-a em sua direção. As lâminas se multiplicaram no ar, mas antes que pudessem atingi-lo, Maxwell desapareceu, levando consigo a coroa.

— Droga! — gritei, socando a parede com força, criando um buraco e ferindo minha mão. Eu deveria ter previsto isso. Maldita seja minha falta de vigilância.

A tensão no esconderijo era palpável. Leoric, com os olhos estreitos, puxou Mike para um canto escuro e examinou seu pescoço com dedos trêmulos.

— Merda. — ele murmurou. — Eles colocaram um feitiço localizador nele.

Minha paciência se esgotava rapidamente. Encarei Mike com fúria.

— Como você não percebeu isso, Mike? — gritei. — Por que não nos contou antes? E por que diabos eles querem a coroa?

Mike respirou fundo, tentando manter a calma.

— O mesmo motivo que nós. — respondeu ele.

— Se você sabia, por que não nos alertou? — minha voz subiu uma oitava.

— Alex, se acalma. Vamos recuperar a coroa, custe o que custar. — Mike tentou me tranquilizar, suas palavras saindo como um sussurro urgente.

Mas a realidade era brutal. A gangue dos Born Killers era implacável, e da última vez que nos enfrentamos, quase perdemos tudo.

Contos de Etherium Vol I : Asas do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora