Alea estava imersa em si, com o seu espectro elevado, buscando entendimento diante da experiência, visando entender a interseção do seu próprio processo.
— Entendo que não sou a mesma. Entendo que um simples humano me mudou. Não foi como da primeira vez, Universo.
— É que algumas chaves viram onde menos se espera.
Recarregava suas energias no seu ciclo de oração e conforto espiritual. Começava a questionar em que momento os homens e os deuses se distanciaram por proteção ao processo evolutivo de ambos. Como tal pensamento correlacionava com a evolução de Jimin que em tantas vidas foi quebrado por um amor correspondido?
A dubiedade do sentimento em um complexo composto humano fazia a deusa mergulhar mais profundamente em si.
O Universo visitou a essência de Alea que estava inclinada a permanecer em sua imersão. E como estavam lidando com a capacidade do ser humano afetar os deuses, nada mais justo que utilizar a própria fala humana como exemplo.
"Não se sonha unicamente com a nossa própria alma*" Foi tudo que deixou em sua áurea e ela sorriu em gratidão.
Alea não questionava a cosmologia, cosmogonia ou a mitologia comparada, mas entendia que o homem tem a necessidade de encontrar a origem, o seu princípio, trazia consigo as características pensantes para si.
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Yoongi também não questionava a gênese do mundo ou a ciência do cosmos, pouco se importava se o Universo surgiu do nada ou de alguma matéria primordial.
Por tantos séculos, tantas explicações se firmavam sobre a criação do próprio mundo: Flutuação Quântica do Vácuo, Big Bang, Khepri, Teologia, Apsu e Tiamat, Hino de Purusha ou Mito Chinês. Para ele era o bastante saber que existia e que as pessoas com que se importavam também existiam e sua missão era basicamente viver com tranquilidade e da melhor forma possível.
Park era para si uma espécie de irmão mais novo, primos maternais, mas uma ligação genuína que ultrapassa qualquer barreira. Jungkook era sua amizade fraternal. Taehyung o lembrava que ele tinha um músculo que correspondia à visão do ser mais belo que pôde tocar.
Nem Alea chegaria aos pés da beleza arrebatadora daquele príncipe. Isso tudo poderia ser sobre atualidade, mas isso tudo é sobre a cidade de Themis, há séculos atrás.
Alea assistia com detalhes quando Yoongi, sob as bênçãos da Trindade Aglaia enfrentou com ousadia o trono de um Príncipe para tê-lo ao seu lado, partindo de um ponto da terra para outro onde a vergonha da monarquia Kim não fosse perceptível por ter seu descendente vivendo uma história de amor clichê e impura.
Sua família inteira estava resumida a Jimin e vice-versa, enfrentaram tempestades e colheram frutos saudáveis, tudo isso juntos. Jimin rejeitava a amizade de Jungkook, não o queria por perto, mas não gostava quando alguém o cortejava. Era estranho o modo como se sentia diante do homem que estava sempre muito próximo do seu primo.
Foi Taehyung que mostrou a Park tudo que se ganha quando abre mão costumeiro.
— Você fala como se fosse o dono da razão meu nobre sangue azul que agora descasca batatas.
Jimin respondia a Taehyung que o ajudava a preparar uns tubérculos numa cozinha sem nenhum luxo onde o alimento seria degustado. O mais velho queria sempre provar sua utilidade e se esforçava para executar as demandas do dia.
— Acha que eu não trocaria novamente a pura seda dourada do trono cravejado para viver com o Yoongi?
— É para responder mesmo?
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Alea
FanfictionSe estivesse diante de uma divindade capaz de realizar qualquer desejo, o que pediria? Alea, a deusa do Jogo da Vida te convida a conhecer eras, tempos e divindades mitológicas através da experiência de Park Jimin e seus amores reais. Os dados surg...