Prólogo

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O calor de corpos me envolvendo deixava o ar quente como o inferno, a multidão dançava de acordo com as batidas da música

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O calor de corpos me envolvendo deixava o ar quente como o inferno, a multidão dançava de acordo com as batidas da música. Joguei a cabeça para trás deixando o toque da música me possuir, minha mente cheia precisava ser aliviada, e nada que uma noite com bebidas e sexo pudesse me fazer lembrar das responsabilidades lá fora. Foda-se, ninguém nasce nesse mundo para outras pessoas te fazer como capacho, nasci em berço de ouro mas viver assim é além da minha cota de paciência. Meu pai não entendia que eu queria viver a vida, curtir a liberdade e não ficar ao seu lado vivendo como um robô. Robô. Ele só vivia para o trabalho e esquecia que tinha um filho em casa, aliás, sempre fora assim quando minha mãe faleceu. Ele esqueceu que seu filho "rebelde" o esperava em casa todos os santos dias.

Quando Will me convidou para a festa na boate, não pensei duas vezes e vim explorar a sensação deliciosa de dançar e curtir sem ter seguranças em torno de mim. Fugir não é sempre uma alternativa minha, foi difícil despistar aqueles idiotas, e obviamente eles devem estar surtando em minha procura. Argh! Eu necessitava de diversão nesta noite, e é o que vou fazer.

Sai da pista de dança voltando para o bar, minha roupa brilhante destacava em minha pele, a maquiagem glitterosa deixava ainda mais sexy e todos os alfas me olhavam desejando um pedaço de mim. Claro que não seria um pedaço de bife, ainda me restava um pouco de valor. Pedi ao barman um copo Cosmopolitan que logo me entregou com uma piscadela fofa.

"Sozinho?" Ouvi uma voz grossa e um homem sentava na cadeira vazia ao meu lado. Bonito. Seus olhos verdes me olhavam famintos quando lambi com a ponta da língua a borda do corpo, dei um sorriso quando vi seu pomar de Adão descendo. "Que gatinho sapeca."

"Miau." Levantei minhas mãos arranhando seu peito com as unhas, ele riu dolorosamente. Mordeu os lábios confuso.

"Outro copo de Cosmopolitan, por favor." Pediu ao barman. Seus olhos caíram sobre meu decote, minha camisa estava com um botão aberto mostrando a pele de meu peito. "Como você se chama?"

"Jonhson." Claro que eu menti, não diria minha identidade para todos saberem que eu era filho de Fin Saengtham, ex capitão da Seals que agora concorria uma nova posição no partido político.

"Prazer, sou Abner." Lancei um dos meus sorrisos perfurados, o sorriso que muitos se derretiam. "Então, você está sozinho?"

"Unf. Sim. Relaxando."

Abner e eu conversamos mas sobre algumas coisas, nada pessoal. Em todo momento joguei meu charme ao homem que nenhum momento dava algum passo para trás.

Quando pude ver, estava aos beijos com Abner em um quarto escuro, meu corpo estava mole e quente. Foi então que a ficha caiu e percebi na toca do lobo, Pete Saengtham se encontrava. A noite foi perfeita, o sexo maravilhoso deixou marcas registradas em minha pele, e Abner não se encontrava em meu lado.

Desci pelo elevador do hotel juntando meu celular da bolsa. Muitas ligações de Fin e de Debi, revirei os olhos ignorando a falsa preocupação dos dois. Dei uma última olhada para o hotel com uma sensação estranha no peito, parecia que aquilo não foi certo ter feito.

E não foi mesmo.

🚜🐖👨🏼‍🌾🐄

Acordei com os lençóis sendo puxado de cima, gemi com a ação babaca de meu pai.

"Pai! Estou nu." Reclamei.

"Não se preocupe, todo mundo já viu o que você tem em baixo das suas roupas." A voz de Fin foi agorrante e firme. Não entendi suas palavras cruas, do que ele estava falando?

"Por que me acordou assim?"

Meu pai jogou algo em mim, e pude ver que se tratava de uma revista.

"Merda." Disse saltando da cama ainda nu. Ignorei meu pai parado de costas. "Porra, quem foi o idiota que fez isso?"

"Pete, arrume suas coisas antes do almoço, seu voo sairá às doze." Arregalei os olhos. Papai saiu do quarto sem dizer nada.

Porra, o que eu fiz?

Pensei jogando a revista na cama. Lá tinha várias fotos minhas nuas sobre a cama king size que passei com aquele alfa dias atrás, completamente nu e rindo. Fotos que deixou a imagem de meu pai no chão. Pelo menos minha bunda estava bonita nas imagens, hm, o cabelo de lado dando um detalhe mais charmoso. Balancei a cabeça, sem acreditar que Abner era um fotógrafo a ponto de fingir e me seduzir para conseguir o que quer.

Tomei um banho gelado indo ao encontro de Fin, não iria fazer mala nenhuma, pouco me importava com sua imagem estúpida.

"Pete, estar pronto? Irei pedir para Karen levá-lo ao aeroporto." Meu pai disse sem levantar a porra do seu olhar em mim. Odiava essa sua pose de homem frio que não via as coisas ao seu redor.

"Para onde eu vou dessa vez?" Cruzei os braços, era normal meu pai me enviar para algum lugar e fingir que nada aconteceu para amenizar os meus problemas causados. Fin tinha uma imagem importante para zelar.

"Backover, desta vez você irá morar por um tempo."

"Morar? Pai!" Quase estourei os seus tímpanos quando gritei. "Que diabos é Backover? O que o senhor planeja dessa vez? Se livrar do seu próprio filho? Essa é sua solução?" Falei sem deixar meu choro a possuir.

"Pete, já chega. Estou cansado das suas merdas em todo final de semana. Você já é um adulto e precisa aprender a se comportar. Olhe para isso, milhares de comentários sobre o filho do Deputado em fotos de uma revista sexual. Isso é demais, Pete. Você é um adulto e não uma adolescente aborrecido. Cresça dessa vez."

Eu não era um adolescente aborrecido, só odiava ter minha liberdade sendo privada. Com meus dezenove anos meu pai nunca parou para entender minhas necessidades, ou ver que eu não era um problema e sim ele. Mas isso é outra conversa.

"O senhor não pode me enviar para um lugar desconhecido, eu nunca sai sozinho de Alphaville."

"Aprenda, você é adulto para resolver seus problemas. Aqui está seu passaporte e a passagem, pedi a um amigo para você ficar na casa dele até a sua situação abaixar. Por favor, Pete. Se comporte."

Eu não acreditava que ele estava me mandando para um cidade desconhecida, desfavorecida de PIB e agora viver com alguém desconhecido. Minha cabeça girou, preciso de um copo da d'água.

"Vegas é um antigo amigo meu do exército, pedi ajuda a ele para esconder você dos holofotes, filho, você precisa ir por apenas um tempo."

"Tudo bem."

Papai não sorriu, apenas me olhou concordando. Virou as costas me deixando sem nenhuma chance de dizer que eu preferia ficar em casa trancado no quarto o quanto pudesse.

Em que parte meu cérebro não entendia que eu não deveria me meter em problemas?

Sr. Indomável Onde histórias criam vida. Descubra agora