Cap. 04

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- No que estava pensando? - Minho pergunta olhando pra Newt.

- Não sei, - Newt fala. - Minhas pernas só agiram.

- Acabou de se matar. - Minho lhe fala.

Minho jamais admitiria que estava assim, pois ele não queria mais perder alguém.

Sofie estava calada, em algum momento dentro da sua cabeça, ela sabia que chamou por ele, antes da porta se fechar e agora que ele estava ali, estava quase em pânico.

Newt poderia morrer, assim como Minho.

- Ninguém aqui vai morrer, - Sofie fala decidida. - Olha, não sou do tipo que é tão otimista, principalmente irrealista sobre a situação em que a gente está, mas vamos somente tentar não morrer, okay?

- Certo. - Newt fala, a olhando.

- Como Newt é mais forte que eu - Sofie diz, se esticando. - Fica aqui com Minho, que eu vou procurar algo que seja útil.

- Nem pensar, - Newt diz, preocupado. - Não vai sozinha.

- É o melhor que podemos fazer agora, - Sofie lhe diz. - Confie em mim.

E Newt confiava.

Ele apenas concordou com a cabeça e ela se virou, não sem antes sorrir pra Minho.

O silêncio caiu logo depois.

Minho olha pra Newt.

- Muito sútil, - Minho diz sorrindo. - Quase nem dá pra perceber.

- O que? - Minho pergunta.

- O fato que entrou em um labirinto da morte por ela. - Minho fala. - Gosta dela?

- Conheci ela ontem, como posso gostar dela? - Newt fala.

Era mentira, No fundo da sua alma, Newt sabia que estava mentindo.

- Você acha que a conheceu ontem, - Minho diz o olhando. - Ninguém aqui se lembra de antes.

Newt não responde.

- Não importa. - Newt fala. - Ela parece que gosta mais de você, do que de mim.

Minho ergue uma sobrancelha.

Não tinha razão nenhuma pra Newt pensar naquilo. Newt estava vermelho, a mão no rosto e o olhar longe.

Ciúmes.

Newt estava fervendo de ciúmes.

Minho riu assim que percebeu.

- Não seja idiota, - Minho lhe fala. - Não tem motivo nenhum pra você achar isso.

Newt resmunga, mas não responde.

Um barulho foi ouvido pelos dois. Newt olhou atento para onde vinha o barulho e Minho se encostou na parede atras de si.

Mas o silêncio logo depois deu arrepio nos dois.

Newt olhava ao redor, não vendo nada, somente a escuridão.

Minho nem se quer notou o que estava acima de sua cabeça, descendo devagar pela parede.

"crack" - Minho ouviu em cima de si.

Minho fechou os olhos com força.

- Puta que pariu. - Ele fala.

Newt se vira e olha pra cima de Minho, os olhos arregalados.

- Em cima de mim, não é? - Minho pergunta ainda de olhos fechados.

Newt não conseguiu responder.

Aquilo era enorme e os dois sabiam que não teriam chances.

E sabiam que o verdugo ali também sabia disso, pois ele descia lentamente, sem se preocupar se os dois correriam ou não.

Newt passa o braço de Minho por seus ombros e o puxa.

O verdugo então se move para o chão, ficando em frente aos dois.

- Corre Newt. - Minho manda. - Não vai conseguir fugir comigo.

- Não vou sem você. - Newt fala.

"Dois idiotas" - Minho pensa, sobre Sofie e Newt.

Jamais admitiria que aquilo, Minho jamais poderia devolver.

Os dois estavam prontos para morrer por Minho.

Newt se joga pro chão com Minho, quando o Verdugo esticou sua longa pata pra cima deles.

O Verdugo esticou as duas patas da frente e prendeu os dois, e levantou a terceira pata, para acertar Minho.

Newt não conseguiu nem se quer gritar.

Tudo parecia em câmera lenta.

Quando a terceira pata estava vindo em direção aos dois, Newt ouviu alguém gritar.

A terceira pata voou longe.

Sofie apareceu com algo parecendo um facão longo e ela tinha arrancado fora a terceira pata.

Newt se levantou e levantou Minho.

Os dois estavam incrédulos demais para falar alguma coisa.

- Aqui. - Sofie fala, chamando a atenção do Verdugo.

Verdugo se virou para ela, parecendo incrivelmente irritado.

Ela correu, batendo o facão contra a parede enquanto isso.

O verdugo a seguiu, sem nem prestar a atenção nos dois garotos.

Sofie correu com toda a força que tinha.

Ela tentava arquitetar um plano dentro da sua cabeça, e nenhuma delas era voltar para perto de Newt ou Minho, pois não queria eles em perigo.

Ela mudava de rumo cada vez que podia, mas o verdugo estava muito próximo dela.

- É isso. - Ela diz, quando ouve um barulho.

O labirinto estava mudando, mais uma vez.

Ela virou em uma curva, e ao longe, viu duas paredes querendo fechar.

- Vai dar tempo, vai dar tempo. - Ela diz pra si mesmo enquanto corria.

Ela bateu com o facão mais uma vez na parede, fazendo o Verdugo fazer um barulho estridente.

Ela entrou na fresta da parede que se fechava, o verdugo atras dela.

Ela teve que correr de lado, e num salto, ela saiu da parede que se fechavam, esmagando o verdugo atras de si.

Ela parou, tentando puxar o ar pro pulmão.

Sentia suas pernas arderem de tanto correr, seu pulmão queimar por ar, sua garganta arranhar em sede.

Seu peito subia e descia, a adrenalina finalmente deixando suas veias.

- Consegui. - Ela sussurra.

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