Cap. 20

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O silencio era quebrado pelo barulho da madeira queimando.

Eles estavam ao redor de uma fogueira, descansando, no meio do deserto.

- Achei que fossemos imunes. - Newt fala baixo.

- Pelo visto, nem todos. - Sofie responde, a voz meio rouca.

Aris olhou de relance para Sofie.

Ela não chorava mais, mas o rosto dela estava estranho, quase como se nesse um dia, ela tivesse envelhecido um ano.

- Eu também.. - Ela fala baixo, todos olhando pra ela. - Prometam que não vão me deixar virar um daquilo.

- Não fale bobagens. - Thomas pede.

- É sério Tom. - Sofie responde. - Por favor..

- Ta bom. - Minho que responde. - É o mesmo pra mim.

Sofie sorriu pra Minho, eles sabiam, a morte era melhor do que perder o controle de si mesmo.

Ninguém disse mais nada, acabando todos pegando no sono.

Estavam tão cansados, que nem ouviram que uma tempestade se aproximava.

Thomas acordou, mas não foi pelo barulho dos trovões.

Foi por que sentia frio, ao abrir um pouco os olhos, ao longe, viu uma luz.
Ele piscou algumas vezes, achando que poderia estar sonhando, mas as luzes continuavam lá.

Ele se levantou rápido, totalmente desperto agora.

- Levanta. - Ele fala alto pra Caçarola que tava mais perto.

Sofie acordou com a voz de Thomas, piscando algumas vezes.

- Que foi? - Sofie pergunta.

- Aquilo. - Thomas aponta.

Sofie olhou para onde Thomas apontou, ela viu as luzes.

- Minho, Newt, - Ela os chamam. - Acordem, agora.

Foi imediato, os dois acordaram.

Teresa acordou com a voz de Sofie também.
Mas eles não tiveram tempo pra pensar, atrás deles um barulho muito alto se fez, Sofie olhando pra trás.
Um raio foi direto ao chão ao longe.
Uma tempestade feia estava muito próxima deles.

- Merda.. - Ela disse, pegando sua mochila do chão. - CORRAM.

Sofie puxou Newt que estava mais próximo, todos seguindo ela.

Sofie por um momento pensou que ela não queria mais correr.
Desde o dia que acordou na clareira, a coisa que ela mais fazia, era correr.

Os raios estavam mais perto, tocando os solos ao redor deles, que as vezes tinham que se esquivar, fazendo Sofie se afastar de Newt.

As luzes estavam mais próximos, Sofie percebendo que era um galpão.

Eles estavam mais perto, quase chegando ao galpão.

Quando Sofie viu Minho, o raio caiu tão perto dele, que ele voou.

- MINHO. - Sofie grita em desespero.

Ela correu em direção à ele, que estava desacordado.

- Minho, Minho.. - Ela o chamou.

Ela sabia que não tinha tempo, passou o braço dele por seu ombro e o levantou, Thomas chegou para ficar do outro lado, ajudando ela a carregar.

Caçarola abriu a porta do galpão.

- VENHAM RÁPIDO. - Ele grita.

Aris e Teresa passaram pela porta, tentando respirar.

Newt esperou na porta com Caçarola.

Assim que Sofie e Thomas passaram da porta com Minho, Newt e Caçarola fecharam a porta.

Teresa pegou uma lanterna, iluminando o rosto de Minho.

Thomas e Sofie o colocaram no chão.

- Minho, - Sofie pede, a garganta dela presa. - Minho, acorda.

Nada.

Num momento de desespero, Sofie respirou fundo.

- Se não acordar agora, vou te socar. - Ela fala baixo.

E como se fosse uma mágica, Minho piscou os olhos.

Caçarola levou a mão na boca, tentando não rir.

- O medo do soco de Sofie é tanta.. - Caçarola diz meio rindo. - Que o cara acordou da morte.

- O que houve.. - Minho pergunta.

- Foi quase atingido por um raio, - Sofie fala. - Ameacei te socar se não acordasse.

Minho ri, mostrando que tava bem, ele se levantou com a ajuda de Thomas.

Teresa olhava para frente, quando Newt iluminou onde ela estava.

Um infectado veio direto em sua direção.

Sofie a puxando, mas o infectado parou, mostrando que estava preso.

Outro veio do lado, parando a centímetros deles.

Todos gritaram, vindo vários ao redor, mas parando, presos por algo.

Quando ao longe um barulho chamou a atenção.

Uma garota vinha em direção à eles, passando pelos infectados presos ao redor, como se ela conhecesse por onde exatamente podia andar.

- É raro alguém sair do deserto.. - Ela chega falando. - Venham, Jorge quer ver vocês..

Ela se vira, mas sentindo que ninguém a seguia, ela olhou para trás de novo.

- A não ser que queira ficar com eles. - Ela diz dando de ombros.

Sofie foi a primeira a se mexer, fazendo o caminho que a outra garota.

- Ao menos me diz seu nome, - Sofie fala, sabendo que os meninos e a Teresa estava bem atrás dela. - Se eu to seguindo uma desconhecida em meio aos infectados, ao menos quero saber o nome.

- Brenda. - A garota de cabelo curto responde, sorrindo.

Ela abriu a porta e passou, Sofie fazendo o mesmo.

Havia pessoas por todos os lugares, a maioria homens adultos e barbados.
Mas haviam crianças e mulheres, todos olhavam com curiosidade para o grupo que havia acabado de chegar.

Minho e Aris ficaram ao lado de Sofie, ao ver um homem com um jeito estranho olhar para ela, assim como Caçarola fechou a cara, Newt e Thomas o encararam.

Não passou despercebido por Brenda.

- É a líder? - Brenda pergunta.

- Não. - Sofie fala confusa. - Por que acha isso?

- Por nada. - Brenda responde.

Brenda queria rir.
Era obvio que todos só a estavam seguindo agora, por que Sofie deu o primeiro passo, assim como todos os garotos ficaram em alerta quando Sofie estava sendo observada.

Brenda subiu as escadas, que davam para algo que uma sala particular.
Ela abriu e ficou ao lado da porta, vendo todos entrarem.

- Eu os trouxe Jorge. - Brenda fala em voz alta.

Jorge era alto e tinha os cabelos meio grisalhos, mexendo em algo que parecia um radio, que não ligou.

Havia outras pessoas ali também, todos olhavam para o grupo.

- Vocês já tiveram a sensação que o dia está contra vocês? - Jorge pergunta, olhando para eles.

- Quase sempre. - Sofie o responde.

Jorge sorri.

- Muito difícil sairem do deserto com vida, - Jorge fala, dando um passo. - Me pergunto o que estavam fazendo la.

Se naquele momento, Sofie tivesse desconfiado de algo, teria a poupado da loucura que seria logo em seguida.

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