Capítulo 14: Uva contra yakuzas

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Muitos locais sagrados podem ser encontrados no Japão, abrangendo uma variedade de religiões e crenças. No entanto, é em uma atmosfera mais ocidental que Ibara Shiozaki encontra sua conexão espiritual. Encontrada dentro de uma típica igreja católica bem estruturada, ela se ajoelha em um dos bancos da frente, imersa em oração. Seguindo o longo ritual do terço, sua devoção pode estender-se por até quarenta minutos, com cada esfera do terço representando uma prece distinta. Nas esferas menores, entoa-se o "Ave Maria", enquanto nas maiores, ecoam o "Pai Nosso" e o "Glória ao Pai". Na medalha, ecoa o "Salve Rainha", e na cruz, o "Credo".

Ao concluir sua oração, a religiosa da turma 1B abre os olhos, apenas para se deparar com uma cena inusitada: um de seus colegas, ajoelhado com um dos joelhos no chão e as mãos erguidas em gesto de prece. Não é alguém com quem ela costuma interagir, já que pertence à turma rival. A surpresa é ainda maior ao perceber que se trata do notório brincalhão, agora envolvido em oração. Embora pareça desajeitado em sua devoção, ele claramente tenta participar, suas mãos erguidas acima da cabeça em um gesto que lembra o "Sumimasen". No entanto, sua oração é simplória, e ela nota que o sinal da cruz que ele faz está completamente equivocado.

Quando o ex anão se levanta e vira as costas para sair da igreja. A religiosa não resiste pela curiosidade em abordar o adolescente de tema de uva e ele era um cristão:

- Pensava que só eu que seguia os caminhos do Senhor - disse Ibara.

Mineta para de andar e se vira:

- Shiozaki?!? Não pensava que a gente iria te encontrar aqui - Mineta fica surpreso.

- Sempre faço questão de demonstrar a minha devoção na minha fé.

- A gente não costuma interagir. Para ser franco é a primeira vez que a gente troca algumas palavras.

- Justo. Não sabia que era cristão.

- Para ser verdade não sou.

- Não? Mas, por que estava rezando?

- Sinceramente, busquei orientação em várias tradições religiosas em busca de uma intervenção divina; fosse um insight que transformasse minha perspectiva, a transcendência da minha individualidade ou um mentor que me destacasse entre os demais. Parece que minha prece foi atendida justamente quando busquei auxílio neste templo. Por isso, dedico minhas orações em gratidão pelas bênçãos recebidas.

- Muitos devotos dedicam-se às suas preces, mas poucos se lembram de expressar gratidão. É uma atitude digna de admiração.

- Obrigado - sorri e coloca a mão na nuca.

- O nome de lugares ao culto do cristianismo tendem a ser chamados de igrejas e não templo.

- Ah sim - expressa que está aprendendo a maneira correta dos termos.

- Se quer fazer rezas as mãos tendem ficar de frente da boca.

- Uau! Sério?

- O sinal da cruz tem uma ordem certa.

- Ah é? Não sabia - Mineta faz uma cara de dúvida genuína.

- Quando se faz o sinal da cruz está dizendo: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Começando na testa, depois do meio do peito, depois vai para o ombro esquerdo e para o ombro direito - ela faz o sinal da cruz de maneira lenta para ensinar.

- Não sabia que tinha uma ordem - fica com cara de duvida - Tenho uma duvida.

- Qual?

- O que é espírito santo? Entendo que Pai está se referindo a Kami-sama, enquanto filho é Lesu-sama, mas o espírito santo?

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