Dandara o acompanhou para dentro de um lugar bastante conhecido. Ela se agarrou a ele com medo palpável quando novamente se viu dentro do covil do… do… da criatura.
— E-Espere!
A luz ambiente morria ao encontrar a capa escura do homem. Entrar pareceu ainda mais… perigoso.
Ela o puxou, como se o dissesse que deveriam sair imediatamente. Ela queria fugir. A criatura poderia retornar a qualquer minuto!
Sob o ombro, ele lhe deu um olhar atento, caloroso e, acima de tudo, confiante.
Ele não se importava.
Sua última esperança pareceu boa demais para ser verdade.
O estranho, com um gesto de mãos, indicou o banco mais próximo para Dandara.
Ela não tinha notado aquilo ali.
Dandara se afastou dele.
— Quem é você?!
O homem lhe deu as costas.
Dandara olhou para a entrada e considerou realmente correr dali e deixa-lo. Mas logo iria anoitecer e… e…
O silêncio morreu.
Dandara saltou de onde estava quando o ambiente foi preenchido pelo som de batidas… e socadas… Ela olhou para a escuridão em busca de qualquer indício dele. Nada. Ele estava fazendo algo num covil de uma besta e a desconfiança a fez se aproximar da saída com cautela.
Um estranho silencioso de uma terra estranha. Sob a face da beleza, poderia haver garras. Por baixo do olhar gentil, intensões hostis? E se fosse um nativo canibal? Um assassino? Pior! Um estuprador.
O lobisomem!
O pânico cresceu.
O barulho cessou.
Só se escutava o som da água, dos pássaros a fora e qualquer que seja o animal nativo daquela floresta. Dandara apertou as laterais da entrada e espiou o interior. Os pés estavam preparados para correr.
O estranho retornou.
Enorme. A primeira coisa que ela repara é em sua altura, seu corpo robusto e sua forma elegante de andar. O silêncio que ele fazia… mesmo quando se pôs em frente dela e arqueou a sobrancelha com desconfiança quando a viu com mais da metade do corpo para fora do covil.
O olhar âmbar continuava a iluminar o seu rosto mesmo nas sombras e a delicadeza de seus traços era um entorpecente para suas preocupações. Uma verdadeira distração para o que carregava nas mãos: um crânio!
Foi um susto.
Não! Não era um crânio. Era o maxilar de alguma criatura. Nem grande nem pequeno. Os dedos do homem remechexiam cuidadosamente uma substância viscosa no interior. Ele lhe mostrou dois dedos melecados e afastou o maxilar.
Talvez fosse sua mente sempre pensando com duplo sentido, mas aquilo parecia a lubrificação de uma mulher muito, muito excitada. A forma como testava sua textura também não parecia inocente.
Ele se aproximou com cuidado e, dessa vez, Dandara não recuou.
— O q-quê vai fazer?
Dandara se enrijeceu quando ele estendeu a mão e segurou um de seus braços. Dandara recuou um pouco mais. Ela ainda continuava nervosa. Em resposta, o estranho apertou suavemente os olhos. Um ato simples e não intencional, mas tirou a atenção da mulher dos tormentos da mente.
Ele é tão lindo…
Com extrema cautela, ele distribuiu delicadamente o conteúdo sobre as feridas em seus braços. Talvez fosse realmente sua mente maliciosa, pois aquele remédio parecia acariciar cada centímetro das lesões, oferecendo um alívio instantâneo e indescritível. Uma sensação de tranquilidade tomou conta de seu corpo, fazendo com que seus nervos se arrepiassem de gratidão, enquanto seus músculos se rendiam ao relaxamento profundo.
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ACASALAMENTO: Lua Cheia
WerewolfO que você faria se estivesse nessa situação? Após anos de escravidão e vivendo uma rotina angustiante, Dandara vê o navio em que estava sendo arrastado por um fenômeno aquático peculiar. E um novo mundo se revela, então: Uma floresta que tinha tudo...