Capítulo 4 - Amor, continue me beijando suavemente

527 52 43
                                    

— ÍRIS — Bianca berrou. — Será que você pode lavar logo a droga dos pratos?

— ME ERRA, BIANCA! — A mais nova devolveu de dentro do quarto.

— Eu posso saber que gritaria é essa aqui?

Mônica tinha o olhar bravo e as mãos apoiadas na cintura, a tolha cobria seu cabelo e ela ainda estava apenas com a camisa do uniforme de trabalho. Se tinha uma coisa que a matriarca Andrade odiava, eram gritos. E ainda mais gritos entre seus filhos.

— A Íris não quer lavar a louça.

— A Bianca só tá com essa pressa toda porque a namorada dela vem pra cá hoje! — Íris denunciou abrindo a porta do quarto.

— Ela não é minha namorada!

— Parem de gritar! — A mais velha rosnou. — Que coisa insuportável.

— Desculpa. — Bianca pediu vendo a irmã fazer o mesmo.

— Bia, por que não me avisou que a Rafaella viria?

— Eu acabei esquecendo, mãe. Nós só vamos estudar.

— Mesmo assim, você precisa me avisar. Entendeu?

— Sim, senhora. — Bianca assentiu. — Me desculpe.

— Obrigada. — Mônica sorriu e acariciou a cabeça da filha. — Íris, vai lavar a louça e obedeça a sua irmã. Não atrapalhe o encontro dela.

— Não é um encontro! — A carioca interrompeu revirando os olhos. — A gente só... Vai estudar, tá? Só isso.

— Estudar os corpos uma da outra, né? — A mais velha sorriu já dando as costas para ir pro próprio quarto.

— Mãe!

Bufando, Bianca se virou entrando no próprio quarto e o revisando mais vez. Nunca na vida seu quarto esteve tão arrumado, tudo estava impecável e organizado. Era óbvio que a carioca não queria que Rafaella tivesse a impressão de que ela era um furacão de bagunça.

Bianca verificou todos os cômodos da casa por no mínimo, três vezes, e quando achou que estava bom o suficiente, ela se sentou. Encarando a porta e as vezes o celular, pra ver se a mineira não havia mandado nenhuma mensagem.

Estava quase na hora e uma coisa que Rafaella tinha em sua personalidade era pontualidade. Ela nunca se atrasava. E exatamente, as sete e vinte, o toque suave na porta se fez presente.

Bianca subitamente levantou, passando a mão sobre o short jeans e olhando de relance pra Íris que estava jogada sobre o sofá enquanto assistia alguma série na televisão. A mais nova lhe encarou de volta e não evitou soltar o riso que quis romper sua garganta.

— Tu tá branca parecendo um papel, Bia! — Gargalhou. — Não vai vomitar em cima da Rafa.

— Cala a boca, Íris! E não fala nenhuma besteira perto dela.

Respirando fundo, Bianca caminhou até a porta e contou até três pra abri-la. Quando o objeto finalmente saiu da sua frente, ela teve visão de uma Rafaella com as mãos sobre os bolsos do moletom e um sorriso curto dançando nos lábios, em uma das mãos ela segurava a mochila que trazia.

— Ei.

— Ei... — Bianca suspirou fitando os olhos verdes.

— Então, eu fico aqui fora? Ou você acha melhor eu entrar?

— Droga, desculpa! — Levando a mão até o rosto, Bianca sorriu sem graça. — Vem.

Dando três passos curtos, Rafaella entrou na casa e esperou que Bianca fechasse a porta atrás delas. Assim que a menor o fez, os braços da mineira rodearam a cintura de Bianca e as mãos da garota automaticamente se afundaram nos cabelos castanhos.

AQUELA GAROTA DO ÔNIBUS [ HIATUS ] Onde histórias criam vida. Descubra agora