Capítulo 9

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Desde que Hermione era pouco mais que uma criança, ela estava acostumada a enfrentar todos os tipos de dificuldades e lutas e podia dizer com orgulho que sempre foi capaz de ter sucesso.

Ou ela poderia ter dito isso até aquele momento.

Depois de escovar os dentes e vestir a camisa que Malfoy teve a cortesia de lhe dar durante a noite, Hermione deitou-se no colchão – um colchão incrivelmente confortável que desclassificou o dela para uma cama de acampamento – e fechou os olhos com toda a intenção de adormecer e ter algumas horas de descanso mais que merecido. Com a visão fora de jogo, seus outros sentidos experimentaram o aumento habitual, e foi por isso que ela se viu desfrutando do silêncio do quarto, da suavidade dos lençóis e do perfume forte de Malfoy ao seu redor.

Espere, o que?

Ela abriu os olhos, sentou-se na escuridão do quarto de hóspedes, observando ao redor para ter certeza de que Draco Malfoy não estava lá, e ele obviamente não estava, já que era quase uma da manhã e ele havia lhe dado boa noite. Ainda aquele cheiro, o cheiro dele estava por toda parte: agora que ela havia notado, era impossível para Hermione ignorá-lo. E estava tão perto, quase como se ele estivesse debaixo dos lençóis com os braços em volta do corpo dela.

A ex-Grifinória culpou seu cansaço pela vergonhosa quantidade de tempo que ela levou para finalmente entender que a razão pela qual o perfume de Malfoy a envolvia era que ele estava na verdade em seu corpo, imbuído na camisa que ele havia lhe emprestado.

A camisa dele.

Era a camisa dele que a impedia de adormecer, aquele pedaço de pano que Malfoy havia tirado de um cabide e que deveria cheirar apenas a amaciante e, em vez disso, estava imbuído do cheiro dele. Hermione não conseguia identificar os vários ingredientes que compunham a colônia de Malfoy, mas isso não importava, já que sua ignorância não a impedia de achá-la inebriante.

Era tão masculino e forte que fez sua cabeça girar.

A morena caiu de costas no colchão, agarrando o ombro e se aconchegando no tecido sedoso, enquanto respirava profundamente. Ocorreu-lhe que ela estava sendo bastante assustadora, já que estava sentindo o cheiro da camisa de Malfoy enquanto estava hospedada em sua casa, mas isso ainda não foi um impedimento suficiente para ela parar de enterrar o rosto no cheiro dele.

Afinal, não havia nada de errado em achar um perfume atraente, não é mesmo?

O que provavelmente estava errado era achar o dono do perfume atraente. Isso não poderia ser bom, mas Hermione não conseguiu impedir sua mente traiçoeira de sugerir – repetidamente – que Draco Malfoy era sem dúvida o homem mais bonito que ela já tinha visto. Como se isso não fosse terrível o suficiente, ela foi forçada a confirmar que realmente o preferia com o cabelo despenteado da cama e vestindo uma camiseta de manga curta para poder admirar seus braços. Foi quando ela começou a refletir sobre como ele seria sem camisa que Hermione entendeu que em algum momento recentemente havia entrado em um campo minado.

Em outras palavras mais simples, ela sabia que estava completamente fodida.

Mais tarde ainda, enquanto a bruxa vestia o vestido azul simples que ela decidira usar no almoço – uma decisão da qual ela se arrependia profundamente, sem nenhum motivo específico –, isso trouxe de volta à sua mente uma lembrança distante de uma noite durante seu quinto ano. Ela estava na sala da Grifinória com as outras garotas, que haviam decidido fazer uma lista dos garotos mais bonitos de Hogwarts. Toda a situação já era horrível para Hermione, mas foi quando seus olhos pousaram no nome no topo do ranking que sua mente começou a fumegar.

— Draco Malfoy? — a bruxa explodiu, abertamente indignada. — Você está falando sério?

— Sim — Parvati respondeu, sorrindo orgulhosamente.

A Dangerous Collection  | Tradução - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora