Capítulo 16

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Hermione Granger nunca teve uma vida sexual emocionante. Na verdade, não seria errado dizer que esse aspecto particular de sua existência teria entediado até a morte até mesmo um fantasma.

Sua primeira experiência sexual completa foi com Ron, quando ela tinha vinte anos e foi um desastre. Nenhum deles tinha a menor ideia do que estavam fazendo, muito menos sabiam como agradar um ao outro. As coisas melhoraram com a prática, mas ainda assim nunca houve a faísca que os fez querer realmente pular um no outro. Ou melhor, nunca houve, por parte de Hermione, um sentimento que provavelmente foi reforçado pelo fato de Ron não ser o que poderia ser definido como um homem que valorizava muito a satisfação de sua amante. Ele sempre tentava, pelo menos no começo, mas depois, se ficava irritado, simplesmente deixava passar e passava a agradar a si mesmo. Além disso, ele não gostava muito de falar com ela, e Hermione nunca teve coragem de perguntar a ele. Mesmo assim, ela amava Ron e não se importava muito com esse aspecto específico de sua vida, preferindo se satisfazer de outra forma.

O único outro homem com quem ela fez sexo foi o estranho no pub, que nem sequer tentou tornar o encontro uma memória impossível de esquecer.

Foi por isso que Hermione estava total e vergonhosamente despreparada para Draco Malfoy.

Quando ele saiu às oito da noite, deixando-a com um beijo perto da lareira e a promessa de vê-la no dia seguinte, Hermione foi ao banheiro e não pôde deixar de rir como uma adolescente estúpida ao ver o que o espelho lhe oferecia... Seu cabelo havia perdido qualquer traço de sentido que pudesse ter, e tinha ficado espalhado por toda a cabeça, seus lábios estavam inchados e vermelhos, a pele do pescoço e do peito estava vermelha. Além disso, havia toda a parte inferior de seu corpo que não estava refletida no espelho, cujo estado era vergonhoso demais para ser comentado.

Hermione parecia uma mulher que passou o dia inteiro fazendo acrobacias na cama, o que nada mais era do que a verdade sacrossanta. Ela adormeceu depois do banho com os músculos das pernas em chamas, exausta e feliz.

No dia seguinte, ela estava trabalhando em seu escritório quando de repente as chamas explodiram em sua lareira e o rosto que apareceu foi o último que ela esperava ver no trabalho.

— Ginny? — Ela chamou, estupefata. — Como você conseguiu me chamar de sua casa pelo Flu no trabalho?

— Estou no Ministério. Eu disse a Harry para fazer a ligação — Ginny retrucou e parecia chateada, quase como se Hermione tivesse pedido para ela fazer isso.

— Por que? O que aconteceu?

A ruiva formou uma linha severa com os lábios. 

— Eu gostaria de dar um soco em você, eu juro. Te mandei mil mensagens com aquela coisa diabólica e você nem me respondeu.

A coisa diabólica era um telefone celular com o qual ela de fato havia escrito para Hermione um número impressionante de mensagens, desde o que a furão queria – para citar ao pé da letra – ameaçá-la a pedir a Harry que pegasse uma Chave de Portal e aparecesse em sua sala de estar se ela não respondesse.

— Eu te respondi — protestou a bruxa.

— Estou bem, não é uma resposta, Granger.

Hermione suspirou. 

— Ginny, estou no trabalho e você está no escritório do Harry...

— Eu o mandei embora, estou sozinha.

Como as pessoas ousavam dizer que Hermione era mandona quando havia mulheres como Ginny no mundo era um mistério para ela.

— Estou no trabalho.

A Dangerous Collection  | Tradução - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora