A Dangerous Collection | Tradução - Dramione

Capítulo 26

Quando Hermione parou no meio da frase e seus olhos se arregalaram de horror, Draco sentiu seu coração preso entre cordas apertadas que o apertavam a ponto de quebrar.

Ele estava parado atrás da espreguiçadeira que o Curandeiro Lothor gentilmente pediu que ela se deitasse, com as mãos fechadas na borda de madeira do encosto.

— Aconteceu dois anos antes do Cruciatus, mas eu estava curada — sua bruxa respirou.

— Receio ter que discordar, Srta. Granger — o Curandeiro Lothor falou lentamente e expandiu a parte do feitiço de diagnóstico em torno do buraco negro.

Um medo gelado percorreu a espinha de Draco enquanto seus olhos olhavam para a maldição dentro do corpo de Hermione. O que ele confundiu com um buraco negro era feito de um padrão complexo e intrincado de correntes vermelhas e prateadas mais profundas, que continuavam se entrelaçando e girando como víboras.

— Qual foi o feitiço?

— Não sei. O bruxo estava sob um Silencio e o lançou de forma não verbal. — Hermione fez uma pausa e mordeu o lábio inferior. — É isso que causa as enxaquecas?

O Curandeiro não respondeu imediatamente, sua atenção focada na grande mancha preta que ameaçava o brilho ao seu redor.

— É uma maldição surpreendentemente complicada, Srta. Granger. Você vê essas linhas vermelhas aqui? Eles são a estrutura básica da maldição, uma concentração de poderosa Magia Negra. As linhas prateadas funcionam como elos para manter a magia unida e fazer a maldição funcionar. Quanto mais Magia Negra, mais mortal será a maldição. — Ele inclinou a cabeça para o lado. — Eu vi muitas maldições sombrias durante minha vida, mas há apenas uma com essa quantidade de Magia Negra e é a Maldição da Morte.

— Esta é a Maldição da Morte? — Draco ouviu sua voz perguntando de maneira queixosa.

Ele queria se mudar.

Ele queria dar a volta na espreguiçadeira, ajoelhar-se no chão e abraçar Hermione, como se isso fosse suficiente para acabar com aquele pesadelo, mas seus pés estavam colados.

Ele estava preso, os olhos fixos diante dele para enfrentar o horror que ameaçava tudo o que importava para ele.

Ele era novamente o garoto aterrorizado parado junto à lareira na sala de estar. Não havia, entretanto, ninguém com quem lutar naquele escritório, nada que ele pudesse fazer para impedir que seu sangue se transformasse em gelo a cada palavra que o outro bruxo falava.

Mas ele não estava sozinho naquela tortura.

Draco desviou os olhos do resultado físico de uma maldição e baixou-os para Hermione. Foi então que seu coração se partiu ao meio.

Ela estava olhando para ele.

Suas lindas íris âmbar estavam erguidas para ele, obscurecidas pela mesma preocupação que o estava machucando.

Ele não pensou duas vezes, esticou o braço para baixo e envolveu os dedos dela em sua mão.

Aquela não era a Mansão, não havia Comensais da Morte e ela não precisava observá-lo para se confortar porque ele estava lá com ela, por ela.

Ele sempre faria qualquer coisa por ela.

— Parece ser uma variação da Maldição da Morte, Sr. Malfoy — respondeu o Curandeiro Lothor, pensativo. — Para ser mais preciso, a estrutura básica desta maldição em particular é uma variação da Maldição da Morte, mas também há vestígios do Cruciatus.

A mão de Hermione tremeu dentro da dele e Draco apertou-a na palma da mão.

— Quanto tempo durou o Cruciatus?