Capítulo 29

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Draco olhou novamente para o relógio na mesa de cabeceira e fez uma careta para ele com total desdém.

— Você deve estar brincando comigo — ele sibilou enquanto apressadamente passava a mão pela boca e começava a olhar para a porta aberta.

Sozinho no quarto, ele cerrou a mão e começou a socar o colchão em que estava sentado enquanto batia o pé descalço no chão frio.

O fato era que ele nem estava bravo com ela. Neste ponto, Draco duvidava sinceramente que algum dia pudesse ficar bravo com Hermione por qualquer coisa, não importa o quão imprudente sua bruxa fosse. Havia algo em seus genes que o impedia de sequer pensar em ficar bravo com ela, não quando ela tinha a habilidade incomparável de fazer desaparecer sua raiva sussurrando aquelas três palavras maravilhosas.

Ela sabia disso, é claro, e estava usando demais seu poder sobre ele.

— Você tem que descansar, Hermione — ele havia dito horas antes, sua voz firme e imóvel.

Sua adorável bruxa olhou para ele da altura de um anão, com os lábios rosados ​​curvados em um daqueles sorrisos que ele adorava.

— Você sabe que tenho que revisar o relatório, amor. — Sua pequena atrevida então ficou na ponta dos pés e o forçou a se curvar para dar um beijo prolongado em seus lábios. — Eu prometo que serei rápida.

Não, ele não poderia estar bravo com Hermione.

No entanto, nada nem ninguém poderia impedir o jovem Malfoy de ficar furioso consigo mesmo por ter permitido que ela cometesse tal absurdo.

Ele não deveria ter caído em suas mentiras e acreditado em suas promessas vazias, não deveria ter permitido que seus deliciosos beijos o distraíssem, pois estava tristemente consciente de que o amor de sua vida era biologicamente incapaz de se conter e de compreender quando era o momento de parar.

A culpa era dele.

Tudo culpa dele.

E ele teve mais do que suficiente.

Draco levantou-se num movimento abrupto e arrastou os pés até as escadas.

— Hermione!

Quando não voltou nada além do pesado silêncio da noite como resposta, ele empurrou as pernas escada abaixo enquanto amaldiçoava a si mesmo e à sua imensa e ilimitada tolice. Só um idiota poderia confiar que Hermione Granger consideraria um relatório menos valioso do que sua própria saúde.

Só um idiota poderia acreditar nas promessas dela de estar na cama à meia-noite.

— Hermione! — Draco chamou novamente, enquanto marchava para a sala de estar apenas para encontrá-la vazia, estranhamente vazia de qualquer uma das inúmeras notas de seu amor. — Hermione! Onde você está?

— Indo para a cama! Estou quase pronta!

O bruxo franziu a testa confuso quando a voz distante dela chegou aos seus ouvidos vindo do que ele supôs ser a cozinha.

Ela teve a coragem de ordenar que ele fosse embora quando ela era a única razão pela qual ele vagava pela casa à noite.

Não que o comportamento dela o surpreendesse, não depois que Hermione o olhou bem nos olhos, proclamando que tinha que trabalhar quando sabia muito bem que tudo o que deveria fazer era descansar.

Infelizmente - ou felizmente, dependendo das perspectivas - Draco estava apaixonado demais por Hermione para deixá-la comprometer sua saúde pelos elfos domésticos.

— Você terminou , Hermione! É meia-noite! — Ele respondeu em um tom que não admitia réplica enquanto forçava suas pernas a se moverem no corredor para chegar até sua bruxa.

A Dangerous Collection  | Tradução - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora