Capítulo 12

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Muitos e inúmeros foram os adjetivos que as pessoas usaram para definir Hermione Granger: estúpida nunca esteve entre eles. Ou melhor, não até que o rosto zangado de Ginny Potter apareceu em sua lareira quando a bruxa entrou em sua casa após ter deixado o Ministério Italiano.

— Ginny, o que-

— Você é estúpida?

Hermione colocou a bolsa no chão, arregalando os olhos ao ver as chamas crepitantes. 

— Oi?

— Foi uma pergunta retórica...

— Bem, isso é...

— ...porque você definitivamente é estúpida — Ginny concluiu, ignorando-a descaradamente. — Você realmente achou que poderia manter algo assim em segredo? O que eu sou para você? Uma piada?

Certamente seria um bom dia para a Sra. Potter se ela tivesse tempo e energia para ficar em frente à lareira – só Deus sabe há quanto tempo ela estava lá esperando a volta de Hermione – apenas para insultá-la sem sentido.

— Ginny, pelo amor de Morgana, do que você está falando? — Hermione ficou boquiaberta com as chamas.

A bruxa na lareira rosnou. 

— Estou falando do fato de você não me contar sobre Draco Malfoy.

Oh, aquilo.

Sim, Hermione na verdade estava se perguntando quando aquela conversa com sua amiga iria acontecer, certa de que a única razão pela qual isso ainda não havia acontecido era por causa do acidente da chave de portal.

Verdade seja dita, Hermione ficou bastante surpresa por Harry não ter perguntado nada sobre o bruxo loiro – na verdade, seu melhor amigo agiu como se não houvesse nada para conversar. Só agora ela entendeu que Harry estava apenas cumprindo ordens, pois aquela conversa tinha que acontecer entre sua esposa e Hermione.

— Ginny, eu sei que deveria ter te contado... — Hermione começou, dando um passo à frente para se aproximar da lareira.

— Sim, você deveria ter feito isso.

— Escute, ele não é o mesmo garoto que era na escola... — Ginny ergueu as sobrancelhas, um gesto que Hermione decidiu ignorar pelo bem de sua sanidade. — Eu não estava brincando quando disse que ele é um ótimo Pocionista e tinha certeza de que a pasta de dentição iria funcionar. Bem, quase certeza, mas eu não tinha dúvidas de que isso nunca faria mal a James e eu estava com medo de que, se eu lhe dissesse que foi Malfoy quem preparou aquilo, você não o teria usado. No final, eu estava certa, James está melhor e está tudo bem. — As palavras de concordância que Hermione esperava de Ginny nunca vieram, pois sua amiga na lareira estava olhando abertamente para ela. — Então —ela continuou quando o silêncio se tornou insuportável para ela sustentar. — Estamos bem?

A bruxa ruiva balançou a cabeça, despertando do estado de transe em que havia caído. 

— Não, não estamos bem. Por que você está falando sobre a pasta de dentição?

Essa era uma pergunta estranha de se fazer, especialmente porque foi ela quem começou a insultá-la em sua casa em Londres.

— Sobre o que mais devo falar?

— Uh, eu não sei — Ginny respondeu em um tom arrogante. — O fato de você estar transando com Draco Malfoy, talvez?

Foi uma sorte que Hermione já tivesse tirado os saltos altos, caso contrário ela teria caído espetacularmente no chão.

— Ginny, eu... — ela tentou, mas sua voz a abandonou – um acontecimento notável para uma bruxa como Hermione Granger.

A Sra. Potter não perdeu um segundo para se inserir na gagueira incerta de Hermione com sua energia habitual. 

A Dangerous Collection  | Tradução - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora