O início de uma nova vida

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Inglaterra 1855

Capitulo 1

Estava chovendo e fazendo frio  naquele dia. Mas eu não quis o guarda chuva, eu deixei que cada gota caísse em meu rosto, para que a chuva pudesse levar minha tristeza, lavasse minha alma! Estou me sentindo perdida.

Nesse instante, estou dando adeus a meus pais e meu irmão. Um trágico acidente de carruagem tirou eles de mim. Olho para os caixões , sentindo saudades.

_ Vamos Mauren , será uma longa viagem a frente!- Diz tia Valentine, e com ela que irei morar agora! Seu rosto com marcas da idade a mostra, sempre séria , seus cabelos grisalhos presos em um coque bem feito, ela e magra e alta, porem usa uma bengala para se apoiar ao andar, suas pernas são  frágeis, segundo ela!

Ela é a irmã mais velha de meu pai.

Uma tia que quase nunca via, exceto quando ela vinha nos visitar, em algumas raras vezes.
Respiro fundo para que de alguma forma a dor em mim  aliviasse, lágrimas não param e descer em meu rosto, olho para os coveiros jogando terra em cima dos caixões e um certo desespero me bate, e pensar que a dois atrás eu estava com eles.

Naquela manhã acordei cedo, como sempre muito feliz, tomei meu banho, Lucile a criada mais antiga da casa que me viu crescer me ajudou a escolher meu vestido!

_ Vamos vestir seu vestido verde hoje Mauren? Combinará com seu cabelos  avermelhados! – Lucile se mostra atenciosa em escolher meus vestidos.
Me olho no espelho, o vestido ressalta minhas curvas, tenho seios grandes, quadris grandes e largos, meus olhos são verdes, tenho algumas pintas em meu rosto, mas meu corpo e avantajado para os moldes londrinos, sou curvilínea.

Aos vinte cinco anos “solteirona”, como dizem as más línguas, me acho bonita como sou, não mudaria nada em mim, por isso não me casei, a maioria dos rapazes que conheci , falaram comigo mas ao longo e conversas sugeriram até uma dieta. Meu temperamento digamos que e forte, logo botava os coitados pra correrem.

_ Verde parece uma ótima escolha para mim.

_ Se apresse milady , ainda tenho de domar esse cabelos vermelhos; - sorrio para Lucile, ela acha meu cabelo indomável.

Desço para o café da manhã e encontro meus pais,  sentados cada um em seu lugar de costume, dou lhes um beijo em casa um e em meu irmão mais novo!

_Bom dia papai, mamãe.

_ Bom dia querida, dormiu bem? – Papai sempre preocupado!

_Claro pai, feito pedra!

_ Querida, não esqueça que hoje iremos viajar para a casa de campo, ainda tem certeza que não irá conosco? – Mamãe pergunta.

_Mamãe conversamos sobre isso, não me sinto a vontade com tia Valentine!
Ela realmente me ofende muito, por questão de meu peso e a questão do por que não me casei!

Tia Valentine e a Irmã mais velha do meu pai, ela e viúva o marido dela morreu jovem demais de febre, deixando ela sozinha com o filho neném, meu pai a ajudou com seu filho, meu primo Andrew.

Ela não quis se casar novamente, mas imagino com o mau humor que ela carrega seria difícil um cavalheiro a desposar novamente.

_Filha ainda conhecerá alguém do qual a verá por inteiro, sua beleza, seu coração e te amara como tu és! Não aceite menos que isso. Se ame primeiro e depois ame alguém, lembre se disso sempre.

_ Lembrarei sempre- sorrio para os dois, velos felizes enche meu coração e ternura!

Meu pai é um Duque,  o Duque de Leinster  ele ganhou o título após a  guerra de Napoleão, títulos foram dados aqueles que tinham altas patentes no exército e sobreviveram a batalha! Um homem forte que agora está dando indícios de sua idade, seu cabelos estão ficando brancos mas ele ainda carrega o sorriso de quando mais jovem, assim dizia mamãe.

Minha mãe sempre sorridente, dona de um beleza sem igual, mesmo chegando a idade mais madura, a “baixinha” como diz papai, e sempre linda como no dia em que se conheceram! Ela é baixa, magra, olhos claros, seus cabelos são da mesma cor que o meu.

Mamãe era escocesa, filha de um lorde escocês, líder de um grande clã, com as diferenças entre Escócia e a Inglaterra, vovô era totalmente contra o amor deles, mas em uma noite eles se amaram e se casaram, escondido de vovô, tal foi a fúria de meu avô que esbravejou aos quatro ventos sua raiva, naquela noite então, mamãe partiu com meu pai.

E o fruto do amor deles daquela noite logo eu nasci!

O amor deles foi a primeira vista! Ah um dia encontrarei alguém que me amará também, assim espero!

Christopher, meu irmão tem dez anos, papai o prepara para herdar o ducado, o menino é genioso, mas o amo muito, me dou bem com crianças.

O café segue com conversas alegres e logo estou fora de casa para me despedir, se eu soubesse que seria meu último abraço eu teria ficado mas um tempo abraçada a eles, pois após três horas da saída deles um acidente terrível com sua carruagem aconteceu, meus pais e meu irmão na sobreviveram!

Agora estou aqui em um cemitério, lágrimas que não querem parar, por mais que tento enxugar de meu rosto, elas insistem em sair de meus olhos.

Dou meu último adeus e me preparo para uma nova vida, uma vida só.
Saímos do cemitério,  passamos em minha antiga casa para pegarmos minhas coisas, me troco e minha tia está impaciente para partimos!
Que Deus me ajude, daqui pra frente, pois não será fácil morar com ela.

Reviravoltas do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora