A casa está completamente silenciosa, algo de alguma forma trás conforto ao Nikolai. O albino está deitado sobre a cama espaçosa do quarto, o mesmo com um sorriso bobo nos lábios observa a cabeleireira negra espalhada em seu peito.
Gogol deve concordar que almejou ter o russo em seus braços todas as noites antes de dormir, e ali está. Nesse exato momento Dostoiévski se encontra adormecido agarrado com sigo.
É algo que nenhum dos dois iria acreditar que realmente está acontecendo, mas ali estão. Havia começado a chover no lado de fora, e isso só deixa o ambiente antes melancólico agora confortável.
- Feyda - sossura o ucraniano levando sua mão até os fios negros de Fyodor - Ivan trouxe o remédio pra sua dor de cabeça - diz o albino um pouco mais alto que antes, mas ainda num tom baixo e calmo
- Hm- resmunga se mechendo um pouco, mas não desperta de seu sono.
- Vamos lá meu ratinho, você tem que acordar - diz agora balançando de leve o corpo do russo que resmunga como resposta.
Aos poucos o moreno vai despertando, o mesmo olha meio confuso ao vê Nikolai ali. O albino se segura para não ri ao vê a situação do russo. Dostoiévski está com a bochecha meio marcada, os cabelos todos bagunçados, sem falar do rosto sonolento.
- Ivan trouxe seus remédios - diz Nikolai levando sua mão até a bochecha de Fyodor e fazendo um leve carinho na região.
- Que horas são - diz com a voz meio sonolenta
- São 18h, você dormiu boa parte da tarde depois do que aconteceu mais cedo - diz Nikolai
- Dormi.... Com você?- diz meio lerdo pelo sono, mas não demora muito para suas bochechas ficarem com um rubor vermelho.
- Na verdade você só dormi em cima de mim, eu preferi ficar acordado mesmo - diz Nikolai dando de ombros a isso - Agora tome seus remédios - diz num tom autoritário enquanto pega a cartela de medicamentos
- Tá - diz se sentando na cama e pegando a cartela.
- Aqui- diz ao Ucraniano entregando um copo de água para o moreno, o qual pega o objeto e toma a água junto do comprimido.
Após isso, Fyodor se deita novamente na cama ao lado do albino e fecha novamente seus olhos, realmente está cansado, mas do que normal. Talvez sua anemia não o ajude a ter tanta energia assim.
- O Feyda vai dormir de novo?- questiona Gogol observando o outro se ajeitar na cama
- Vou- responde e em seguida solta um bocejo
- Você tá muito preguiçoso hoje, principalmente para alguém que mal dorme a noite - diz se virando de frente para o russo enquanto deita totalmente seu corpo na cama
- Só...- dá um bocejo enquanto tenta ficar acordado - Acho que os remédios estão me dando sono - diz dando outro bocejo, não demorando muito para adormecer novamente
Nikolai acaba rindo baixo disso, realmente os remédios deixaram Dostoiévski bem sonolento, e isso até que é bom, já que assim o moreno pode colocar o seu sono em dia, ou parte dele.
Gogol apenas observa o rosto sereno de Fyodor adormecido. Realmente Dostoiévski dormindo não parece nada com o que realmente é, parece um anjo adormecido, pena que um demônio sem qualquer sentimento de empatia por outro pessoal, mas lá está ele, dormindo tranquilamente.
- Tão adorável - comenta o ucraniano levando sua mão até a bochecha do moreno e fazendo um carinho no local.
[...]
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Aprisionados por sentimentos
FanfictionA liberdade é algo que se conquista, tanto a liberdade de anos ficar preso ao um lugar, quanto a liberdade da sociedade. Para Nikolai as duas já possui, mas a liberdade de seus sentimentos é o que lhe incomoda, sedo acorrentado por um sentido que lh...