01. a abençoada pelo oceano é calma como uma lagoa.

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Amaya parecia sempre muito séria quando na companhia de seu pai

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Amaya parecia sempre muito séria quando na companhia de seu pai. Costumava ser uma criança rebelde, mas após completar seus treze anos, teve uma mudança repentina de personalidade. Parecia sempre apática e sem emoções. A mais nova continuava sendo o exemplo de princesa que costumava ser, mas Amaya parou com suas correrias e sua constante rebeldia. Yue ainda se pegava pensando vez ou outra no que havia acontecido à sua irmã. Era divertido para a jovem assistir a sua irmã e o seu espírito livre, e ela sentia falta desse entretenimento diário. Aquela Amaya que agora convivia sobre o mesmo teto que o seu poderia ter a mesma aparência de sua irmã, mas não era em nada como ela.

A criança que estava sempre com os cabelos cheios de nós e roupas amarrotadas, correndo pelos corredores, agora era uma moça que mantinha as mechas contidas e havia cedido aos vestidos da realeza.

Os pés que viviam descalços, agora estavam sempre escondidos pelas botas de neve que o pessoal de sua tribo sempre usava. Não tentava mais se esgueirar e assistir escondida aos treinos de dobra e luta dos homens, e agora frequentava as aulas de cura das mulheres.

Amaya sempre fora sensível à água, quando mais nova sempre fugia de seu pai e os afazeres da realeza e quase sempre era encontrada no oceano que rodeava a tribo da água do norte.

Era assustador ver a princesa tão nova com suas roupas e cabelos encharcados pela água que rodeava a cidade de gelo. Era quase como se ela fosse imune ao frio que o povo enfrentava diariamente.

A água e o oceano a atraíam de maneira inexplicável, mas tudo passou a fazer um pouco mais de sentido após a carta de sua mãe. A jovem princesa de cabelos negros era também a única dobradora de sua família, o que agravava ainda mais o seu comportamento rebelde da infância.

Sentada na cadeira de sua penteadeira, a moça soltou um suspiro, sentindo a encarregada de lhe ajudar a se arrumar prender mais uma mecha de seus cabelos em um coque alto.

Misa era o seu nome. Amaya gostava da mulher. Era uma não-dobradora muito simpática, jovem, que trabalhava desde os seus doze anos para a família, fazendo companhia para as princesas e sempre as ajudando a se arrumarem. Hoje, Misa tinha os seus vinte e poucos anos e era casada, com um filho pequeno.

Amaya subiu os seus olhos cansados para encarar o seu reflexo. Um coque trançado enfeitava o topo de sua cabeça, não deixando que suas mechas negras e volumosas desviassem a atenção de seu rosto.

Tinha consciência que seus traços eram muito semelhantes ao de sua irmã, o que fazia muito sentido por serem gêmeas, entretanto sua pele não era bronzeada como a de Yue, a princesa mais velha era bastante pálida. Misa sempre a maquiava, passando um pó rosado em suas bochechas, que traziam-lhe um aspecto mais saudável, e maquiava-lhe também os olhos, que pareciam sempre caídos e cansados. Esses, eram azuis como o de sua família, porém um tanto nublados e escuros, como a noite. Poderiam ser facilmente confundidos com cinza, ou até mesmo preto, diferente do azul sereno de sua irmã. Amaya também era mais alta que Yue, e por sua seriedade a maioria das pessoas achava que era mais velha do que realmente era.

Seasick | ZukoOnde histórias criam vida. Descubra agora