Via Láctea: Planeta: Desconhecido/Codinome: Alectrion
"Sempre me contaravam histórias de heróis, e me falavam de ideais de bondade e justiça, me pergunto se sou tolo por ainda acreditar nisso..."
No planeta de Alectrion a religião reinava beirando ao absoluto, seus habitantes compunham uma população de características humanoides, sua localização era privilegiada, cercada por um cinturão de asteroides e filha única de sua estrela garantiram um nível de interação nulo com os demais sistemas, a população de Alectrion se quer imaginava os terrores do Cosmo, apenas seus Deuses tinham ciência da existência de muitos mundos, de outros da sua espécie e tinham vaga noção das criaturas que regulavam todo esse ecossistema, o nascimento de divindades é algo completamente artificial, apenas os escolhidos que demonstram feitos condizentes são designados com tal honraria, e todos os residentes do planeta vivem a espera de uma mudança celestial de simples nômades caçadores-coletores para seres com poderes além da imaginação, e quem está no topo da hierarquia? Aquele que é o patriarca, quem define o que é lei, a personificação das normas e moral: Nobre O Governante Alado, e o restante do panteão que considera Nobre como um Pai é formado por mais 5 seres de magnitude esplêndida: Kallyus a Ira De Nobre, Sayus O Dizimador, Brunus O Abastado, Gost a Justiça de Nobre e por último o mais novo membro e aquele que tem mais ideais transgressores e revolucionários: Pitágoras O Impetuoso.
A relação entre os 6 membros era conturbada e marcada por uma profunda hierarquia com base na proporção onde cada membro era cultuado, Nobre mantinha a civilização sobre rédea curta pois sabia dos perigos cósmicos que o conhecimento humano podia trazer, e esse comportamento autoritário refletia nos demais membros que tinham perspectivas variadas sob a figura de Nobre, Kallyus e Sayus o admiravam como um líder implacável e almejavam tal posto no futuro, Brunus e Gost eram mais neutros eles não suportavam determinadas ações de demonstração exagerada de força mas compreendiam que deveria ter um motivo maior por trás disso tudo, já Pitágoras era o mais indignado com o comportamento de Nobre e cometia várias infrações para mostrar seu descontentamento, para Pitágoras o ato de censurar as pessoas e manipula-las era uma atitude maligna não importa o seu propósito, Pitágoras também sofria muita influência das histórias que Gost contava, história de heróis, pessoas justas e que buscam um mundo melhor, em seu ato de maior rebeldia Pitágoras leva o conhecimento da Matemática a um camponês que estava com dificuldades de dividir um território com seus dois irmãos, esse ato de blasfêmia foi o suficiente para Nobre chamar Pitágoras e aplicar nele uma sansão divina, Pitágoras entre em luta com Nobre para evitar seu destino cataclísmico e usando todos seus poderes de vendaval causa uma tempestade em Alectrion que dura 3 noites e 3 dias, Nobre rapidamente subjuga Pitágoras e com um golpe de sua espada translúcida separa a alma de Pitágoras em duas, a Alma Divina foi selada no estômago de Nobre e a Mortal retorna para Pitágoras, segurado com correntes adornada de prata pelos pulsos, Pitágoras inconsciente não ouve seu julgamento, e assim a seguinte sentença lhe é concedida: "Filho tolo que desafiais seu Pai, será maldito entre os domínios de minha jurisdição, condenado a vagar pelo universo, sua morte será lenta e dolorosa", até que os céus se partem em dois no mesmo instante que o final da sentença é proferida, a Entidade da Luz emerge entre eles e altera a sentença de Pitágoras: "Tu mortal terás uma chance de redenção, irá ser transportado para Andrômeda, porque apenas tu é capaz de se impor a alma do vagante", a Luz ofuscante se vai e Pitágoras é transportado para um planeta deserto com apenas uma alma vagante e de um ser com roupas rasgadas de sacerdotes, mas com uma aparência peculiar advinda de uma realidade que ele sequer pode mensurar, e ao dar o primeiro passo em direção a criatura ele é interrompido com gritos estridentes em uma frequência imensurável, e após o aviso formal a criatura parte para cima de Pitágoras e corta ele pela metade mesmo não empunhando nenhuma arma ou objeto cortante. A forma Divina de Pitágoras resistiria facilmente a um ataque desse escalão, mas sua Alma Mortal refletira todo dano o distribuindo por seu corpo flagelado, apesar disso seus poderes ainda não foram outorgados e isso permitiu um contra-ataque furioso após sua pronta recuperação, a criatura apesar disso nem sentiu a fúria das lâminas de ventos de Pitágoras, a atmosfera pesada desse planeta prejudicava e muito seus golpes que dependiam de um fluxo constante de correntes alicias para ter máxima efetividade, a criatura pouco se importava e partia para cima sem direito a descanso, ataques muito ortodoxos feriam Pitágoras com uma energia que ele nem sequer poderia enxergar, não era devido a uma velocidade absurda, ou a qualquer outro atributo básico porque Pitágoras sabia que nestes quesitos ele era superior em todos os aspectos, mas isso não impedia a criatura de causar graves danos a seu corpo, sem muitas alternativas Pitágoras recorre a o seu trunfo, após usar vários golpes subsequentes ele consegue dissipar uma pequena parte da atmosfera do planeta e combinar seus componentes químicos para criar um ataque combinado prendendo seu oponente e até ele mesmo em uma câmara separada, era um ataque suicida, afinal combinar todos aqueles componentes que não são tóxicos em um ambiente aberto mas são mortais em um fechado provavelmente ceifaria sua vida, mas não importava ele já não tinha nada a perder, ele estava perdido em um ponto remoto do universo, não tinha lar para retornar, sua Alma Divina lhe foi tirada e tudo que restava era um profundo desejo de não deixar aquela coisa assombrosa perturbar o equilíbrio cósmico, a única coisa que lhe restava era os ideais tolos de Gost, a quem ele via como o mais próximo de um Sábio ou um Mestre, com a câmara pronta tanto a criatura quanto Pitágoras sucumbem á pressão atmosfera tremenda, antes de morrer a criatura em seu último ato murmura algo na mesma língua em que ela entoou seu grito de guerra, Pitágoras fica inconsciente mas no fundo sabe que sua missão foi concluída e com isso talvez ele ganhe o direito de descansar com os grandes heróis das histórias que lhe foram contadas, entretanto algo inusitado ocorre Pitágoras morre e sua alma segue seu rumo para o Tribunal das Almas em busca do eterno júbilo no meio do caminho na passagem entre as dimensões ruídos estridentes ecoam pelo espaço-tempo, ruídos indescritíveis impregnam a alma de Pitágoras a fazendo ser expulsa daquela dimensão e retornar para o ponto de onde ela saiu, do cadáver da criatura e de Pitágoras emerge um novo ser, com uma alma nunca antes vista, a criatura acorda nua contemplando sua própria criação ao mesmo tempo que a sua memória estava distorcida ele ainda continha lapsos de memórias de vidas passadas, ao seu lado ele vê uma arma, uma foice completamente enferrujada e quase inutilizável, ele não sentia fome, dor, ou frio, a êxtase da sua criação o fascinava, até que uma voz na sua cabeça sussurra em uma língua antiga que ele estranhamente compreende: PxPx....Pxar? Qwik pke Pxar? (Nono...nome? Qual meu Nome?), e em um ato de autoconsciência a criatura com base em seus lapsos de memória se nomeia "Pke Pxar Pit" (Meu nome Pit).
VOCÊ ESTÁ LENDO
Crônicas do Espaço
Science FictionEm um mundo ressurgido do caos surge um ser para estabelecer a ordem, como um relojoeiro ajustando os ponteiros de um relógio que só andava para trás, ele mergulha o mundo na destruição e o faz renascer como uma fênix recém nascida, a esse novo clar...