"Houveram muitas lendas sobres guerras, e lendas são o que impulsionam a mente fértil de povos sem esperança, pois quando não há esperança a vida deixa de ter sua magia, lendas sobres salvadores, lendas sobre Deuses, lendas sobre monstros, ao passo que as lendas se popularizavam os olhos daqueles que outrora se viam sem esperança, a vida e a morte se resumem a esperança de dias melhores, deixar de acreditar é deixar de existir, suas crenças agora se iluminam mesmo no cenário mais caótico, viver de certa forma é sempre acreditar, acreditar que vai dar tudo certo e que existe algo por trás da existência, afinal a inexistência assusta porque junto dela vem o desconhecido e acreditar em um destino sempre vai ser o modo mais fácil de ser viver nesse mundo..."
Mattos: Destino, de onde vem essa sabedoria contida nas suas palavras?
Destino: Não são minhas palavras, o responsável é um conhecido, que a muito tempo esqueci o rosto e a aparência, não me recordo como era minha relação com ele, só lembro seu nome em língua profana.
Mattos: E qual seria o nome desse ser de outra existência?
Destino: Guilherme, é um nome estranho eu sei, mas a maioria dos nomes em linguagem profana não fazem muito sentido para as pessoas desse lado do cosmos.
Mattos: Parando para refletir o nome do Aasmodeus sempre me incomodou bastante, nunca entendi o motivo.
Destino: O motivo é que o nome dele é parcialmente profano, a parte final do nome tem um sufixo em língua profana, mas o nome em si é de linguagem arcaica de Nimbus, você era o sacerdote, deve ter sentido o incomodo pela similaridade com a sua língua natal e pela profanação do último terço do vocábulo.
Mattos: Quisera eu ter só incomodo pelo nome daquela besta, a sua própria existência não faz sentido, ele se comunica por linguagem tanto profana quanto de Nimbus, quando eu estava conectado a existência dele sempre percebi as vozes na minha cabeça, embora nunca soube de fato o real motivo daquela perturbação. Agora que veio um lapso na minha cabeça, tu sabes de tudo né? Poderia me revelar facilmente os segredos dele.
Destino: Poderia, se eu deveria? Não deveria, eu sei o curso do rio que levaria você a descobrir as coisas sozinho e prefiro que siga por lá, pelo seu próprio bem e pelo meu também.
Mattos: Não gosta de facilitar as coisas mesmo, me admira alguém com habilidades e competências tão surpreendes se conter tanto, mesmo com uma parte delas soltas depois dos eventos com o Pitágoras e a Criatura.
Destino: Você não compreende, eu sou a criatura mais maldita do universo, em um cosmos onde o conhecimento a respeito das engrenagens que movem a ordem e o caos é maior pecado que alguém pode ter, o maior pecador seria eu que literalmente sei de tudo, Mattos não se iluda, quanto menos ousar saber mais seguro tu vais ficar, eu poderia guiar esse universo em prol do caminho mais fácil para uma era de paz e progresso, mas não posso, além de maldito sou amaldiçoado, entidades e guardiões cósmicos além de criaturas que servem a manutenção do Universo querem minha cabeça em uma bandeja de prata.
Mattos: O que é prata?
Destino: Isso não vem ao caso, só quero que entenda uma coisa, o máximo que eu vou poder te dar como revelação, mudanças irão vir, o universo está em constante expansão e evolução, e há quem se beneficie com isso e há quem se repugna com isso, entretanto mais profunda do que essa relação de poder é ascensão de novos agentes que irão bagunçar tudo e colocar o caos de volta ao mundo. Mattos o seu papel nisso tudo cabe a você decidir, até ficar por aqui comigo pela eternidade trará inúmeras consequências na realidade a sua volta, na verdade já trouxe, esse local era cheio de energia mística das almas que faziam sua viagem, agora é apenas um paraíso vazio e de quem acha que é responsabilidade?
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Crônicas do Espaço
Science FictionEm um mundo ressurgido do caos surge um ser para estabelecer a ordem, como um relojoeiro ajustando os ponteiros de um relógio que só andava para trás, ele mergulha o mundo na destruição e o faz renascer como uma fênix recém nascida, a esse novo clar...