Crônicas do Espaço

Capítulo V: Educação

Observando a criatura Débora fica horrorizada, era uma visão angustiante de um corpo que parecia morto, Débora se perguntava se deveria desenvolver alguma habilidade de necromancia para lidar com aquela situação, com um golpe da sua espada ela libera a criatura que começa a se mover de maneira angustiada, Pit não estava acostumado a ter seus sentidos restringidos por tanto tempo, diferente da postura passiva a qual ele normalmente emanava a postura atual mais caótica e de reconhecimento de território tomava conta de seus comportamentos, os instintos da criatura se tornavam cada vez mais fortes, mas sua postura não era agressiva, Débora com medo segura sua espada trêmula e se pergunta como ela vai domar esse espírito rebelde, um tempo se passa e após uma exploração do local a criatura para, parecia na visão de Débora um monstro sem nenhuma diferença com as criaturas que sua mestra domara, então quando a criatura se acalmou ela respira aliviada por não ter que entrar em combate direto com ela, a sacerdotisa era dicípula do Clarismo que é uma doutrina filosófica instuida por Clara, que visava o desenvolvimento de um sistema de poder unificado na figura de um líder que guiasse o seu povo para uma melhor qualidade de vida, sem depender de figuras religiosas que abandonaram seu povo na invasão das criaturas do subterrâneo, Clara sempre pregava que seu povo deveria caminhar para além dos limites do que fora conhecido, deixar de ser submisso aos Deuses e deixar de temer o povo da Luz, a esse conjunto de ensinamentos foram passados entre os anciãos e disseminados através de histórias pelos mesmos, apesar disso Débora também tinha seus valores paltados na religião antiga, afinal devido a sua longevidade ela ainda era uma das raras praticantes daquela doutrina que aos poucos foi esquecida, a Sacerdotisa considerava a criatura como um enviado de Deus ao contrário da sua mestra que o enxergava como uma ferramenta, o primeiro passo foi teste de habilidades básicas reflexos, coordenação motora, e capacidades lógicas básicas, o resultado? Um fracasso absoluto em todos os aspectos, um medo grande pairava pelos pensamentos turvos da educadora, uma incerteza sobre a missão que lhe fora entregada, será que ela conseguiria terminar o serviço no prazo de 1 ano que a Rainha da Noite tinha estipulado? 

Enquanto isso Clara recebe o Grão Mestre da Força de Vanguarda Obliviana, o Capitão da mais alta patente e um dos últimos anciãos vivos que serve como conselheiro para os assuntos mais secretos do reino, seu nome era Sunberior e ele estava ciente que se a Rainha solicitou uma audiência é devido a mais um de seus planos cataquismicos de conquista sem fim, ao chegar ele se prosta, recita a jura de Oblivia e se senta para ouvir o que sua Rainha tem a falar, Sunberior exala tensão, a última vez que ele fora convocado para uma audiência foi a 60 anos na crise que se sucedeu quando o Povo da Luz dominou boa parte das nascentes da Faixa Transicional e solocitou inúmeros encontros com as lideranças de Oblivia, inútil, Clara convocou seus melhores estudiosos, encontrou uma brecha para atacar durante o eclipse parcial da terceira Lua do Planeta e matou todos os mensageiros que foram enviados, hoje as nascentes continuam neutras apenas pelo medo que foi instaurado pela Rainha da Noite, sua capacidade de prever esses eventos que aconteciam no centro do planeta causaram uma "paz momentânea" entre os dois povos. Agora Clara aparecia de novo diante de seu conselheiro mais leal para compartilhar planos futuros, o primeiro questionamento de Sunberior era "Minha Rainha qual o seu interrese naquela criatura?", Clara parabeniza seu conselheiro por sempre perspicaz em sua perguntas e prontamente responde: "Quando eu lutei com aquela criatura percebi além de sua força duas coisa muito interresantes, a primeira foi as manchas em sua pele, eram as mesmas dos soldados mortos no deserto do lado da Luz, isso significa que ele é o único ser conhecido a sobreviver nos dois lados do planeta e o segundo motivo diferente das criaturas convencionais eu vi um padrão lógico nele, provavelmente com treinamento adequado ele pode ser útil", Sunberior questiona também o papel da Sacerdotisa na educação da criatura, "Então por que a Majestade pessoalmente não cuida da educação da criatura, todos sabem que tu és a melhor encantadora de criaturas do reino?", Clara fica um pouco decepcionado com seu capitão por não notar a verdadeira índole da Sacerdotisa, ela explica que esse é o teste final dela para ser a sua sucessora como Rainha da Noite,  ela conta a seu Capitão que ela está morrendo e no ritmo atual ela tem na melhor das hipóteses dois anos de vida, "Eu odeio admitir isso, mas meu corpo está definhando, conversei com vários especialistas em medicina do reino e chegamos a apenas 2 anos de tempo de vida, preciso saber se Débora irá abandonar suas crenças tolas e fazer de tudo para garantir a sobrevivência do nosso povo, ela vai viver muito tempo ainda, apesar de ser mais velha que eu as bençãos que ela possui irão garantir a ela uma vida longa, ela é a escolha ideal, tanto eu como você não iremos durar tanto", Sunberior deixa a tensão de lado e fica triste em saber dessas notícias, a o clima de melâncolia paira pelo ar, até que Clara quebra o gelo com uma pergunta "Então meu protegido, me acompanhas nessa última dança?", o Capitão da Vanguarda responde prontamente "Te acompanharia até o inferno se for preciso!" e Clara finaliza a reunião com os dizeres: "Fico feliz em ouvir isso, porque é exatamente para lá que a gente vai".

Enquanto isso em algum ponto distante da galáxia, uma figura misteriosa se encontra refletindo sobre a atual situação do cosmos: "Hmm, perdi minha conecção com Mattos, esse pedaço de carne imundo  também está ficando sem serventia, mas parece que novas peças foram introduzidas no tabuleiro, interresante, tic tac, tic tac, tic tac, parece questão de tempo para conhecer melhor esse maravilhoso universo, o velho mundo irá retornar junto com o nome do Lorde do Vazio Aasmodeus!"