Capítulo XI: Metamorfose

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No ímpeto do campo de batalha a noite trazia a penumbra eterna, nas cantigas antigas dos soldados desfalecidos, no rosto outrora apavorado e adiante sereno da criatura, no terror do Imperador e dos exército de Heliolita, o plano estava completo, a criatura resistira ao tempo e o flagelo da lança que o castigava, em tons de alegria os Oblivianos cantavam a sinfonia louvando a Rainha que conduzirá a estratégia perfeita, o Eclipse completo duraria 10 minutos, entretanto este tempo reduzido seria o suficiente para sua metamorfose, para o nascer de uma nova forma, o nascimento que advinha com a morte de Clara, o renascimento da escuridão, os soldados aumentam o som e cantam puxados por Sunberior e pelo tímido canto da Sacerdotisa que profetizava o caos, chorava pela perda de alguém importante e entendia que aquela mudança era permanente:

"Sintam a noite, viva o luar, sangue Heliolita vai jorrar, a escuridão é a vida, as trevas são a razão, venha Rainha de volta a seu trono então"

O corpo da Rainha que já estava em um estado pútrido começa a se esfarelar enquanto ela gritava em agonia e êxtase puro, o coro aumentava, o exército estremecia, a sacerdotisa se desmanchava em lágrimas, o Imperador pela primeira vez desde o início da sua vida há uns 300 anos atrás sentiu medo, sua vida estava passando diante dos seus olhos enquanto o processo de metamorfose continuava, a fumaça e enxofre que saia do corpo de Clara criaria um monstro, em um ato desesperado o Imperador ordena: "ATAQUEM, ATAQUEM, ATAQUEM COMO SE SUAS VIDAS DEPENDENSEM DISSO! ATAQUEM AGORA! DERROTEM AQUELES MALDITOS AGORA!", o exército de Heliolita mesmo com a moral em baixa resolve atacar com força total, e a Força de Vanguarda em resposta marcha em alta velocidade para o rio que será palco de uma batalha sangrenta, mesmo com a vantagem do Eclipse, o exército de Heliolita tinha trunfos, eles treinaram décadas no subterrâneo do planeta para simular uma luta nas piores condições possíveis, domaram criaturas que estão acostumadas com o noturno e desenvolveram melhor sua audição para rastear Oblivianos, já que quando o assunto é visão eles nunca tiveram a menor chance, a moral do exército do Imperador crescia nessa batalha do Rio, se passaram 5 minutos e meio e a Rainha ainda não tinha completado a transformação, o exército Obliviano estava ficando acuado aos poucos, e o Imperador estava chegando do deserto e se dirigindo ao rio para participar também da batalha, a situação parecia estar melhorando, mas isso é só ilusão, e quisera os soldados e o Imperador voltarem para a sua terra sãs e salvos sem ter a infelicidade de contemplar tal monstruosidade, a insana visão que aparecerá no céu noturno com a Lua debaixo de seus pés e uma pose carniceira desejando sede de sangue e ruína máxima para os seus inimigos, em uma simbiose o corpo desfalecido completara o ritual profano para unir-se com as sombras. O Imperador fica ainda mais perplexo do que já estará, suas pernas tremiam, sua lança que estava suja com o sangue da criatura balançava de uma extremidade a outra, ele vê o seu eminente fim, mas nem aqui no o pior cenário, com o medo correndo em suas veias, com as probabilidades correndo atrás de sua alma, mesmo assim seu espírito orgulhoso não falhava, sua vontade de lutar aumentava ao passo que o monstro que antes se denominava Rainha da Noite crescia perante o pálido luar que só permitira enxergar o anel de fogo como ponto de luz na escuridão, a sua marcha para entrar em confronto com a besta e decidir o destino dos dois reinos em uma batalha que antes era impossível, mas que agora era inevitável, com um comando de som bem estridente ele chama a criatura do subterrâneo que usava de montaria, mesmo fraco o monarca consegue subir e dar início a sua investia formidável atravessando o deserto em alta velocidade para se dirigir á margem do rio em busca da sua algoz. A criatura, porém, se mantém no deserto em um estado que já lhe era familiar, sem conseguir se mexer, apenas na companhia das vozes que ele sequer entendia, sua regeneração lhe curava o corpo, mas pouco poderia fazer pela sua alma que vagava pelos confins do espaço a procura de algo, algo que nem mesmo a criatura ou qualquer rei desse universo poderia saber.

O nobre Imperador continuava sua odisseiaatravessando o campo de batalha e derrotando quem se colocava no seu caminho,dotando-se de muito esforço e do auxílio feroz da sua montaria ele se colocavapouco a pouco em rota de colisão com o monstro que varria soldados Heliolitanoscomo se fossem pó encontrado na relva de alguma casa, andando e se esquivando,correndo e pulando, atacando e matando aqueles que se colocavam em seus caminhoele se depara com o seu algoz frente a frente, o monstro o reconhece, há umaforte conexão entre sua vida passada e o homem que está ali de pé, representandoa única resistência possível a uma soberania que perpetuaria por eras e séculos, "Deuses Saúdem a Noite" diziam os anciãos pedindo a benção da nova força danatureza que aparecera diante de seus olhos, se passaram os 10 minutos noEclipse completa, o que se sucedera era o Eclipse Parcial de duas luas, comisso a força do Monarca volta, mesmo que de maneira tímida, ela pega sua lança,sua criatura, entoa um grito do fundo da sua alma para o embalar nessainvestida e parte com tudo para cima do monstro que representava a Ausência daLuz e a Ruina de seu Povo, ele acelera em alta velocidade desviando institivamentedas sombras que o perseguem, enquanto o monstro prepara o primeiro golpemanipulando toda uma área para prende-lo em um espectro de sombras, ele corremais ainda sacrificando sua montaria para sobreviver ao ataque e buscar umacesso ao corpo da besta, tentativa em vão, no passo onde ele pula da criaturae ensaia um golpe de sua lançaem chamas, o Imperador recebe um duro golpe da realidade, a criatura não poderiaser alvejada naquelas condições, a força de sua lança era baixa demais paradissipar a escuridão onde o monstro se refugiava a cada tentativa de ataque. Omonstro se materializava atrás do Imperador, que por um instinto afiado debatalha consegue desviar de um novo ataque de sombras dos guerreiros mortospela besta, mas acaba tomando em cheio um ataque nas costas da própria besta, oImperador é arremessado, e seu corpo fica em frangalhos, sua respiração fica ofegante, sua mente confusa com o que acabara de ocorrer, o monstro olha no fundo dos olhos do Imperador, sua existência ali se mostrava patética, indigno das lendas e derrotado, a morte chegava para todos, ele rasteja em busca de sua última esperança e enxerga ao longe um vulto familiar, uma sombra conhecida no meio daqueles flagelados que o desmembravam pouco a pouco, um estranho misterioso, sorri enquanto observa a cena e parte para o mais profundo do inconsciente de um indivíduo que ainda teria que cumprir seu papel nesse jogo de xadrez.

Estranho Misterioso: Olá Peter! Como você está?

Pit: E eu te conheço?

Nota do Autor: Finalizando esse capítulo, eu ainda tenho mais um conceito para liberar, estou chegando no final desse arco, acho que vai ter no máximo mais 3 ou 4 capítulos para fechar o arco da Batalha dos Dois Reinos, quando eu fechar talvez entre em hiato para eu focar mais no Romance, pois eu estou ainda revisando e considerando algumas ideias novas, por enquanto nada ainda, enfim é isso até o próximo capítulo.

Forma Bestial da Falecida Rainha da Noite:

Forma Bestial da Falecida Rainha da Noite:

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