HEMERSON - O DIA SEGUINTE

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Parte 01
Ao amanhecer, o sol passou pelas cortinas do quarto de Hemerson. Ele viu os primeiros raios solares invadindo o quarto, deixando o rastro de poeira atrás de si. Hemerson abriu as cortinas de vez, puxou e ajeitou a colcha, afofou os travesseiros e deixou a cama arrumada. Saiu do quarto e sentou-se no sofá da sala. As janelas - que sempre dormiam abertas, pois ele morava no segundo andar - o banhavam com a luz solar, sentindo aquela luz amarela e quente, recarregando as energias do seu corpo, tirando de sua mente todo aquele horrível pesadelo e mal estar. Ligou a televisão e deixou em um telejornal qualquer.

- Seis e ônibus, ou melhor, seis horas, onze minutos. Os ônibus da capital...

Preparou uma xícara de café, pegou algumas bolachas e sentou-se no sofá.

Parte 02
O telejornal falava, mas Hemerson não dava atenção, deixando a TV ligada apenas para ouvir alguém falando, tirando a péssima sensação de sentir-se sozinho. Olhando as mensagens de seu celular, observou que os desnecessauros haviam marcado de encontrarem-se no dia 02 de Novembro, aniversário do Pablo, um dos integrantes do grupo. Hemerson marcou presença. Afinal, sem sombra de dúvidas contaria o terrível sonho e todos terminariam rindo de tamanha fantasia. Lara, uma criatura assassina? Com certeza eles ririam. Hemerson saiu de casa, afinal precisava comprar um presente e assim ele fez. Hemerson chegou em uma pequena loja e logo foi atendido.

- Bom dia senhor. Como posso ajudar?

- Eu quero uma camisa, presente pra um amigo.

- Ele é bonito assim como você? - Disse a atendente, sorrindo.

Hemerson nem se importou com o elogio, sua mente ainda reprisava as cabeças de Isadora e Miranda rolando aos seus pés. Escolheu algumas camisas e se decidiu por uma preta, com uma caveira no meio e alguns raios ao lado dela. Ele sabia que Pablo gostava de rock e achou que combinaria com ele.

Parte 03
Ao sair da loja, Hemerson viu aquela mesma criatura de seu pesadelo. Ela estava do outro lado da rua, de frente à cafeteria que ele ia entrar em seguida. Ela acenava, sorrindo maliciosamente. Abanou a cabeça e ao olhar novamente, ela sumiu. Começou a atravessar a rua e sua visão foi escurecendo, suas mãos tremiam, o presente caiu. O ar começou a faltar, aquela sensação agoniante pressionava seu peito. Ouviu aquele barulho vindo ao longe, um motor... talvez uma moto. A buzina soou alto, puta que pariu. Era um ônibus. Hemerson abriu os olhos. Viu aquele quarto branco, o lençol branco que o cobria. Viu algumas flores na cômoda e ficou um tanto nervoso. A porta se abriu e todos os seus amigos entraram. Pablo, Caio, Isadora, Hellen, Lisboa, Lara, Miranda, Patrick e Chelly.

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