Lee-Seoyun – 이서윤
Seoyun estava mergulhada em um sono profundo quando foi abruptamente despertada pelo alarme de seu androide. Com os olhos ainda pesados de sono, ela se lembrou que hoje era o dia do teste para as Olimpíadas, no qual sua irmã competiria. Um sorriso ansioso brotou em seu rosto ao pensar na possibilidade de sua irmã conquistar uma vaga, contanto que vencesse naquele dia.
Entretanto, a lembrança de que hoje também marcava o início das aulas trouxe uma sombra à sua empolgação. O ano anterior havia sido marcado por experiências dolorosas de bullying, e ela sabia que enfrentaria desafios semelhantes novamente.
Com um suspiro profundo, Seoyun se levantou da cama, seus pés descalços tocando o chão frio. Caminhou até o espelho e contemplou seu reflexo. Vestia um pijama de moletom cinza adornado com várias nuvens. Abraçando sua cintura, ela encarou seu rosto no espelho, lembrando-se de que precisava se apressar para a escola. A insegurança sobre seu sorriso, marcado pelo uso de aparelho desde os onze anos, a invadiu; esse detalhe havia sido fonte constante de zombaria na escola.
Yong-Su e suas comparsas não perdiam a chance de ridicularizá-la, apelidando-a de "arame farpado". As risadas e a solidão eram suas constantes companheiras, pois amigos eram algo que não possuía. No entanto, determinada a não deixar que esses pensamentos a abalassem em um dia tão importante, ela correu para o banheiro para começar seu dia.
Após um banho revigorante, Seoyun lavou seus cabelos negros e lisos, que caíam suavemente um pouco acima dos ombros. De frente para o espelho, ela pegou sua escova de dentes, mas ao abrir a boca para escovar, uma espinha em sua testa chamou sua atenção, fazendo seus olhos se arregalarem em frustração.
— Ah não! Droga, como se não bastasse esse sorriso assustador, agora essa espinha enorme aparece. Não, não, não, isso não é justo! — exclamou Seoyun, batendo os pés no chão e fazendo uma careta de choro ao se ver no espelho e se achar horrível.
Terminando de escovar os dentes, ela voltou para o quarto e sentou-se na cama, baixando a cabeça e começando a chorar.
— Como vou para a escola assim? Vão rir de mim! — lamentou entre soluços. Mas, ao ouvir batidas na porta, ela rapidamente enxugou as lágrimas e gritou:
— Entra! — Levantando-se e pegando seu uniforme, viu sua irmã mais velha, Suan, entrar no quarto. Os cabelos curtos de Suan e seus olhos grandes combinavam perfeitamente com seu lindo sorriso. Além de linda, Suan era a pessoa mais gentil e alegre que Seoyun conhecia.
Seoyun permanecia ali, imersa em um mar de pensamentos, quando a voz de sua irmã Suan ecoou pelo quarto, trazendo-a de volta à realidade.
— Ainda está aqui? Você vai perder sua carona. Sabe que não posso me atrasar hoje, pois é um dia importante! — Suan sorria, e seus olhos brilhavam com entusiasmo, refletindo a luz do sol que se infiltrava pela janela.Percebendo a hesitação de Seoyun, a irmã se aproximou e sentou-se ao seu lado na cama, a proximidade confortável entre elas era palpável.
— O que aconteceu? Você parece preocupada. Por que essa expressão tão sombria? — Perguntou ela, com uma suavidade que só irmãs compartilham.—Vamos lá, irmã, hoje começa um novo ciclo de aulas, — incentivou Suan, levantando-se e estendendo os braços com energia, como se quisesse abraçar o mundo.
— Não é tão simples assim, — murmurou Seoyun, baixando a cabeça. — No ano passado, fui alvo de zombaria. Acha mesmo que este ano será diferente? — Um suspiro profundo escapou de seus lábios, enquanto memórias de momentos humilhantes inundavam sua mente.
—Não fique assim! É preciso ter coragem e não temer essas pessoas infelizes. Sorria! — Exclamou a irmã, caminhando até Seoyun. Ela se abaixou à sua frente e tocou gentilmente sua face, um gesto de pura empatia. — Você é linda do jeito que é! Não se preocupe com o que os outros dizem.
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Por Trás Do Teu Sorriso
RomanceSeo-Yun, uma jovem estudante, enfrenta constantemente o escárnio de seus colegas devido aos aparelhos ortodônticos que adornam seu sorriso. Em meio a essa adversidade, um evento trágico abala profundamente sua existência.Contudo, em meio à desolação...