capítulo 16

5 2 0
                                    


O silêncio se fez presente, e eles desviavam os olhares um do outro, como se o peso das palavras não ditas fosse insuportável. Após uma longa e exaustiva viagem, chegaram ao hospital, um edifício imponente que se erguia contra o céu cinzento.

— Acho que não é necessário ir ao médico. Estou ótimo! — Joon murmurou, fitando Seoyun que abria a porta do táxi com uma expressão determinada.

— Está maluco? Por acaso bateu a cabeça na queda? — Ela retrucou, apontando para a própria cabeça com seriedade. — Olha só como está seu tornozelo. — Indicou o tornozelo inchado de Joon, que engoliu em seco, sentindo-se vulnerável. O ambiente hospitalar não lhe trazia boas lembranças; o cheiro de medicamentos e a visão de pessoas sofrendo o deixavam ansioso. Desde a morte de sua mãe, o hospital havia se tornado um lugar de dor e angústia.

— Anda, vem! — Seo estendeu o braço para que Joon segurasse sua mão. No fundo, ele se sentia seguro ao lado dela. Com hesitação, ele estendeu a mão e, com dificuldade, desceu do táxi.

Seoyun colocou o braço de Joon sobre seu ombro, apoiando seu corpo pesado no dela. Joon mancava enquanto entravam no hospital. Uma jovem enfermeira de cabelos ruivos se aproximou, perguntando o que havia acontecido. Eles se entreolharam, e Seo inventou uma desculpa ao perceber que Joon não estava bem. Ele suava profundamente, e seus lábios estavam roxos. Seo ficou preocupada; sabia que era apenas uma torção, então por que Joon estava daquele jeito? Seria a dor? Seoyun se perguntava.

— Venha! — A enfermeira estendeu o braço em direção a uma cadeira de rodas para que Joon se sentasse. Ele parecia uma criança indefesa, seus olhos brilhando ao ver Seoyun afastar-se com uma expressão preocupada. — Vou te ajudar, tudo vai ficar bem. — A enfermeira completou.

— Vai ver sua irmã, vou ficar bem! — Joon disse antes de virar o corredor. Seoyun suspirou e correu em direção ao quarto onde Suan estava internada.

Ela corria com os olhos lacrimejados, passos firmes, seu uniforme ainda sujo de poeira e pequenos arranhões nas pernas brancas. As meias, antes brancas, agora tinham uma tonalidade marrom.

Seoyun chegou ofegante, descansando com as mãos nos joelhos. Avistou seus pais, os olhos de ambos cansados e inchados de tanto chorar. Eles viram sua filha caçula se aproximar com dificuldade. Minho franziu o cenho e se levantou para falar com Seoyun.

— Seo? O que aconteceu, minha filha? — Ele estendeu os braços, confuso. — Onde esteve? Por que não me ligou? — Ele a abraçou com força, e Seoyun sentiu a necessidade do cheiro paterno.

— É uma longa história, papai, não se preocupe comigo, estou bem! — Ela disse, olhando para o quarto de Suan, que estava trancado. Sua mãe ainda estava sonolenta por conta do remédio para pressão. — O que minha mãe tem? — Ela caminhou até Saran, que a fitava com dificuldade.

— Ela está medicada, teve uma queda de pressão e precisou ser atendida em um dos quartos, mas você conhece sua mãe, ela não quis ficar lá, queria esperar Suan aqui.

— E como a Suan está? — Seoyun voltou a fitar seu pai.

— Ela... ela... — Minho abaixou a cabeça, tentando conter a angústia que o afligia a cada minuto. — Ela estava mal quando saiu daqui, filha, foi para... — Minho apontou para uma das salas distantes no fim do corredor, onde Suan estava sendo operada. Ele apontou com dificuldade entre as palavras. — Para a sala de cirurgia. — Colocou o polegar e o indicador nos olhos e os apertou. Seoyun viu os ombros de seu pai subirem e descerem lentamente. Ela engoliu em seco, sem saber o que dizer para acalmá-lo.

O silêncio pairava no ar, denso e carregado de emoções não ditas. Seoyun caminhou até seu pai, envolvendo-o em um abraço apertado, suas lágrimas se misturando.

Por Trás Do Teu Sorriso Onde histórias criam vida. Descubra agora