Após uma conversa esclarecedora com Suan, Seoyun deixou a irmã em um estado de maior calma e conforto. Suan repousava, recuperando-se de mais um exame exaustivo.
Com gestos ternos, Seoyun aconchegou Suan sob o manto azul celeste da coberta hospitalar, depositou um beijo suave em sua testa e saiu para buscar um pouco de água no corredor.
Ali, ela captou fragmentos de uma conversa sussurrada - palavras que poderiam perturbar o repouso de Suan. Seus pais e o médico dialogavam em tons abafados.
- Confesso que o quadro clínico de sua filha é delicado. Os resultados dos últimos exames indicam que Suan precisará, inevitavelmente, de um marca-passo. Ela deverá evitar atividades que coloquem sua vida em risco, sobretudo correr - disse o médico com seriedade, enquanto analisava alguns documentos.
Seoyun absorveu cada palavra, ansiando por compreender mais sobre a condição da irmã.
- Então minha irmã não poderá sequer caminhar comigo até a montanha? - indagou ela, com os olhos marejados e o coração pesado pela angústia.
- Suan poderá ter uma boa qualidade de vida se seguir rigorosamente os procedimentos médicos. Caminhar é permitido, sim, mas sem exageros. Qualquer esforço excessivo pode provocar desmaios frequentes e até levar à morte - explicou o médico, fazendo uma pausa para ajustar seus óculos numa cena tocante.
Ele encarou a jovem que engoliu em seco e se aproximou da mãe que estendia os braços para um abraço consolador.
Após ser chamado por uma enfermeira, o médico se retirou.
Seoyun, após saciar sua sede, vagueava pelo hospital com um copo descartável em mãos. Seus pensamentos flutuavam ao sabor da brisa até que:
- Ai! Mil desculpas, senhor! Não o vi! - Exclamou ela ao esbarrar em Kansuô e derrubar seu copo.
Enquanto tentava limpar a camisa azul anil do homem que tentava tranquilizá-la com um sorriso celestial.
- Não há problema! Estas coisas acontecem - disse ele rindo do jeito desastrado da jovem. Ao reconhecer seu rosto familiar, seu sorriso se desvaneceu. - Você não é a irmã da Suan? - perguntou ele, franzindo o cenho.
- Sim! - respondeu Seoyun reconhecendo o homem alto. - Você é amigo dela que conheci outro dia, não é? O que faz aqui? - perguntou com um sorriso curioso.
- Eu só... vim visitar minha avó. Ela está doente... muito doente - disse ele coçando a nuca num gesto de timidez.
- Sua avó? - Seo-Yun arregalou os olhos surpresa. - Sinto muito! Mas ela está bem?
- Sim! Sim! Ela vai receber alta amanhã! - respondeu ele com um sorriso aliviado.
- Alta? Mas ela não estava muito doente? - Seoyun expressou confusão.
- Estava? - Kan-Suô repetiu confuso e enredado em suas próprias mentiras.
- Foi o que você acabou de dizer!
Ela franziu o cenho num gesto inquisitivo.
- Desculpas! Tenho que ir! - disse Kansuô apressadamente antes de sair correndo e repreender-se mentalmente: "Minha avó? Como pude ser tão tolo!"
Ele se repreendia enquanto batia na própria cabeça.
Seoyun observava à distância perplexa: "Esse cara é maluco".
Ela acelerou o passo para fora do hospital buscando ar fresco
Kansuô observou a jovem se distanciar e, tomado por um súbito ímpeto, decidiu arriscar a sorte. A vergonha o invadia, mas a necessidade de saber onde se encontrava o quarto de Suan era mais forte; não podia simplesmente retornar para casa sem antes descobrir onde ela estava internada.
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Por Trás Do Teu Sorriso
Roman d'amourSeo-Yun, uma jovem estudante, enfrenta constantemente o escárnio de seus colegas devido aos aparelhos ortodônticos que adornam seu sorriso. Em meio a essa adversidade, um evento trágico abala profundamente sua existência.Contudo, em meio à desolação...