Capitólio 14

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Seo-Yun 서윤

Seoyun presenciou o garoto Joon entrar em um carro desconhecido com a menina que lhe fez bem mais cedo. Seu coração ficou aquecido, pois sabia que Kim era uma pessoa boa e que não deveria julgar a garota por sua aparência de rica e feição de patricinha. No entanto, Seo sabia que aquela jovem carregava consigo uma angústia. Talvez por isso ela fosse assim, carregando algo que a afligia. Seo sabia que não era só ela que tinha problemas, mas reconhecia a essência da garota e sentia que deveria se aproximar mais dela e ser uma boa colega de classe, uma vez que todos foram legais e a trataram bem.

Mas Seoyun não gostou muito da coincidência que o destino lhe trouxe: estudar no mesmo colégio do garoto que a derrubou na rua e presenciar a garota em sua pior fase. Além disso, também a fizeram cair no ginásio por falta de atenção com a bola...

Seoyun esperou a chuva passar para ir embora, junto com sua nova amiga Dan. Ela sentiu que era um novo momento para ser feliz e superar a insegurança de ter colegas leais e amizades verdadeiras.

Chegando em casa, Seo se despediu de sua amiga e caminhou sorridente até o portão. Ela admirou o jardim mais uma vez, mas dessa vez o encarou profundamente e notou que ainda havia esperança, e que ela tinha um sonho a ser regado. Então, resolveu regar as flores, pois sua vida começou a melhorar depois de anos.

Mesmo depois da chuva, Seoyun teve o prazer de regar as plantas. Ela sorriu em pensamentos distantes.

— Seoyun? — Sua mãe, Saran, chamou o nome da filha mais nova, que dançava com um balde nas mãos. — Parece que o primeiro dia de aula foi encantador! — Ela sorriu para a filha, que retribuiu o sorriso.

— Foi incrível, mãe. Fiz novos amigos e foi muito legal. Nunca senti vontade de voltar para a escola antes. — Ela fitou sua mãe com profundidade e carisma. Sua mãe sorriu fraco. Seoyun sabia que nem tudo estava perfeito, pois sua irmã estava internada e acabara de abrir mão de seu grande sonho, o que deixava seus pais muito tristes. Além disso, eles haviam deixado para trás o restaurante da família, que era o único sustento. Os pais de Seoyun carregavam uma angústia profunda, com receio de não conseguir recomeçar do zero.

— Eu sei que as coisas não estão fáceis, mãe, mas vamos conseguir, se trabalharmos em equipe. — Seoyun segurou as mãos cansadas de Saran, que lhe respondeu com um sorriso acolhedor e olhos brilhantes.

— Eu sei, minha pequena. Tenho sorte de ter uma família como vocês. Suan vai ficar bem e tudo vai ser como antes.

— Como antes? — O sorriso de Seoyun se desfez. A palavra "antes" lhe trazia lembranças ruins. Tudo bem que a saúde de Suan era o mais importante naquele momento, mas voltar para o outro lado de Seul não estava nos planos de Seoyun.

— Acho que não vamos conseguir abrir um restaurante aqui e obter a renda que temos lá, minha filha. Você sabe que o restaurante é tudo para seu pai, depois de vocês, é claro. Ele batalhou muito para conseguir que aquele lugar fosse reconstruído.

— Eu sei disso, mãe, mas quem sabe essa oportunidade não seja um novo começo de novas oportunidades? Você e o papai fazem os melhores pratos de Seul, isso eu posso provar. Tenho certeza de que o povo aqui também vai gostar da culinária, sem falar da música. Vamos trabalhar juntos e inaugurar um novo restaurante aqui. Suan precisa da nossa força. Se é aqui que devemos estar para apoiar minha irmã, temos que ser fortes. — Seoyun encarou sua mãe e segurou com mais força as mãos brancas de Saran, que deu um leve sorriso.

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