capítulo 10

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Seo-Yun 서윤

Seoyun sabia que aquele primeiro dia de aula na sua nova escola seria diferente. Ela não se importava com o fato de tudo ser novo e de não conhecer ninguém. Para ela, começar do zero era uma oportunidade, não uma angústia, como o medo de ter que encarar Yong-su todos os dias. Era um colégio novo, um recomeço.

Seoyun acordou cedo, determinada e cheia de força de vontade para um novo dia de aprendizado. Ela se levantou da cama, que agora ficava perto de uma grande janela com cortinas azul-escuras, da cor do céu ao amanhecer. Seu sorriso irradiava felicidade, iluminando seu rosto de orelha a orelha.

O uniforme já estava passado e cuidadosamente esticado sobre a mesinha. O cheiro de roupa limpa preenchia o quarto, trazendo uma sensação de frescor. Seoyun suspirou, colocando os pés firmemente no chão. Levantou-se e seguiu para o banheiro, onde tirou a roupa e tomou um banho revigorante. Seus cabelos lisos e negros, como a noite, escorriam com as gotas d'água quente que dançavam nas curvas de seu corpo esguio.

Determinada a lavar toda a alma, Seoyun deixou que tudo o que a afligia fosse levado pelo ralo. Ela suspirou novamente ao sair do banheiro, fechando o box cinza. Enrolou-se em uma toalha branca e usou outra para envolver os cabelos.

Enquanto escovava os dentes, por alguns segundos, encarou seu próprio sorriso no espelho.

- Espero que você não seja um problema nessa nova escola - murmurou, acariciando os lábios. Um semblante de tristeza se fez presente naquele dia feliz.

- Isso não vai mais me afetar. Suan ficaria orgulhosa se me visse assim! - disse, dando um pulinho de determinação e marchando de volta ao quarto.

Vestiu o uniforme, que lembrava o do antigo colégio, exceto pela ausência da cor branca. Seoyun estava pronta para enfrentar o novo dia, com a esperança de que este recomeço trouxesse consigo novas alegrias e conquistas.

Seoyun pega sua mochila preta e suspira fundo, como se estivesse prestes a enfrentar uma nova batalha. Ela desce a pequena escadaria de madeira, cada passo ecoando suavemente, até encontrar sua mãe, Saran, sentada à mesa, perdida em pensamentos. As mãos de Saran repousam sobre a mesa, e seu olhar distante revela uma preocupação que Seoyun não pode ignorar.

- Mãe, bom dia! - diz Seoyun, descendo o último degrau devagar, observando a expressão pensativa de sua mãe.

- Oi, bom dia, filha. Já acordada? - responde Saran, voltando de seus pensamentos com um sobressalto, sua expressão mudando rapidamente.

- O que lhe aflige? Vi que estava com uma cara preocupada - pergunta Seoyun, sentando-se no chão, sobre um tapete cor de vinho. Ela serve um pouco de café do bule que repousa na mesa.

- Não é nada, estava só pensando em como tudo aconteceu tão rápido. Não acredito que Suan está passando por tudo isso. Ela sempre sonhou com as Olimpíadas e, justo quando consegue... - Saran suspira, a dor evidente em seus olhos.

Seoyun encara sua mãe, deixando a xícara sobre a mesa após um gole de café preto.

- Queria que fosse eu, só para não ver o sonho dela desmoronar assim. Você e sua irmã são tudo para mim. Não suporto ver vocês sofrerem - diz Saran, sua voz tremendo.

Seoyun vê sua mãe, sempre o pilar de força e garra, desmoronar discretamente diante dela. A dor que Saran sente é transparente.

- Mãe, calma. Suan é forte, ela está bem. Sabe o que a deixaria mais triste? - Seoyun toca o ombro da mãe e a acaricia, tentando acalmá-la. - Suan não suportaria ver você e o papai assim, tristes. Temos de mostrar força, para que ela seja forte também.

Por Trás Do Teu Sorriso Onde histórias criam vida. Descubra agora