22. Sem opção

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Desculpem a demora, boa leitura.

Beijinhos!

Pelas câmeras, observei quando Soraia entrou com a porra da taser, eu precisava tirar isso dela, parecia uma ditadora descontrolada ameaçando Heloisa até se respirasse errado, me segurei para não jogar o computador na parede quando vi ela dando um choque sem necessidade nela.

Muitas vezes durante os ''castigos'' que aplicava observei que Heloísa chegava à beira da exaustão, mas sempre aguentava, as vezes parecia que não estava sentindo dor, e quando Soraia percebia isso se empenhava até vê-la implorando, e só parava quando sabia que Heloísa não iria aguentar mais.

Por mais que eu apreciasse isso, eu não queria nunca mais Soraia tocando nela, Heloísa é minha e minha irmã iria pagar por cada vez que marcou o corpo dela.

Revirei os olhos quando Soraia colocou uma venda nela. Depois de ter desfilado com Heloísa duas vezes por aí, agora que se preocupava em colocar uma venda, isso era algo que deveria ser feito no momento em que pisou os pés aqui.

Se tinha algo que eu aprendi com meu tio era nunca subestimar uma pessoa, Heloísa pode passar a vida trancada aqui, mas a primeira brecha que encontrar irá fazer uma loucura, ela só precisa encontrar um parafuso mal encaixado para fazer disso uma arma.

Ficar tantos dias sem fazer nada me fez refletir mais afinco sobre assuntos que eu já sabia, colocar medo nela talvez funcione no começo, bater, ameaçar, mas ela tinha um espírito livre e enquanto se lembrar que tem uma família em algum lugar do mundo, vai sempre buscar algum jeito de fugir.

Heloisa precisava de algo aqui para se apegar, que fizesse ela pensar antes de tomar qualquer atitude estúpida, e uma ideia já começava a pairar na minha cabeça.

Se tinha algo que me fazia querê-la ainda mais, era o fato de ser uma puta de uma masoquista disfarçada naquela cara de santinha.

Quando Soraia me contou o quão molhada ela ficou após apanhar com a vareta eu não esbocei qualquer reação, já desconfiava disso desde o momento que fiz ela gozar no meio de uma rebelião, ter a confirmação disso só me fez ter a certeza que ela não sairia dessa casa sob hipótese nenhuma.

Escutei a porta sendo aberta e Soraia segurando o braço dela, a expressão corporal indicava que estava com medo, diria que até ansiosa.

Não foi difícil escutar quando Soraia falou um boa sorte, vira-lata. Ah, minha irmã o que é seu está muito bem guardado, é você quem vai precisar de boa sorte.

A expressão no meu rosto foi suficiente para Soraia sair batendo a porta.

Analisei bem o rosto de Heloísa, antes de me levantar, a dor chata persistia, mas eu ainda era mais teimosa que ela, não segurei o sorriso quando escutei ela falando meu nome, quem diria que um dia sentiria falta de algo assim.

Heloisa estava com o cabelo solto, levemente bagunçado o que eu achava muito atraente, o vestido de alça soltinho ficava muito bem nela, consegui ver algumas marcas nos braços, pernas e na parte do busto que estava descoberto, uma pena não ter sido eu quem fez isso.

Tirei a venda dos olhos dela que estava um tanto assustada, qualquer movimento que eu fazia seu corpo se retraía, talvez medo, expectativa, ansiedade, ou uma mistura desses sentimentos.

- Como se sente? - Perguntou receosa

- Viva!

- Eu soube o que aconteceu... - Mordeu o lábio desviando o olhar, mas voltou a me encarar rapidamente. - Eu sinto muito Sophia, eu sei que nada do que que eu falar...

Nas Prisões Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora