Muito pior do que isso

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P.O.V. Sophia Yasin

Passou um mês que estive com Heloísa, e já havia começado minha vingança contra os malditos italianos, o velho Giancarlo havia acreditado fielmente que o tiro havia me matado, já que não recebeu nenhuma retaliação depois do atentado em Paris.

Sadir garantiu que ele continuasse acreditando que eu havia morrido, ninguém da minha família havia colocado o rosto para fora desde aquele dia, tudo estava calmo. E agora já recuperada do tiro eu conseguia dar um fim nessa história.

O cigarro preso entre meu dedo indicador e médio estava quase na metade, já era o terceiro que havia acendido enquanto observava Soraia agonizando na minha frente.

— Sophia, por favor... — Olhei de soslaio para Kristina que já não tinha mais uma lágrima para derramar.

Fazia duas horas e exatos 14 minutos que Soraia estava na mesma posição, os braços suspenso por correntes enquanto os pés mal tocavam no chão, ela havia desistido de pedir para que eu a soltasse, todas as vezes que olhava para ela eu lembrava de Heloisa sendo torturada enquanto minha mantinha um sorriso sádico no rosto.

A diferença entre eu e Soraia, era que eu não causaria dor em Heloísa sem um motivo realmente necessário.

Seria hipocrisia falar que eu não gostava de vê-la sofrendo nas minhas mãos, ver as lágrimas que ela tanto segurava para não cair fugindo de seu controle ou o jeito que tentava escapar dos meus toques mesmo sem sucesso.

No entanto, a raiva me consumia de pensar em outra pessoa tocando na minha mulher enquanto eu estava ausente, Soraia sabia e se aproveitou disso para torturá-la.

A primeira coisa que fiz quando acordei foi olhar Heloísa pela câmera de segurança, era cedo e não havia nem sinal do dia estar perto de nascer, ela ainda estava dormindo, e deixei ordens para levar as coisas dela para meu quarto assim que não estivesse mais lá, enquanto isso fui atrás de Soraia em seu quarto.

Com o auxílio de dois seguranças não foi difícil trazê-la para um dos quartinhos que temos nos fundos da casa, além de algumas cadeiras velhas, e uma mesa de madeira, a única coisa que tinha era um banheiro simples e alguns instrumentos que usava para torturar meus inimigos.

Kristina fez um escândalo e acabei trazendo ela junto, apesar de ser muito inteligente e ter boa agilidade com armas, no fundo continuava a mesma patricinha, mimada e esnobe que conheci anos atrás.

Coloquei o que restou do cigarro no cinzeiro, peguei a taser em cima da mesa de madeira e caminhei até estar de frente para Soraia, a única peça de roupa em seu corpo era a calcinha preta que usava, as marcas do chicote eram bem visíveis, principalmente na barriga, pernas e nas costas, algumas dessas marcas eram profundas o bastantes para sair pequenos filetes de sangue.

Minha irmã que sempre estava impecavelmente vestida com suas roupas caras e cabelo sem um fio fora do lugar, nesse momento se encontrava sem roupa, com o corpo machucado e o cabelo uma verdadeira bagunça.

— Já chega, Sophia... — A voz vacilou ao mencionar meu nome.

— Alguma vez parou quando Heloísa pediu?

— Eu já entendi, nunca mais vou chegar perto dela.

— Você só tinha que garantir que ela não fugisse até eu me recuperar.

— Sophia, eu fiz o que precisava.

— Me escute bem Soraia. — Apertei as bochechas dela entre meus dedos sem qualquer delicadeza e me encarou com os olhos marejados. — Eu mando nessa casa e na porra dessa família, quando der uma ordem você vai obedecer não interessa o quanto não concorde.

Nas Prisões Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora