Seis

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Juliette aceitou e assinou os termos do contrato e lá estava ela no aeroporto para viajar e fazer as fotos.

Coincidentemente o local das fotos era bem na região da cidade onde vivia Rodolffo.  Pensou em mandar mensagem, mas recuou por não  saber se teria tempo para conversar.

Já no local que aliás achou lindíssimo foi informada de que algumas fotos teriam um elemento masculino.

Ficou desagradada pois o contrato não mencionava que haveria outra pessoa, mas no fim lá aceitou.  Eram só meia dúzia de fotos disse a produção.

Finalizou as fotos sózinha com os mais diversos tipos de lingerie  e biquínis.
Foi conduzida a uma tenda onde descansaria e aguardaria a próxima sessão pois neste momento outros modelos iam fotografar.

Serviram um almoço ligeiro e cerca das 16 horas estava pronta para novas fotos.   Estas seriam já com o seu par.

Caminhou até ao cenário.  Sorriu ao avistar um vulto que ela conhecia de olhos fechados.  Ele estava de costas e não a viu chegar.
Aproximou-se dele e ao sentir o cheiro do perfume, no mesmo instante ele virou-se.

Ficaram sem palavras a olhar um para o outro.  Juliette deu o primeiro passo e abraçou-o.  Ele correspondeu, apertando-a junto ao peito.

— Já se conheciam? - perguntou o fotógrafo.

— Muito bem. - respondeu Juliette.

— Então assim fica mais fácil.  Vamos lá começar.

A sessão de fotos foi um sucesso.  A química entre os dois era vivenciada por todos.  Eles não se inibiam das fotos mais ousadas.  Um encostar de lábios,  uma língua marota,  uma mãozinha aqui e ali.  Eles fotografavam como se estivessem sózinhos naquele cenário.

Tão embrenhados estavam nas fotos que a certa altura,  Rodolffo teve que  disfarçar o seu entusiasmo bem saliente.  Pediu um intervalo e foi tomar um banho gelado, enquanto Juliette olhava o resultado das fotos e conversava com o fotógrafo sobre as seguintes.

A seguir surgiu um por-do-sol com as cores mais lindas, jamais vistas.  A silhueta dos dois a olhar para o horizonte era magnífica. 

Sem ter nada a ver,  pediram ao fotógrafo uma série de fotos naquele cenário.  Guardariam para sempre o dia do seu reencontro.  Quem sabe um dia postariam aquelas fotos sem medo de julgamentos.

— Estás hospedada onde?

— Em lado nenhum.  Vim hoje de São Paulo e regresso hoje também.

— Que pena.  Podíamos conversar.

— Não posso ficar.  Amanhã de manhã cedo tenho trabalho.  Estes dias têem sido assim.

— Comigo também tem sido assim.   Promete arranjar um tempinho para termos uma conversa.

— Vou ver.  Eu ligo-te.

— Gostei de te ver e amei trabalhar contigo.

— Eu também.   Estava com saudades.

Estavam os dois na tenda.  Juliette foi chamada pois iam partir para o aeroporto.  Deu um selinho em Rodolffo e quando virou costas ele puxou-a para um beijo selvagem.

Soltaram-se com falta de ar, Rodolffo passou o dedo pelos lábios dela como que a limpar o baton borrado, deu-lhe outro selinho e deixou-a ir.

Simples questão de tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora