Quinze

84 13 10
                                    

Os meses passaram rápidamente.   Juliette teve uma gravidez bem tranquila sempre em casa de Rodolffo.

Voltou algumas vezes a sua casa para trabalho e visitar a família.   Mainha tem andado de lá pra cá, mas agora que a netinha nasceu, ela vai ficar um tempo.

Leonor nasceu de parto normal no tempo certo.  Rodolffo sempre acompanhou Juliette nas consultas e exames e como era expectável lá estava ele choroso na hora em que Leonor veio ao mundo.

Acabaram por se mudar para uma casa maior e com um jardim imenso onde dona Leia gosta de passar as horas cuidando das flores.

Juliette deixou a decoração do quarto da filha por conta de Rodolffo e só quis ver depois de pronto.   Chorou imenso.  O quarto ficou a coisa mais linda do mundo.   Rodolffo sempre gostou de design e decoração e Juliette ouvia sempre a sua opinião quando queria este ou aquele artigo decorativo.

Alice acabou por se separar do companheiro que hoje colabora com outros influencers, já a ela, restou-lhe aceitar o emprego de balconista numa loja de roupas femininas.

Juliette tem sido muito sondada para   campanhas de grandes marcas de roupa e outros artigos de bébé.   Por agora tem recusado todos.   Ainda não apresentou o bébé ao mundo e por hora não o quer fazer.

Fez alguns ensaios enquanto grávida, mas com a filha quer ser mais cautelosa.

— A nossa filha é bem fotogénica.   Olha essa foto aqui, Juliette!

— Linda como a mãe dela.

— E é mesmo, não vou mentir.  De mim só tem a boca.
Não me canso de tirar fotos de vocês as duas.

— É, mas vem aqui agora que eu também quero fotos dos dois.  Tira a camisa.

— Sem camisa?

— Sim.  Coloca a Leonor só com fralda sobre o teu peito.

Depois de muitos clics, Juliette e Rodolffo foram analisar as fotos.

— Com estas fotos,  duvido haver uma mulher que não quisesse um filho contigo.  Estão muito bonitas.

O sol entrava pela janela e iluminava o quarto.  Rodolffo estava  encostado na cabeceira da cama com a filha no peito que entretanto adormecera, chamou-a para se juntar a eles.

Juliette sentou-se ao lado dele e logo foi abraçada.  Deitou a cabeça no ombro dele e ficou alternando o olhar entre um e o outro.  Posicionou a máquina e tirou uma selfie.

A seguir pousou a máquina e beijou-o.  Um beijo que só não foi mais longe por ela ainda estar de resguardo.

— E pensar que há poucos meses fugias de mim.

— Arrependo-me muito dessa época.  Fui infeliz e tu também.

— Mas reagiste e isso é que importa.

— Tive sorte por teres sido paciente.

— Eu sabia que o que era meu estava guardado.  Como dizem os sábios,  é só uma questão de tempo.

Juntaram as mãos com a da filha e trocaram vários beijos.

FIM

Simples questão de tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora