Doze

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Rebeca começou a contar tudo.

— Eu conheci a Juliette,  numa acção publicitária que ela fez.  Eu fazia parte do evento e num dia de filmagens,  não gostei da atitude de um dos câmaras e discuti e xinguei ele.
Juliette assistiu a tudo e exigiu que eu me retirasse pois não tinha gostado do modo que eu falei com o camera.

Fui demitida de imediato e até hoje tem sido difícil encontrar trabalho.   Faço uma participação aqui outra ali, mas nada fixo.

Há algum tempo recebi um telefonema da produtora da Juliette.   Ofereceu-me algum dinheiro e a promessa de trabalho.   Só teria que assediar o Rodolffo e colocá-lo em situações embaraçosas.

Pagou-me a passagem para vir no mesmo avião que tu e também um mês no hotel.  Por isso ainda estou por aqui.

— O hotel foi pago por ti ou directamente por ela?

— Ela fez a reserva e pagou.  Eu até queria que ela me desse o dinheiro e eu reservava, mas ela quis garantir um mês para o caso de ser difícil conseguir provas da traição.

— Não vales nada.  A Juliette teve razão em te excluir.  Podes ir embora e não vale a pena desmentires alguma coisa que está tudo gravado.
Ah! Nada de contar à produtora da Juliette que foste descoberta.  Descansa que disso nos encarregamos nós.

— Não vou desmentir nada.  Quero é ficar longe deste assunto.

Rebeca saiu.  Rodolffo apertou a mão a Márcio que era simplesmente um seu colaborador e começaram a rir.

Juliette chegou no dia seguinte.  Rodolffo foi buscá-la ao aeroporto e ficou surpreso porque ela trazia duas malas enormes.

Quis perguntar se ela vinha para ficar, mas não ousou.

Juliette entrou no apartamento e ele foi logo mostrar-lhe tudo.

— É bonito, mas eu não queria criar os meus filhos num amontoado de betão.

— Mas eu tenho tudo pensado.  A parte mais difícil é trazer-te para cá.  O resto é fácil.  Conseguir um casa ideal para crianças é o mais fácil aqui.  Eu só vivo aqui porque é de manutenção mais fácil.

Mas porque é que estás a falar de crianças?

— Porque logo eu vou chegar, papai. - disse Juliette sentando-se no sofá e entregando-lhe o ultrassom feito nos últimos dias.

Rodolffo ajoelhou-se na frente dela, abraçando a  sua cintura e deixando muitos beijos na barriga.
Depois segurou no rosto dela e beijou-a também.

— Agora vais viver aqui comigo?  Foi por isso que trouxeste muitas malas?

— Sim, mas ainda vou ter que me ausentar algumas vezes a trabalho.

— Eu vou contigo sempre que puder.  Agora não vos largo.
Estou tão,  mas tão feliz.

— Nem nós queremos e também estou feliz.

Juliette tinha saído de casa sem contar os seus planos a ninguém.   Queria tomar a decisão sózinha e sem interferência de terceiros.

Simples questão de tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora