Onze

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— Oi meu amor, como estás?

— Estou bem, Rodolffo.   E aí, conta essa marmota das fotos que andam por aí a circular.

— Tu não acreditaste, pois não?  É só uma fã maluca.

— Não acho.  Tem coelho nesse mato.  Eu já vi essa mulher, mas não lembro onde.

— Sério?  Achas que alguém armou isso.

— Desconfio.  Ela não apareceu mais?

— Não, mas eu não tenho saído de casa.

— Porquê? 

— Por causa de um trabalho.

— Se a voltares a ver dá-lhe corda para ver se descobres a mando de quem ela está a fazer isso.

— Juliette,  não gosto dessas coisas.

— Vá lá.  Eu preciso saber quem é que nos quer prejudicar. Eu vou aí amanhã.   Vou ficar uns dias contigo, posso?

— Que pergunta tão tola.  Claro que deves.  Por mim não saías mais daqui.

— Olha que eu sou capaz de aceitar!

— Não tens coragem.

— Fia-te na virgem e não corras.  Tenho uma notícia para ti.

— O que é?

— Amanhã conto.  Tchau.   Beijo, te amo.

— Também te amo.  Beijo.

Nessa noite, Rodolffo resolveu sair para jantar.  Já estava sentado e ia iniciar a refeição quando Rebeca entrou.
Mal o viu, dirigiu-se a ele.

— Olha quem está aqui?  Estás sózinha?

- Estou.

— Senta-te aí e faz-me companhia.

— Eu disse que não te ia incomodar mais.

— Mas não tem mal duas pessoas jantarem.  Qual é o teu nome?

— Rebeca.

— Então,  Rebeca faz-me companhia.

Jantaram e conversaram como se fossem amigos de longa data.  Rodolffo tentava subtilmente saber mais sobre ela, mas reparou  nos jogos de palavras dela para evitar responder.

— Podíamos ir beber um copo a algum lugar, Rodolffo.

— Só se for ao meu apartamento.

— Estás com medo de nos verem juntos?

— Não.   Só quero estar à vontade.

— Então vamos.

— Vou pagar a conta.  Espera aqui.

Rodolffo dirigiu-se ao balcão e enquanto pagava, fez um telefonema rápido.

Dirigiu-se de novo à mesa e saiu com Rebeca.   Em pouco tempo estavam à porta do apartamento dele.

— Que lugar chic.  Vives sózinho?

— Sim, mas neste momento não estamos sozinhos.  Podes sair  Márcio.

— Boa noite.  Agente Márcio da polícia militar.
Márcio retirou um cartão do bolso que mostrou de longe a Rebeca.

— O que se passa aquj, Rodolffo?

— Só quero saber quem está por trás das fotos de nós os dois que andam por aí a circular?

— Ninguém.  Eu é que pedi para tirarem.

— Com que objectivo?  Ninguém sózinho faz isso.   Ou contas aqui ou na delegacia.  Eu já apresentei uma queixa contra ti.

— Eu não posso ser presa.  Tenho cadastro sujo.

— Então conta.  E vou gravar tudo para que não possas desmentir. Começa.

Rodolffo e o "Marcio" nome fictício posicionaram o telemóvel para gravar.

Rebeca, completamente  aterrorizada e temendo ser presa começou a falar.

Simples questão de tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora