Segurança

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POV: Anong.

Desperto lentamente de um sonho do qual não consigo recordar, mas acredito ter sido um sonho erótico porque me sinto excitada. Ainda mais adormecida do que acordada, percebo uma sensação gostosa entre as minhas pernas, como se alguém estivesse me tocando. Deve ter sido um sonho vívido.

Enfim, recobro minha consciência e me lembro de que não estou sozinha nessa cama. Sinto o peso suave da cabeça de Chaise sobre o meu peito, o calor de seu corpo aconchegado ao meu, seu cheiro e sua respiração suave como de quem ainda dorme profundamente.

Nós ainda estamos na mesma posição em que adormecemos. Ou quase. Me dou conta de que uma de suas pernas está entrelaçada entre as minhas e a sensação de prazer que sinto vem da leve pressão que sua coxa exerce sobre mim.

Meu rosto esquenta. Tudo o que eu não precisava agora era começar a sentir tesão pela minha assistente.

Tento me desvencilhar de seu corpo devagar e suavemente para não acordá-la. Porém, isso a tira do sono profundo e faz com que ela me abrace mais forte, ainda em um estado de sonolência. Ao fazer isso, ela também eleva sua perna, pressionando-a contra mim e fazendo uma onda de tesão subir pelo meu ventre.

Não tenho escolha senão me desvencilhar dela de uma forma mais brusca para conseguir tirar sua perna do meio das minhas. O que inevitavelmente acorda não só minha assistente, mas Luna, que dormia aos pés da cama.

- Bom dia. - Ela diz bocejando.

- Bom dia. - Digo alcançando meu telefone que estava sobre o criado mudo.

- Que horas são? - Ela pergunta se espreguiçando.

- Faltam quinze minutos para as onze.

Minha assistente praticamente pula de susto.

- Como assim? Nós dormimos isso tudo?

- Bom, acho que ficamos conversando até uma três da manhã ontem a noite, então faz sentido nós acordarmos mais tarde. Mas não tem problema, hoje é sábado. Ou você tinha algum compromisso marcado?

- Não, eu não tinha um compromisso.

- Então por que o susto?

- Nada não. - Seu rosto fica levemente corado e ela desvia o olhar do meu, mas decido não insistir.

- Bom, vou me aprontar pra ir pra casa. Obrigada mais uma vez por tudo. - Chaisee diz se levantando.

Essa frase me provoca uma sensação de agonia. Eu simplesmente não estou pronta para me despedir dela. A companhia de Chaisee é tão gostosa e eu ainda me sinto tão chateada por PP... Preciso dela por perto, ao menos por mais algumas horas, porque não sei o que será de mim quando estiver sozinha nesse apartamento novamente.

- Espera. - Eu puxo seu braço a impedindo de se levantar. Por ainda estar embriagada em sua preguiça matinal, Chaisee se aconchega em mim instintivamente ao retornar para a cama. - Eu acordei morrendo de vontade de almoçar em um dos meus restaurantes preferidos aqui em Bangkok. Me faz companhia?

Chaisee rola para o lado na cama com preguiça, ponderando se aceita ou recusa o meu convite.

- Eu adoraria, mas não tenho roupa limpa.

- Espera um pouco.

Eu me levanto e vou até meu guarda roupa. Depois de procurar por alguns instantes, encontro um conjunto branco de moletom que já não me serve tão bem por ficar levemente justo demais para o meu gosto. Considerando que o tempo ainda está nublado, parece uma escolha apropriada.

- Aqui. - Coloco o conjunto sobre a cama. Em seguida o rosto da minha assistente fica corado e eu não sei dizer o motivo. Será que ela fica sem graça de usar minhas roupas? Eu complemento dizendo. - Ah, e pode ficar com esse conjunto, ele fica meio apertado em mim. - Quando eu digo isso, sua expressão se suavisa. Acho curioso, mas tento não pensar muito a respeito.

A Assistente: O amor pode estar aonde você menos espera.Onde histórias criam vida. Descubra agora