POV: Anong
- Anong, eu preciso te contar uma coisa... Mas... - Ela é interrompida pelo choro que deixa sua voz embargada. Eu não suporto ver ela chorando.
Seco suas lágrimas e seguro sua mão em seguida, na intenção de confortá-la. Chaisee aperta minha mão e a massageia entre as suas, algo que ela sempre faz quando está nervosa. Ela respira fundo e começa a falar.
- Lembra do que eu te falei sobre esse anel aqui? - Eu aceno que sim com a cabeça. - Ele era da minha mãe. Quando meus pais faleceram, eu fui morar com meus tios...
Escuto atentamente sem apressá-la ou interrompê-la. Em inúmeros momentos, Chaisee tem a necessidade de pausar a história para se recompor. Fica claro pra mim que essa é a primeira vez que ela fala sobre isso com alguém. À medida que ela prossegue, sinto meu ódio aumentar. Não me surpreende que seja tão difícil pra ela confiar. Ela descobriu que a pessoa que ela amava a havia traído justamente no momento em que mais precisava de seu apoio.
Meu sangue ferve de tal maneira que eu sequer consigo disfarçar meu ódio.
- Depois disso eu consegui alugar minha kitnet e me tornei sua estagiária e aqui estamos... - Ela ainda não consegue me olhar nos olhos, parece estar com medo de mim.
- Olha pra mim.
Ela ergue seu olhar, hesitante. Mas não diz nada.
- Você é a pessoa mais forte que eu já conheci. - Digo com profunda admiração, porque eu não sei onde eu estaria se tivesse passado pelas mesmas coisas que ela passou.
- Forte? Eu sou é uma hipócrita! Me sentindo toda possessiva com você depois de falar com tanta propriedade sobre amor e posse não serem a mesma coisa. Eu realmente acredito no que eu te disse, mas estou tão insegura que não consigo conter o meu ciúme. Ontem eu travei uma batalha gigante comigo mesma, porque racionalmente eu sabia que você não tinha feito nada de errado, mas tudo o que eu queria fazer era jogar o seu celular pela janela do carro.
- Chaise... - Eu não consigo ver essa mulher chorar, daria tudo pra poder sentir essa dor por ela.
- Anong, você entende agora porque eu disse que não estava pronta pra isso? - Ela gesticula para nós duas se referindo ao nosso relacionamento. Meu sangue gela. Porque eu sinto como se ela estivesse prestes a terminar comigo?
- Mas agora já estamos apaixonadas uma pela outra, é tarde demais. O que você quer que eu faça?
- É esse o ponto, não tem nada que você possa fazer. Você é uma mulher absurdamente linda e sedutora, rodeada de amigas próximas que flertam com você por diversão, fãs malucas que te agarram na rua e atrizes e modelos tão lindas que eu quero chorar de raiva toda vez que penso na idéia de você perto de alguma delas. Ontem eu consegui agir como uma pessoa racional, mas e se na próxima vez eu jogar o seu celular pela janela do carro?
- Eu compro outro.
- Eu to falando sério.
- Eu também tô. Chaise, me escuta bem. - Busco seus olhos com os meus e profiro com toda a sinceridade do mundo. - Sabe quantos anos eu esperei você surgir na minha vida? Desde que eu descobri o conceito de amor, vivi me perguntando se eu um dia iria sentir isso por alguém. Se cortar algumas liberdades, me resguardar mais e estabelecer limites com as pessoas mais próximas de mim é o que eu preciso fazer pra proteger o seu coração até que ele esteja forte de novo, é exatamente isso que eu vou fazer.
Lágrimas escorrem copiosamente de seus olhos e eu imediatamente as seco com minhas mãos com ternura de delicadeza.
- Eu não posso te pedir uma coisa dessas.
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A Assistente: O amor pode estar aonde você menos espera.
Romance"- É isso que você acha que eu vou fazer? Você não confia em mim a esse ponto? - Me deixa terminar. Não é sobre você, é sobre mim. Não é sobre o que você faria ou deixaria de fazer. É sobre o que eu te deixaria fazer comigo. - ... - Anong, eu não só...