Sobrevivência

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Gente, peço desculpas, mas o capítulo de hoje vai machucar o seu coração.

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POV: Anong

Meu coração salta no peito. Estou no endereço do prédio de Chaisee, mas não sei qual é o número de sua kitnet. Observo as janelas pelo lado de fora do prédio, me sentindo uma stalker como a que estava perseguindo Chalita, talvez eu seja.

Penso em apenas ir embora. Se Chaisee quisesse falar comigo, teria atendido minhas ligações ou respondido minhas mensagens. Não sei se o que estou fazendo é certo.

Mas o que ela fez, ir embora sem dizer nada depois do que aconteceu entre nós também não foi certo, eu tenho o direito de poder olhar em seus olhos e receber uma explicação.

Presumo que nesse prédio haja apenas kitnets, porque todas as janelas na parte lateral do prédio tem um varal embutido para que se estendam roupas para secar, imagino que para economizar espaço interno. Reconheço em um desses varais, algumas das roupas que já vi Chaisee usando, então calculo o andar e a posição de sua unidade, descobrindo então sua localização. A sensação de que sou uma stalker louca se torna ainda mais forte, mas a saudade que sinto dela e a ânsia em meu peito de tê-la em meus braços novamente, agora sabendo que ela é a pessoa por quem me apaixonei duas vezes... É como se não houvesse escolha, eu simplesmente preciso fazer isso.

Entro no prédio juntamente com um entregador que acabou de ter seu acesso liberado após tocar o interfone e sigo para o que eu imagino ser a unidade correta.

A sensação que tenho é de que vou desmaiar de ansiedade ao tocar a campainha. Cada segundo que aguardo a porta ser aberta é um palpitar do meu coração que me faz acreditar que ele pode colapsar a qualquer momento, tamanha é a força da palpitação.

A mulher que amo abre a porta e assim que seus olhos encontram os meus, um arrepio atravessa a minha espinha. Sua expressão é de choque. Ela com certeza não esperava que eu fosse aparecer aqui. Seus olhos estão fundos e seu nariz avermelhado. Meu instinto ao concluir que ela esteve chorando é envolvê-la em um abraço apertado e sanar o que quer que a esteja machucando. Mas percebo sua postura reservada e pouco convidativa, então permaneço no lugar, esperando pra ver o que ela vai dizer.

- A Fon já me atualizou da situação, me disse que Chalita vai ficar bem. Você não precisava vir até aqui. - Ela diz em um tom impessoal, desviando seu olhar do meu.

- Nós duas sabemos que não é por isso que eu estou aqui. Posso entrar?

- É melhor não. - Ela diz sem nem entreter a idéia de me deixar entrar. Eu sinto como se alguém tivesse enfiado uma faca no meu peito.

- Então é isso? Você vai fingir que nada aconteceu na outra noite? Vai me pedir pra fazer algo que te faça me odiar pra ficar mais fácil? - No momento em que eu referencio seu poema mais recente, ela ergue seu olhar para me encarar.

- Desde quando você sabe? - Ela pergunta.

- A menos tempo que você.

- Então você sabe exatamente porque eu quero colocar um fim nisso. - Essas palavras me rasgam por dentro. Apenas cogitar viver em uma realidade em que essa mulher não está ao meu lado doi mais do que o meu peito é capaz de suportar.

- Do que você está falando? - Ela suspira com pesar antes de responder.

- Você quer mesmo que eu diga? - Eu aceno que sim com a cabeça. Ela ergue sua mão e aponta para a aliança de compromisso que tem com ela mesma em seu dedo anelar. Eu me lembro da história que ela me contou, o motivo de usar esse anel. - Você sabe o voto que esse anel representa, a promessa que fiz a mim mesma de nunca mais deixar alguém pisar no meu coração... - Eu a interrompo.

A Assistente: O amor pode estar aonde você menos espera.Onde histórias criam vida. Descubra agora