A Noiva do Meu Pai

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O primeiro capítulo da nova história que estou escrevendo já está publicado. Vou deixar uma amostra aqui, o restante do capítulo está disponível no meu perfil.

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POV: Lalana

Para tudo nessa vida existe uma primeira vez.

Nem mesmo quando eu era a pior versão de mim mesma, nem nos meus tempos mais imorais, eu teria cogitado a ideia de uma noite de sexo casual com uma completa desconhecida. Mas ao perceber que acordei sozinha nessa cama queen-size nesse quarto de hotel, me dou conta de que foi exatamente isso que eu fiz.

Acho que uma parte de mim não acreditou quando ela me disse que iria embora antes que eu acordasse. Não que eu tivesse qualquer motivo para duvidar de suas palavras, até porque ela foi muito clara e enfática sobre isso. Mas a verdade é que eu não queria acreditar que a conexão mais intensa que eu já senti em meus 23 anos de existência seria como um raio que me atingiu de forma avassaladora e eletrizante para nunca mais cair no mesmo lugar.

Rolando na cama, embriagada em minha preguiça matinal, inebriada com o perfume dela ainda impregnado no lençol misturado ao cheiro de sexo que ainda se faz presente na cama, revivo flashes da noite passada. Rio da ironia. Quem diria que o melhor sexo da minha vida aconteceria com uma mulher que eu nunca mais veria de novo?

Verifico a hora no relógio. Nove e quarenta e quatro da manhã. Ainda tenho algum tempo para ficar de preguiça até meu compromisso na hora do almoço. Não quero pensar em todas as formas de tortura medieval que eu me submeteria em troca de me livrar do que me aguarda mais tarde. Ao invés disso, decido aproveitar esse tempo para me abrigar nas memórias tão vívidas da noite anterior.

17 Horas atrás / POV: Lalana

Acordo da soneca que tirei em uma tentativa de me recuperar do jet lag causado pelo fuso horário de seis horas, e pela viagem de doze horas de Londres até Bangkok. Verifico a hora no relógio de parede do meu quarto de hotel, são quatro e dezesseis da tarde. Suspiro em frustração, perdi o dia todo.

Não que eu tivesse algo planejado pra hoje, eu sabia que precisaria descansar, então decidi que viria um dia antes do necessário. Mas depois de cinco anos fora, gostaria de passear pela cidade um pouco antes de ir embora (pretendo voltar para Londres assim que terminar o que vim fazer aqui, nem um segundo depois).

Tento me animar com o pensamento de que mesmo que tenha perdido o dia, ainda tenho tempo de sobra para tomar um banho, ir comer alguma coisa e curtir a noite na cidade, pelo menos.

Tomo um banho demorado, grata pelo ar-condicionado do quarto gelar o banheiro também, o que me permite aproveitar o prazer de um banho quente apesar do calor excruciante dessa cidade.

E falando sobre calor, minha escolha de vestuário foi um short branco que cobre apenas um terço das minhas coxas, uma blusa de seda preta e um par de sandálias de salto baixo. Como acessórios, eu escolhi um colar dourado delicado que combina com a blusa e brincos de argola pequenos também dourados.

Depois de um jantar maravilhoso no restaurante do hotel, decido visitar um bar que eu gostava muito de frequentar quando ainda morava na cidade. Rio com o pensamento de que essa será a primeira vez que entro no bar com a minha identidade real, já que costumava usar uma identidade falsa para entrar sendo menor de idade na época.

O lugar não mudou muito nesses cinco anos que estive fora. Vou até o balcão pedir uma bebida (Um espresso martini, na esperança de que a cafeína do cocktail me ajude a combater o sono remanescente do meu jet lag) e apenas aproveito a música animada do ambiente, observando as pessoas dançando e se divertindo. Não tenho pretensão de interagir com ninguém, afinal de contas, em menos de dois dias estarei voltando para Londres.

Uma mulher dona de uma beleza quase sobre-humana chama a minha atenção na pista de dança. Ela se move com tanta sensualidade e exala uma energia dominadora tão forte que mesmo de longe consegue fazer minhas pernas tremerem. Me sinto magnetizada, não consigo tirar meus olhos dela. A forma como todas as pessoas (majoritariamente mulheres) na pista de dança parecem gravitar ao seu redor, disputando sua atenção, ansiando por sua vez de dançar com ela e poder tocá-la mesmo que por alguns instantes.

Ela veste uma calça jeans larga e rasgada, uma camisa cropped preta que expõe quase todo seu abdômen definido e a barra de sua calcinha da Calvin Klein e uma corrente de prata. Seu cabelo está penteado para trás, o que destaca a linha de sua mandíbula e seu rosto que sinceramente é o rosto mais lindo que eu já vi na minha vida. Rosto esse que se ilumina com um sorriso radiante de quem está genuinamente se divertindo e se deixando levar pelo ritmo da música. Uma cena absolutamente linda de se ver.

A mulher ergue seu olhar felino em minha direção e no exato momento em que nossos olhos se encontram, um arrepio avassalador atravessa a minha espinha.

Quem é essa mulher?

Envergonhada, me viro de frente para o balcão, bebericando o meu cocktail e retomando o fôlego. Sinto que alguém está parado atrás de mim e imediatamente percebo um perfume delicioso que me deixa inebriada.

Um arrepio eletrizante sobe pela minha nuca quando a respiração quente de quem está atrás de mim atinge meu cabelo e antes que eu tenha a chance de me virar para ver quem é, sua voz levemente grave e aveludada sussurra ao meu ouvido.

– Seus pais não te ensinaram que é feio encarar? – A sensualidade em sua voz faz meu coração acelerar. Quem é essa mulher e por que ela tem esse efeito sobre mim?

Me viro em sua direção e, puta que pariu, ela consegue ser ainda mais linda de perto. Tento disfarçar meu nervosismo antes de responder.

– Eu fui aquele tipo de criança criada por babás. – Digo no mesmo tom sinuoso, porém falando a mais absoluta verdade.

– Posso te pagar outra rodada? – Ela pergunta apontando para a taça de espresso martini quase vazia em minha mão.

– Eu adoraria, mas não posso.

– Comprometida?

– Não. Porém, estou apenas de passagem por Bangkok.

– Isso é perfeito. – Ela diz com um sorriso de satisfação no rosto.

– Como assim? – Pergunto genuinamente confusa.

– Posso? – Ela aponta para a banqueta ao lado da que eu estou sentada. Existe algo de muito sensual em uma mulher deslumbrante com tanta presença e energia dominante como ela pedindo consentimento para fazer algo, mesmo que seja uma coisa simples como tomar um acento. Eu apenas aceno que sim. – Eu não vou te dizer o meu nome, você não vai me dizer o seu. Nós vamos aproveitar a companhia uma da outra essa noite, e amanhã, tudo que teremos uma da outra são as memórias desse momento juntas. Você topa?

Meu coração erra uma batida com a audácia de sua proposta. Porém, me dou conta que sou fisicamente incapaz de dizer não para essa mulher. Me vejo petrificada diante da dimensão do poder que ela tem sobre mim.

– Por que nós faríamos isso? – Pergunto simplesmente porque quero saber quais são suas motivações, ciente que sua resposta não vai interferir no fato de que eu já decidi aceitar sua proposta.

– Porque eu estou aproveitando minha última noite de liberdade antes de abrir mão dela por algo maior... E você... Considerando a forma que você estava me olhando agora há pouco, eu diria que a minha companhia seria pra você uma forma agradável de desfrutar de sua visita à cidade. – Novamente com esse tom de voz sinuoso. Ela sabe exatamente o que está fazendo... Ela tem plena consciência de seu poder de sedução.

– Abrir mão da sua liberdade por algo maior? Você quer dizer como um "dating ban"  em um contrato com um estúdio, uma produtora ou um concurso de miss?

– Não não, se vamos fazer isso, nós não podemos saber nada específico sobre a vida uma da outra. Topa ou não?

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O capítulo completo já está publicado, é só procurar a história no meu perfil.

A Assistente: O amor pode estar aonde você menos espera.Onde histórias criam vida. Descubra agora