As luzes de todo o palácio estavam apagadas, para não levantar suspeitas, as paredes frias do quarto refletiam o humor da garota ali presente. O olhar sem vida, que era completamente diferente do seu habitual, seguia vagando pela escuridão de seu amplo quarto, a espera do chamado para sua saída.
Inquieta, ela tremia sua perna direita. Sentada em sua escrivaninha, terminava sua pequena carta de despedida, a qual seria entregue pelo mordomo à sua... ex garota?...
— Vossa majestade. — Timotí, o mordomo, abriu lentamente a porta do quarto, chamando-a em voz baixa, para não deixar que ninguém mais o ouça.
A menina se levantou e andou em direção a porta, sem dizer uma palavra, apenas fazendo um leve aceno com a cabeça ao passar pelo homem.
Se direcionou ao hall de entrada de Kongelige Slott, onde sua família já a esperava para a despedida.
A rainha, Katrina, andou em passos curtos e rápidos até a filha, e Haholrd, o rei consorte, veio logo após.
— Vamos nos ver logo querida. — A mais velha segurou o rosto da filha caçula enquanto falava. A princesa então segurou as lágrimas e sorriu em uma tentativa de confortá-la.
Haholrd se aproximou e, sem dizer uma palavra, apenas beijou a testa da menor.
Ela respirou fundo, dando alguns pequenos passos para frente, ficando próxima de Normann e Emilie.
— Vai ficar tudo bem, ok? – A princesa consorte falou, no tom calmo e sereno de sempre, tentando transmitir um pouco de esperança para a cunhada.
— Eu vou dar um jeito nisso ta. Confia em mim, logo estará de volta em casa. – Normann puxou a irmã para um abraço caloroso e doloroso.
— Fala pro Oliver que eu mandei um beijo ta... e diz que amo ele. – Ela disse sem sair do abraço, e embargando levemente a voz.
— Majestades, está na hora. – Timotí interrompeu o momento para avisar.
— Certo... – Katrina respirou fundo, gesticulando para que as portas fossem abertas.
— Até breve, meu amor... – Disse ela à filha.
A princesa tomou fôlego, ajeitou seu casaco, colocou as mãos nos bolsos apertando-as, e por fim, saiu acompanhada de seu mordomo e guarda-costas.
Do lado de fora, a neve caía na grande escadaria, o inverno da Noruega sempre foi rigoroso. Eram cerca de três da manhã, sair na surdina da noite parecia a melhor opção para quem fugia do país.
A luz do refletor externo reluzia na garota, deixando bem visíveis seus traços. O cabelo loiro e liso pouco abaixo dos ombros, seus olhos verdes menta brilhando com a luz, o nariz pequeno e arredondado, os lábios finos e pálidos, tudo em contraste com sua pele lívida.
Suas roupas eram escuras, em teoria, seriam para não chamar atenção na noite em questão, mas na realidade, todos sabiam que o real motivo era a persistência do luto da garota. O sobretudo que cobria até seus joelhos, era preto, e logo onde ele acabava, começava o comprimento de suas botas altas.
Ao entrar no carro, as instruções começaram.
— Você vai chegar e ser levada diretamente pra um hotel, onde vai ficar o dia todo. Não tenha medo, a guarda estará lá, todos disfarçados pra sua segurança. – Timotí iniciou. Fez uma pequena pausa, esperando a concordância da princesa. — No dia seguinte, você será levada para o internato. A diretoria sabe da sua situação e vai te explicar melhor como as coisas vão funcionar por lá. Vai poder entrar em contato com seus pais em dias específicos, os quais serão previamente informados para a coordenação do colégio que vão repassar pra você. – Novamente, esperou a concordância para prosseguir com a fala. — Última coisa... Qual seu nome?
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Todas as vezes que o mundo ficou em silêncio
Teen FictionNorah Olsen, é uma garota de 16 anos em um internato do Canadá. Aparentemente, nada em sua vida é muito fora do comum, só mais uma garota rica no colégio. Apaixonada por sua colega de quarto, a garota mais velha e mais popular. Violetta Massini, fil...