Capítulo 8

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Ao abrir os olhos na manhã seguinte, Violetta não encontrou Norah em seus braços. Por um minuto seu coração acelerou e chegou a se preocupar, mas logo passou, quando ouviu o ruído baixo do chuveiro, que logo foi desligado.

Se sentou na cama, arrumando seus cabelos zoneados, enquanto esperava-a sair do closet.

– Bom dia. – Saía com um short de poliéster turquesa pastel com donuts estampados, e uma blusa de moletom preta sobre si.

Vi sempre se encantava com o jeito de Norah andar, como se desse pequenos pulinhos.

– Bom dia, achei que estaria morrendo de dor de cabeça a essa hora. – Riu um pouco enquanto a outra se sentava em sua frente.

– Eu tô, parece que tem um avestruz de tamanco pisoteando minha cabeça. – Soltou um pequeno riso anasalado.

A morena se levantou, indo até a cômoda, e pegou um comprimido.

– Toma, vai ajudar um pouco. Espera mais umas horas antes de tomar os remédios, álcool vai zoar o efeito. – Entregou dois comprimidos à ela. – Vou tomar banho e já volto tá.

– Podemos conversar quando você sair?...-- Perguntou um tanto acanhada, e recebeu um movimento da cabeça e um sorriso como resposta.

Pegou seu celular jogado em um canto do quarto, descarregado. Provavelmente demoraria algumas horas para carregar completamente.

Olhou pela janela, vendo que a neve havia voltado a cair. O dia parecia lindo e frio.

Talvez elas pudessem sair mais tarde, já eram cerca de meio-dia, então quem sabe mais próximo das seis daria para formar alguns bonecos de neve.

– Eu tô parecendo um pinto molhado. – Vi saiu do banheiro, com os cabelos molhados, um pijama cor de rosa e meias do pato Donald.

– Tá linda. Sempre tá. — Caminhou até ela, segurando suas mãos delicadamente.

– Quer falar sobre ontem? – Colocou uma mecha de seu cabelo atrás da orelha enquanto a guiava para a cama.

Norah concordou com a cabeça, respirando fundo e pensando no que dizer...

– Sobre o que eu te contei... – Não sabia exatamente o que falar ou como falar. – Pode por favor manter isso entre nós? Só a Jose sabe e... não é pra ninguém saber... – Seu olhar esbanjava aflição e medo.

– É claro, não precisa se preocupar com isso. – Tocou a ponta do queixo dela, tentando passar conforto.

— E mais uma coisa... pode não me tratar diferente?... Eu sei o que aconteceu e como isso me afetou e afeta. Mas não quer dizer que eu precise de cuidados especiais nem nada desse tipo, eu não sou criança... Por favor, não aja como se eu fosse. — Praticamente suplicava olhando nos filhos da outra.

— Fica tranquila... a última coisa que eu quero é agir como se fosse minha irmã mais nova... — Desceu a mão pelo rosto dela, segurando o espaço entre seu maxilar e seu pescoço. — E também, nunca faria nada que te deixasse desconfortável. Pelo menos, não propositalmente.

Norah avançou, a beijando com calma e delicadeza.

— Pensei que podíamos dar uma volta lá fora mais tarde, assim que minha cabeça parecer que não vai explodir. — Deixou sua mão caída sobre o ombro de Vi.

— Podemos. — Puxou ela levemente para se deitar na cama. – E eu acho que podíamos assistir alguma coisa até lá. Já viu 'Brooklyn nine-nine'? — Norah negou com a cabeça. – Ótimo, você vai amar.

Ligou a TV e puxou uma coberta sobre as duas.

Em menos de quinze minutos Violetta já havia pegado no sono, Norah estava a abraçando, com seu peito colado em suas costas e com as mãos segurando as dela, enquanto beijava o topo de seu ombro, seu cheiro era bastante doce, que sossego...

Todas as vezes que o mundo ficou em silêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora