As sessões de terapia de Norah começaram na semana seguinte.
E aos poucos, ela se adequava a vida nova. Não era ruim, podia só viver sua vida, sem toda a bagagem de sua família. O ruim era lembrar do porquê estava ali.
Conforme os dias passavam, as mensagens de Halvard continuavam, e ela nunca as abria.
Sabia que ele provavelmente estava blefando e responder só daria uma janela para que ele a rastreasse.
– Animada? — Violetta saiu do closet, observando o jeito que a outra se olhava no espelho.
Estava com um vestido azul escuro de mangas longas e bufantes, um tipo de tule sobre a região superior aos seios. Nos pés, sandálias, com pequenos saltos, prateadas.
Enquanto Vi, usava um cropped de manga longa na cor rosê, uma saia curta e branca. E nós pés, coturnos baixos na mesma cor da saia.
Até mesmos suas cores eram complementares, elas combinavam.
Construir um tipo de relacionamento, sem as pressões públicas era infinitamente mais fácil. E ficar com Vi era o ponto mais alto de sua vida no momento, era mágico.
Fazia cerca de 1 mês que chega começaram, as coisas pareciam mais sérias a cada dia, elas gostavam de pra onde estavam indo.
— Sim, bastante. — Era oficialmente a primeira festa do colégio que Norah iria. Fazia bastante tempo que não frequentava esses lugares.
Costumava ir em muitas festas com Astrid e Frida, mas desde o 'incidente' sua vontade de sair era especialmente nula, e Frida também não era a pessoa mais fácil de lidar após certo consumo de álcool.
— Lembra, nunca aceite nada que outra pessoa te ofereça. – Se aproximou por trás, abraçando-a pela cintura, e a olhando pelo espelho. – Aqui é perfeitamente aceitável você brisar, mas o que eles usam pra isso é diferente, ninguém sabe exatamente o que eles colocam, e pode te fazer mal, principalmente por causa dos remédios.
— Tá me falando que é aceitável fumar maconha? — Soltou um pequeno riso anasalado, incrédula com o que ouvia, enquanto jogava levemente sua cabeça para trás, a recostando no ombro dela. — Meu Deus, onde eu vim parar?
— Basicamente, sim. Fumar, comer, beber, o que você quiser. – Puxou levemente a mão de Norah, a guiando para a escrivaninha, onde se sentou, a deixando entre suas pernas – A Jose faz vista grossa, desde que você não use nada além disso, que isso não atrapalhe suas notas, e que você não desenvolva um tipo de dependência. A mesma coisa pra bebida alcoólica.
– Que diretora hein... — Pensou por alguns segundos, sabia que recentemente o consulado Canadense tinha aprovado o uso recreativo da cannabis, mas não sabia ao certo em quais cidades isso já era aplicado. — Lembro das atrocidades que meus amigos faziam por maconha. É quase impossível conseguir na Noruega.
Por "amigos" entenda-se, amigos de Frida, os quais a mesma venera bastante, às vezes até mais que a própria namorada.
— Bom, aqui você pode, de boa. Mas não recomendo fazer isso com eles, a maioria costuma ficar meio... estranha, sabe.
— Não sei se tenho vontade na verdade. Nunca usei. E acho que os remédios já me deixam brisada o suficiente. – Era absolutamente real. A quantidade de antidepressivo e ansiolítico que tomava era realmente mais droga do que o suficiente.
Um monte de jovens juntos, cantando e gritando sons incoerentes, se "pegando" em todos os cantos, bebendo, fumando, dançando... coisas normais de adolescentes.
Não demorou muito para elas começarem a beber. Mais de um ano sem álcool, o gosto já não era tão familiar, e sua resistência muito menos. Pouco mais de duas horas depois, Violetta estava deitada, jogada, em um sofá de couro que ficava encostado na parede. Norah se aproximou, se jogou, ficando sobre ela, apoiada contra seu peito, podia sentir seu cheiro de... bala de iogurte?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Todas as vezes que o mundo ficou em silêncio
Teen FictionNorah Olsen, é uma garota de 16 anos em um internato do Canadá. Aparentemente, nada em sua vida é muito fora do comum, só mais uma garota rica no colégio. Apaixonada por sua colega de quarto, a garota mais velha e mais popular. Violetta Massini, fil...