Capitulo 9

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Halden era uma cidade consideravelmente pequena na Noruega, fazia divisa com a Suécia, tinha pouco mais de trinta mil habitantes, aconchegante, calma, pacata e até mesmo um pouco tediosa. Era um lugar perfeito para lindas famílias tradicionais, ou para alguém que tentou assassinar uma monarca.

Halvard estava longe de ser um homem pequeno. Era alto, forte, musculoso, definido, com muitas boas atribuições, o ideal para um bom segurança. Além de ser "bem apessoado", cabelos pouco abaixo nas orelhas, uma barba bastante fechada, olhos castanhos escuros assim como seus pelos faciais e capilares, pele bastante clara e friamente desidratada, maxilar bem definido e um nariz ondulado levemente curvado para baixo.

Seu plano inicial não havia se consolidado em vários aspectos, primeiramente, Celine não estava morta, segundamente, ela manteve suas "práticas de homosexualismo" durante o último ano, e a poucos minutos, foi informado de que ainda se mantinha assim.

Seu informante da vez também acabou sendo seu financiador, para ir da Noruega para o Canadá, não foi preciso ir até ele, sendo realista, nem mesmo sabia de quem se tratava ao certo, enfim, de acordo com sua cabeça; se o destino a trouxe de volta é porque ainda faz parte da minha missão livrar a família real dessa praga disfarçada. Se não aceitar a conversão, deve ser eliminada, esse é meu propósito para com Deus e minha pátria.

Em poucos minutos estaria pousando em Montreal. Seu plano era detalhado e seria praticamente impossível sem ajuda de seu investidor. Precisava de um alvará para construção de um banker, o que por si só já seria extremamente difícil de conseguir, sem levar em conta os materiais que não eram baratos. E o mais importante, Celine, pegar ela seria a parte mais difícil e a mais prazerosa. Talvez a pior parte fosse ter que construir tudo sozinho, ter muita ajuda levantaria suspeitas e ele ainda é um fugitivo. Fora isso, estava tudo pronto, amanhã mesmo iniciaria seu "projeto especial".

Passando os olhos por seus tópicos, via a palavra "conversão", tentava pensar em um jeito bom o suficiente para isso.

Se lembrava da sensação doce e amistosa que teve da primeira vez, mesmo com seus objetivos não sendo concluídos.

Era uma boa memória.

Celine simplesmente destroçada no chão frio de madeira velha, o corpo já sem vida de Astrid a poucos metros dela, faziam poucas horas do acontecido.

– Ah vá. Chega de chorar, princesa. Isso não vai trazê-la de volta. – Se abaixou, ficando na altura dela. – E lembre-se de que isso não aconteceria se você fosse normal. Você matou ela, é a única responsável por isso. – Falava cuspindo como forma de tornar a humilhação maior. – E olhe pra mim quando eu estiver falando com você. – Segurou o queixo cortado dela com brutalidade.

Seus olhos mostravam certo nível de insanidade, mas não de inconsciência, ele sabia exatamente o que estava fazendo. Já os olhos de Celine, transbordavam sem pausa, não tinha como não chorar.

– Eu mandei parar com essa manha. - Desceu a mão até seu pescoço, o apertando, em uma tentativa de fazê-la parar. Segurava seu pescoço com força, a impedindo de respirar, aquilo parecia divertido e... excitante. Quase sentia vontade de possuí-la novamente.

Por que não? O que ela pode fazer? Correr? se divertia sozinho com seus próprios pensamentos, um lunático completo.

E assim fez, ela já não estava com muitas roupas, ele não se dava ao trabalho de deixá-la se vestir depois de repetir o processo vezes o suficiente para que se sentisse satisfeito. Isso ainda sem soltar seu pescoço, e levando em conta a garota morta atrás de si, era como estar no céu.

Se animava pensando em viver isso novamente, em breve. Olhou para uma foto que tirou de Celine pouco tempo antes de ser resgatada, aquilo ainda era a coisa mais excitante que já vira em toda sua vidinha inútil.Estava consideravelmente ensanguentada, cabelos bagunçados, maquiagem borrada, olhos vermelhos pelo choro, seminua no frio de dezembro.

Todas as vezes que o mundo ficou em silêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora