Todas as vezes que o mundo ficou em silêncio

Capitulo 5

Já eram cerca de nove da noite. A neve caía graciosamente do lado de fora do prédio Athena, e ao lado de dentro, Norah saia do closet com os cabelos molhados e com um pijama estampado.

- Porquinhos? - Violetta focou no pijama rosado com focinhos que Norah vestia.

- Gostou? - O sorriso travesso e doce era como um retrato da perfeição.

- É fofo, combina com você. - Se sentava em sua cama, tentando se acomodar. - Posso pentear seu cabelo?

A pergunta intrigou a menina, que pensou por alguns poucos segundos antes de concordar e entregar a escova para a mais velha.

- Queria te perguntar uma coisa. - Olhou para o espelho vendo Violetta assentir atrás de si. - Posso chamar um amigo pra sentar com a gente no intervalo? Vi ele sozinho no almoço...

Vi não tirou a concentração dos cabelos molhados e emaranhados nem por um milésimo.

- Fico feliz que já tenha feito amigos na sua turma. - Sorriu levemente, de alguma forma inesperada, aquele sorriso harmonizava o peito de Norah. - E sim, claro que ele pode ficar com a gente. Mas só porque é você que tá me pedindo.

Passadas algumas horas, naquela noite... Norah mexia em seu celular antigo, lia algumas conversas passadas das quais sentia falta.

Até uma mensagem nova lhe chamar atenção. Ninguém deveria mandar mensagem para esse número, era pra assistência de segurança real ter cuidado disso.

Halvard Diretor de segurança 📜🗝️

Estou com você, princesa.

Sempre estou com você.

Acredite, nenhum esforço para te manter longe será o suficiente.

Ainda tenho lições a te ensinar, e tenho certeza de que ainda não aprendeu a última como deveria.

Até breve, vossa majestade.

O sangue de Celine gelou. Seu corpo enrijeceu por completo. Não, não tinha como ser verdade, era um blefe. Para ver se ela cairia. Não tinha a menor possibilidade de ele sequer ter uma noção de onde ela estava.

Seu estômago começou a dar voltas, como se estivesse em uma montanha russa.

Ir ao banheiro foi a decisão mais adequada.

Enquanto o líquido quente saia de sua boca e suas mãos tremiam ao segurar no porcelanato da privada, Violetta tocou a porta levemente.

- Norah? Tudo bem aí? - O barulho da descarga foi a única resposta necessária.

Em seguida a torneira foi aberta e como mandam as leis da higiene, ela escovou bem os dentes antes de abrir a porta para sair dali.

- Você tá bem? - O olhar preocupado de Violetta era cativante, segurava suavemente as mãos de Norah, que estava escorada na batente da porta.

- Sim, claro. - Tentou sorrir para passar segurança, nem sabia o porque de tentar fazer isso, raramente funcionava.

- Tá tremendo. Vem cá. - Puxada de forma delicada até a cama da morena, seria poético se o momento não fosse tão inoportuno.

- Sente alguma outra coisa? Quer que eu chame a enfermeira? Ou posso te levar pra enfermaria se quiser... - Afastou algumas mechas soltas sobre o rosto dela, tentando pensar no que fazer.

- Não, não tem necessidade. E acho que uma enfermeira não poderia resolver isso. -- Violetta acariciava lentamente a pequena mecha do cabelo loiro enquanto pensava em quais palavras usar para sua pergunta seguinte.