Capítulo VII - parte I

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                        "    (...) - Eu não posso voar (...) Não importa. Não posso voar... (...)

                                         - Minha pobre Diana. Cortaram suas asas... "

                                                                                                                                ~ Anne with an E 


ALDEBARAM

       Não sei em que momento a YoKo se apossou do meu escritório. Mas estava lá a mesa dela e um monte de equipamentos que diziam fazer parte do seu trabalho, algumas máquinas usadas para gravar todos os cálculos. Ela disse que está disposta a me ensinar... nem se minha vida dependesse disso, já basta as contas do meu serviço. Não é como se eu não soubesse matemática, eu sabia e muito bem. Só não gosto...

A música ressoava por todo o ambiente que se encontrava em total paz e tranquilidade

"O mar é um lamento

Que ecoa no meu peito

Com suas águas frias

Que gelam o meu coração



Eu me sinto sozinho

Neste oceano de solidão

Não sei se vou encontrar

Alguém que me entenda



O mar é um silêncio

Que cala a minha voz

Com suas águas profundas

Que sufocam o meu grito



Eu me sinto impotente

Neste abismo de angústia

Não sei se vou conseguir

Expressar o que eu sinto..."

         A música foi interrompida quando YoKo abriu as portas de uma vez, maldita hora em que lhe dei as chaves. Ela vinha em passos rápidos, vestindo uma camisa estampada de mangas compridas com um decote profundo, um short de cintura alta e calçando um tênis simples. Seus cabelos estavam presos em um grande coque no topo da cabeça, com algumas mechas que escapavam, e nos olhos, usava óculos pequenos e retangular. Não sabia que as pessoas ainda usavam óculos... 

  -   Que caralhos foi aquele barulho mais cedo? — Minha paz se foi.

  -    Acredito que você esteja falando da explosão — respondo, sem tirar meu rosto do holix.

  -    Explosão? Como assim, explosão? — paro de mexer com meu dispositivo — Isso aqui não era o lugar mais seguro do mundo?

  -    Aqui é o lugar mais seguro do mundo. Provavelmente foi apenas um acidente... — volto a mexer com meu discurso

           Estou desde as 8 horas da manhã organizando-o e já são quase 22h, ainda não está bom o suficiente. Daqui a três dias, posso ter um possível debate, preciso me preparar. Se eu quero vencer, tenho que fazer a única coisa que sou bom: me dedicar ao que quero. Volto para os olhos arregalados de YoKo, que me encara.

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