" (...) - Eu não posso voar (...) Não importa. Não posso voar... (...)
- Minha pobre Diana. Cortaram suas asas... "
~ Anne with an E
ALDEBARAM
Não sei em que momento a YoKo se apossou do meu escritório. Mas estava lá a mesa dela e um monte de equipamentos que diziam fazer parte do seu trabalho, algumas máquinas usadas para gravar todos os cálculos. Ela disse que está disposta a me ensinar... nem se minha vida dependesse disso, já basta as contas do meu serviço. Não é como se eu não soubesse matemática, eu sabia e muito bem. Só não gosto...
A música ressoava por todo o ambiente que se encontrava em total paz e tranquilidade
"O mar é um lamento
Que ecoa no meu peito
Com suas águas frias
Que gelam o meu coração
Eu me sinto sozinho
Neste oceano de solidão
Não sei se vou encontrar
Alguém que me entenda
O mar é um silêncio
Que cala a minha voz
Com suas águas profundas
Que sufocam o meu grito
Eu me sinto impotente
Neste abismo de angústia
Não sei se vou conseguir
Expressar o que eu sinto..."
A música foi interrompida quando YoKo abriu as portas de uma vez, maldita hora em que lhe dei as chaves. Ela vinha em passos rápidos, vestindo uma camisa estampada de mangas compridas com um decote profundo, um short de cintura alta e calçando um tênis simples. Seus cabelos estavam presos em um grande coque no topo da cabeça, com algumas mechas que escapavam, e nos olhos, usava óculos pequenos e retangular. Não sabia que as pessoas ainda usavam óculos...
- Que caralhos foi aquele barulho mais cedo? — Minha paz se foi.
- Acredito que você esteja falando da explosão — respondo, sem tirar meu rosto do holix.
- Explosão? Como assim, explosão? — paro de mexer com meu dispositivo — Isso aqui não era o lugar mais seguro do mundo?
- Aqui é o lugar mais seguro do mundo. Provavelmente foi apenas um acidente... — volto a mexer com meu discurso
Estou desde as 8 horas da manhã organizando-o e já são quase 22h, ainda não está bom o suficiente. Daqui a três dias, posso ter um possível debate, preciso me preparar. Se eu quero vencer, tenho que fazer a única coisa que sou bom: me dedicar ao que quero. Volto para os olhos arregalados de YoKo, que me encara.
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Terra Moderna
De Todo" O bom filho à casa torna" é um ditado que evoca o retorno às origens seja de um local e/ou forma de viver. Mas e se essas origens nunca foram um refúgio. Ayla é uma estimada pesquisadora do instituto de Akya Asta, ela trabalha como médica no campo...