Olá, pessoal. Eu tive uma ideia nova e comecei a escrever. Este é um novo trabalho, então, por favor, opiniões são sempre bem-vindas.
Espero que gostem! <3
Lauren POV
O dia 14 de fevereiro de 2024 se arrastou como um fardo pesado sobre meus ombros. Médica no Hospital Jackson Memorial, em Miami, eu ansiava pelo fim do plantão noturno. As últimas 24 horas foram cansativas, repletas de desafios e urgências que colocavam à prova minha capacidade física e emocional.
Com os olhos pesados e o corpo dolorido, eu contava as horas para o relógio marcar 7 da manhã, sinalizando o fim da minha jornada. O plantão noturno era sempre o mais desgastante, com a adrenalina em alta e a tensão constante, nunca sabíamos o que poderia aparecer. Mas eu me dedicava à minha profissão com paixão, ciente de que minha missão era salvar vidas e aliviar o sofrimento dos pacientes.
O relógio marcava 5h42, faltando pouco para o fim do turno, quando a sirene da ambulância ecoou pelos corredores do hospital, rasgando o silêncio da noite. Um acidente grave, com dois pacientes em estado crítico, a caminho da emergência. Um novo pico de adrenalina correu pelas minhas veias, dissipando o cansaço e me colocando em estado de alerta máximo.
Ao chegar na emergência, parei com uma cena caótica. Dois corpos ensanguentados e inconscientes jaziam em macas, rodeados por uma equipe de médicos e enfermeiros que lutavam contra o tempo para estabilizar seus sinais.
— Dra. Jauregui, cheguei com dois pacientes de um acidente grave — disse a Dra. Kordei, que trabalhava na ambulância.
— Qual é o estado deles? — perguntei
— O caso mais grave é o do homem. Ele está inconsciente, com múltiplas fraturas e sinais vitais instáveis. A esposa dele, pelo que avaliei, está com ferimentos menos graves, mas também precisa de atendimento imediato. Desmaiou e voltou algumas vezes.
Neste momento, me preparei para receber os pacientes, seguindo todos os protocolos de segurança. Coloquei as luvas e vestimentas adequadas e disse:
— Certo, traga-os para dentro.
Dra. Kordei conduz os pacientes para dentro da sala de emergência, ambos imobilizados na maca.
— Normani, você presenciou o acidente? Tem alguma informação importante que eu deva saber?— perguntei aflita enquanto olhava o homem, que aparentava ter pelo menos 30 anos.
— Não, doutora. Mas ouvi testemunhas dizendo que o carro colidiu com um poste em alta velocidade. O impacto foi forte, e ambos os ocupantes estavam sem cinto de segurança — disse ela.
— Isso torna a situação ainda mais delicada. Continue me informando sobre qualquer detalhe que tiverem.
— A mulher, Camila, está acordada agora, mas confusa e desorientada. Ela não se lembra do que aconteceu no acidente — continuou Kordei.
Direcionei meu olhar para ela que acordava com dificuldades.
— Calma, Camila. Você está em segurança agora. Vamos cuidar de você — eu disse, analisando que tinha marcas por todo o rosto. Na sequência, ela foi sedada.
Enquanto a equipe trabalhava incansavelmente para estabilizar os pacientes, eu e Normani trocamos informações e coordenamos as ações. Não era parecido com a faculdade, quando aprendemos com bonecos. Era a vida real, e eu vou dar o meu melhor.
Com Shawn estabilizado, o transferimos para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Seu estado, no entanto, era crítico.
Enquanto aguardava os resultados de outros exames, tentava conter a onda de pessimismo que me ameaçava. Eu precisava ser forte, havia feito tudo o que estava ao meu alcance para estabilizá-lo, mas agora cabia à medicina, com seus recursos e avanços, determinar o curso da história.
As horas se arrastavam como uma tortura. Cada minuto que passava era uma eternidade de espera, uma agonia silenciosa que se instalava em meu interior. Eu observava Shawn através do vidro da UTI, seus olhos fechados, seu corpo imóvel, ligado a diversos aparelhos que monitoravam seus sinais vitais.
Finalmente, os resultados dos exames detalhados chegaram. Confirmavam a gravidade da situação, revelando hematomas e edema cerebral que comprometiam o funcionamento do tronco encefálico. A chance de recuperação era baixa, e eu, junto à equipe médica nos reunimos para discutir as melhores opções de tratamento.
A neurocirurgia era considerada de alto risco, com chances limitadas de sucesso. A outra alternativa era o tratamento conservador, com acompanhamento rigoroso e medicações para controlar a pressão intracraniana e prevenir novas hemorragias.
A decisão era difícil, e o peso da responsabilidade recaía sobre meus ombros. Eu precisava ponderar os riscos e benefícios de cada opção, buscando o melhor para meu paciente.
Após horas de debates e análise minuciosa dos exames, a equipe optou pelo tratamento conservador. A neurocirurgia era muito arriscada, e as chances de sucesso eram mínimas.
Acreditávamos que, com acompanhamento constante e medidas para controlar a pressão intracraniana, Shawn poderia ter uma chance de recuperação, mesmo que lenta e gradual.
Era pouco mais de meio-dia e eu ainda estava no hospital. As últimas 29 horas do plantão foram cansativas, de uma forma física e emocionalmente. Mas eu não podia me permitir o descanso. Shawn ainda lutava pela vida na UTI, e eu não me sentia confortável em deixar a equipe trabalhando sozinha, sabendo que fui eu quem o atendeu e que conhecia melhor seu caso.
A mulher, Camila, também precisava de atenção. Após a sedação, ela finalmente descansava de forma tranquila em um quarto de internação. A equipe médica havia me informado que ela estava fora de perigo, mas ainda abalada psicologicamente pelo trauma do acidente.
Com o coração dividido entre a preocupação com meus pacientes e o cansaço que já tomava conta do meu corpo, eu finalmente tomei a decisão de ir para casa.
Era importante que eu me recompusesse fisicamente e mentalmente para poder voltar ao hospital no dia seguinte e continuar cuidando dos pacientes.
No caminho para casa, as imagens da noite do acidente me acompanhavam. A sala de emergência caótica, o corpo ensanguentado de Shawn, a angústia de Camila, a luta incansável da equipe médica... tudo se misturava em um turbilhão de emoções.
Ao mesmo tempo, uma sensação de dever cumprido me invadia. Eu fiz tudo o que estava ao meu alcance para salvar Shawn e Camila. Havia dedicado meu tempo, minhas habilidades e minha energia para cuidar de dois desconhecidos, como sempre faço, e agora só me restava esperar pelo melhor.
Em casa, finalmente me permiti descansar. O sono chegou acalmando meu corpo e minha mente.
Ao amanhecer, acordei com a mente renovada e o coração mais leve.
Me permitir descansar no sofá, vendo qualquer programa idiota que passava na TV, apenas esperando a hora de voltar ao hospital novamente.
Um novo dia se iniciava, e com ele a chance de continuar a luta pela vida de Shawn. Eu sabia que o caminho ainda seria longo e árduo, mas estava pronta.
Eram 18h e eu estava pronta novamente para pegar o turno da noite. Vesti meu jaleco branco com a mesma determinação e profissionalismo de sempre.
E aí, o que acharam do primeiro capítulo? Vejo vocês.
k_ccestrabao
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Minha paciente
FanfictionLauren Jauregui, uma médica dedicada no Jackson Memorial Hospital em Miami, EUA, tem sua vida transformada ao atender um caso devastador: um acidente de carro deixa duas vítimas e uma delas fatal. O problema é que Dra. Jauregui precisa enfrentar a d...