Olá, pessoal. Esse capítulo ficou um pouco mais longo, espero que gostem. Beijos
Lauren POV
A noite caía sobre o hospital, envolta em um manto de silêncio e expectativa. Já se passavam doze horas desde a cirurgia de Shawn, e eu, de plantão na UTI, observava o paciente adormecido com uma mistura de preocupação e esperança.
Camila, sua esposa, havia partido há algumas horas, deixando-o aos cuidados da equipe médica. Eu acompanhava cada respiração dele, cada movimento, cada sinal vital. O silêncio era cortado apenas pelos bips regulares dos monitores, um ritmo constante que trazia um certo conforto.
Voltei para minha sala, ainda havia alguns casos para analisar. Meu celular tocou com uma mensagem da minha paciente agradecendo pela calma que passamos durante o dia e pela cirurgia ter sido um sucesso.
Não pude deixar de sorrir enquanto lia o texto. No entanto, quando eu estava prestes a responder, a pior coisa aconteceu.
De repente, o alarme de emergência tocou, rasgando o silêncio da noite como um grito de alerta. Meu coração disparou, e meus pensamentos ficaram longe por um instante. Um calafrio percorreu minha espinha enquanto eu corria para o leito de Shawn.
— Paciente em PCR! Todos os médicos para a sala 302, agora! — dizia o Dr. Silva.
A sala se transformou em um turbilhão de movimento. Enfermeiros e médicos se mobilizaram com rapidez e precisão, cada um assumindo sua função na batalha contra a morte. Eu, com as mãos trêmulas, preparei o desfibrilador e me posicionei ao lado de Shawn.
— Carregando! — eu disse.
O choque elétrico atingiu o corpo de Shawn, e eu observei o monitor com apreensão. O ritmo cardíaco oscilou, buscando se estabilizar.
— Mais um choque! — gritou o Dr. Silva.
O segundo choque foi aplicado, e novamente eu aguardei ansiosamente por uma resposta. O monitor parecia zombar da minha ansiedade, exibindo apenas linhas irregulares e sem sentido.
— Pressão arterial caindo! — informou Alicia, uma enfermeira.
— Adrenalina, agora! — novamente a voz grossa do Dr. Silva ecoou pelo quarto.
A adrenalina foi injetada, e eu intensifiquei a massagem cardíaca. Meus dedos se moviam em um ritmo frenético, bombeando o sangue que teimava em parar de fluir.
— Ritmo cardíaco retornando! — disse o médico.
Um suspiro de alívio percorreu a sala enquanto o monitor finalmente exibia um ritmo cardíaco regular. Eu afrouxei as mãos sobre o peito de Shawn, exausta, mas com um sentimento de vitória.
— Conseguimos! — essa foi minha vez.
Era uma das coisas que eu mais odiava na profissão, o quase. Quase perder um paciente. Estar com a morte quase certa. Essa sensação de que quase morreu. Eu respirava freneticamente, tomando todo ar que meu pulmão podia comportar.
A equipe médica foi se afastando do leito, permitindo que Shawn retornasse à tranquilidade do sono induzido. Eu observei o paciente com um misto de gratidão e apreensão. A parada cardiorrespiratória (PCR) havia sido um susto terrível, um lembrete cruel da fragilidade da vida.
— Bom trabalho, equipe. Shawn está estável por enquanto, mas precisaremos monitorá-lo de perto — disse o Dr. Silva, pedindo atenção redobrada.
— Sim, doutor — respondi.
Com um aceno de cabeça, eu me afastei do leito e me dirigi para a sala de descanso. O cansaço físico era imenso, mas minha mente ainda girava em torno dos eventos recentes. A PCR de Shawn me abalou profundamente. Enquanto fazia massagem cardíaca em seu peito, escolhia as palavras para dizer a sua esposa caso ele não voltasse.
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Minha paciente
FanfictionLauren Jauregui, uma médica dedicada no Jackson Memorial Hospital em Miami, EUA, tem sua vida transformada ao atender um caso devastador: um acidente de carro deixa duas vítimas e uma delas fatal. O problema é que Dra. Jauregui precisa enfrentar a d...