Vida que merece ser vivida

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Setembro 2010

Uma semana se passou, e os dias na fazenda eram calmos e seguros. Maria não foi visitar Daryl, como ele tinha pedido, mas isso não significava que ela o deixava em paz quando ele estava junto ao grupo. Maria sempre puxava assunto com Daryl, mesmo ele falando pouco, ele realmente escutava o que ela falava.

Maria chegou a perguntar, como ele suportava Merle. Daryl respondeu que sempre era ele e o irmão e como Merle era o mais velho, ele sempre o seguia.

O dia de levar o Randall para longe da fazenda chegou, então Rick e Shane seguiram com o plano no começo do dia. Como as coisas estavam calmas, não apareciam um zumbi se quer ao redor da fazenda, Maria decidiu pegar a espingarda e foi tentar caçar um cervo.

Maria estava andando na mata a horas e não encontrava um, era bem frustrante para ela. Cansada de procurar decidiu voltar para fazenda, mas deu de cara com Daryl matando um esquilo que subia pela árvore.

— Pelo menos você achou alguma coisa. - Daryl olhou para ela e viu a com a espingarda pendurada no ombro.

— Veio caçar ?- Ele tirou a flecha da árvore, que veio com o esquilo.

— Cervo, mas não achei. Talvez tenha sido um sinal.

— De que ?- Ele foi até ela.

— Que se eu achasse não iria saber matar de qualquer forma. Meu avô queria me ensinar, mas não gostei muito da ideia de caçar animais.

— Seu avô era esperto, queria te preparar .

— Quem te ensinou a caçar ?

— Meu pai. Pra ele tinha algumas coisas que homens tinham que saber e caçar era uma delas. - Maria não queria tocar no assunto do pai de Daryl, por causa das conversas anteriores, ela já tinha percebido que o pai dele não era um pai.

— Você é ótimo caçando. - Maria começa a andar na frente — Como é excelente em tudo que você faz.

Maria foi andando e Daryl ficou parado olhando ela andar,  achando engraçado como ela não calava a boca. — Uma bola ! - a bola estava no meio da lama perto do riacho.

— Pra que você quer uma bola ?- ele foi andando até ela.

— Não é pra mim é pro Carl, ele anda muito sozinho, sem ter o que fazer e tem 12 anos. Ser adolescente é uma merda no mundo de antes, imagina agora.

— Eu pego, se não vai estragar as suas botas importadas.- ele entrega a ela sua besta e o esquilo.

— São mesmo, vieram do Brasil.- Daryl deu um riso tímido.

Daryl foi até a lama e pegou a bola, mas quando deu o primeiro passo para voltar o seu pé deslizou. Tentando se manter em pé se mexeu todo, mas não importou, acabou caindo de bunda na lama. Naquele momento, era capaz de ouvir a risada de Maria do acampamento.

— Engraçado, muito engraçado.

— Não se preocupe, você ainda continua bonito. - Daryl fica constrangido e se levanta logo do chão e com cuidado vai até ela.

— Vamos embora logo daqui. - Ele entrega a bola, pega a sua besta e o esquilo e vai andando na frente e Maria rindo atrás. Maria não fala nada até que ele se vira para outro lado que não é o acampamento.

— Já vai se isolar ?

— Vou, ali não acontece isso.

— Obrigada.- Ele não responde e só continua o caminho.

Maria volta para o acampamento e escuta Maggie desesperada procurando por ela. Maria  joga a bola dentro da barraca e entra na casa, e ver Maggie preocupada chorando.

𝐘𝐎𝐔 𝐃𝐎 𝐌𝐄 𝐆𝐎𝐎𝐃 | 𝒟𝒶𝓇𝓎𝓁 𝒟𝒾𝓍ℴ𝓃Onde histórias criam vida. Descubra agora