5.

127 15 4
                                    

· Laura

- que bom que você ama ela. - eu dou um sorriso fraco. - isso é tão estranho. - olho para a mesa ainda sorrindo.

- o que?. - ele me olha confuso.

- parece que eu nem te conheço.. digo, é que faz tempo que eu não tenho uma conversa com você e eu fico nervosa com isso.

Ele sorri sem graça e eu olho para ele.

- realmente, eu sinto falta das nossas conversas..

Eu sinto meu coração acelerar um pouco, por que isso tá acontecendo?

- ah.. eu também. - sorrio nervosa e volto a olhar para a mesa e depois de alguns segundos em silêncio ele pergunta.

- o que aconteceu com a gente?

Eu olho para ele novamente confusa.

- que?

- é, a gente parou de se falar do nada.. - as bochechas dele coram, e ele coça a nuca e sorri fraco. - por que a gente parou de conversar?

- eu.. sei lá. - eu suspiro. - não.. não foi do nada..

Ele olha para o chão.

- eu sei que não foi.. mas o que.. o que ela tem a ver com a gente? O que ela tem a ver com a nossa amizade?..

Eu sinto meu coração acelerar novamente e fico nervosa e começo a mexer no meu brinco.

- é.. você sabe Júlio..

- hum?

- nunca foi só uma amizade.

Ele olha para mim e suspira, nós ficamos uns segundos em silêncio.

- não sei o que dizer. - ele diz e olha para o chão.

Eu rio fraco sem muito ânimo.

- não tem problema.

Por que?! Por que eu fui fazer isso?! Não era pra eu ter perguntado, eu arruinei todas as chances de voltar a falar com ele, agora ele não vai mais falar comigo e ele deve perceber que eu tô nervosa, eu arruinei tudo de novo. - eu penso.

- desculpa! - nós dizemos em uníssono e se olhamos e ele sorri sem graça.

- Laura.. eu errei, eu sei disso, me desculpa. - ele suspira.

- não! Não tem pr.. - ele me interrompe.

- tem problema sim, Laura! Você sempre tá dizendo que não tem problema o que os outros fazem pra você, sendo que isso te magoa e sempre dá pra perceber.

- isso é uma bronca? - eu sorrio sem graça e desvio o olhar.

- é. - ele me encara - Laura, me desculpa.

- você.. - eu olho para ele e vejo que ele está me encarando. - tá tá! - eu cruzo os braços. - isso acontece Júlio.

- não acontece com quem tem maturidade.

- como se você fosse muito velho né. - resmungo.

- eu tenho vinte e três! - ele revira os olhos.

- e eu vinte! - retruco.

- tanto faz. - ele suspira. - me desculpa de verdade.

- eu já falei que tá tudo bem!

- a gente perdeu dois meses sem conversar um com o outro.

- você contou? - eu dou uma risada e ele cora e desvia o olhar.

- ah.. não é todo dia que eu paro de conversar com a minha melhor amiga né? - ele diz e eu sorrio.

Ai Amor - Júlio Rasec Onde histórias criam vida. Descubra agora