Capítulo 7: Lésbica

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Freen se sentiu muito corajosa depois de dizer essas palavras para a garota na janela. Seu estresse constante, depois a briga com a mãe e finalmente o ataque de pânico na casa da Sra. Chanthara (que veio depois do vômito), fizeram do seu dia um dia terrível, e por isso, o fato de poder conversar com uma completa estranha sem gaguejar, mesmo parecendo muito simples para os outros, fez com que seu dia deixasse de parecer uma merda.

Mas foi a voz da garota quando ela a ouviu pela primeira vez que fez com que seu dia realmente deixasse de ser tão ruim.

Becky: Sua voz acabou de fazer meu dia, garota da janela -Freen não pôde deixar de sorrir. A voz dela era tão... que ela não sabia como descrevê-la.

Tudo o que ela podia dizer era que isso a fazia se sentir incrível, como se estivesse em sua sorveteria favorita ou em um show da Lana del Rey, sua voz também iluminou seu dia.

Becky: Ei, eu sei que já te contei, mas seu sorriso é sério, é muito lindo - Ela disse a ela com os olhos brilhando de emoção. Em troca, Freen inconscientemente sorriu ainda mais.

Freen: Tecnicamente você escreveu.

Becky: Escrito ou não, ele ainda é lindo. Como você. Foi então que Freen ergueu os olhos e seus olhos encontraram com os da garota na janela.

Pela primeira vez em sua vida, o fato de estar olhando nos olhos de alguém não a incomodava. Pelo menos não imediatamente. Por alguns pequenos segundos, ela olhou para os olhos da outra garota, notando como eles pareciam castanhos, tornando essa cor sua favorita... Mas depois de cerca de dez segundos ela se sentiu desconfortável, como sempre, então desviou o olhar. o sorriso desapareceu de seu rosto, começando a estalar os dedos.

Becky: Seus olhos são realmente lindos, garota da janela. Sempre adorei olhos claros, mas os seus são tão... Você acha que pode me emprestar eles um dia? - Freen franziu a testa, confusa.

Aquela garota devia ser estúpida ou algo assim. Uma pessoa nunca poderia emprestar os olhos a outra. Era impossível. Muito menos apenas por um dia... e se o fizesse, que olhos ela usaria? Ela teria que ficar cega por um dia ou emprestaria o dela para ela?

Becky: O que você está pensando, garota da janela? Eu ofendi você?

Freen: Não... você não me ofendeu...é só que não posso lhe emprestar meus olhos. É impossível.

Becky: Não se preocupe, eu só estava brincando, garota da janela. Você deveria parar de interpretar tudo tão literalmente. Foi então que Freen começou a rir loucamente. Ela riu e riu, segurando a barriga, até que finalmente conseguiu recuperar o controle e olhar novamente para a garota na janela, ainda com um sorriso nos lábios.

Becky: Garota da janela, eu sei que sou uma palhaça e minhas piadas não têm igual, mas não disse nada engraçado dessa vez.

Freen: Claro que sim - respondeu com os olhos brilhando.

Becky: Sério, eu não disse...

Freen: Você me disse para parar de levar tudo tão literalmente - Ela revelou, uma risada ameaçando escapar de seus lábios.

Becky: E isso é engraçado para você?!

Freen: Não consigo deixar de interpretar as coisas literalmente, garota da janela.

Becky: Por quê? -Ela perguntou com algo que Freen imediatamente reconheceu como curiosidade. Foi então que Sarocha suspirou e começou a contar seu histórico médico para a garota na janela, esperando a cada segundo que ela fugisse e nunca mais falasse com ela.

Mas ela ficou ali, ouvindo atentamente, deixando algumas lágrimas escorrerem pelo seu rosto de vez em quando. Quando ela terminou, tudo o que a garota da janela fez foi sorrir para ela, enxugar o rosto e dizer com uma voz terna que fez seu coração rejeitado bater como nunca tinha batido antes.

A garota na janelaOnde histórias criam vida. Descubra agora