Capítulo 17: O coral da escola

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Becky ficou paralisada ao ver a silhueta de Freen sentada no sofá da sala, vestida completamente de preto, olhando para ela, revelando medo em seus olhos. Becky estava ciente do corte no lábio inferior e do nariz sangrando, mas ainda assim sorriu ao vê-la.

Não, os socos de Kirk tornaram-se invisíveis assim que ela apareceu à vista dela. Então Jimm conhecia Freen de lá...

Becky: Freen Sarocha — ela sussurrou, pensando que não iria ouvi-la. Mas ela o fez, e Freen fez algo que Becky nunca teria esperado dela. Ela correu até ela e a agarrou em seus braços, olhando nervosamente cada parte de seu rosto.

Freen: Bebec... o que você...? O que você faz...? O que foi isso? Por favor, não me diga que... Merda, olhe seu lábio... Você tem que limpar isso e... — Ela sussurrou angustiada.

Jimm: Meu nome é Jimm...

Freen: Dói muito?... Seria melhor se... Por que você está suando? Onde está seu carro?

Jimm: Sou amigo da Becca...

Becky: Freen, acalme-se — ela sussurrou, segurando as mãos, ao perceber que ela começar a estalar os dedos.

Jimm: E é um prazer conhecê-la...

Freen: Está tudo bem — Ela suspira, balançando a cabeça lentamente — Estou bem — Ela murmura, como se tentasse se convencer disso.

Jimm: Desculpe, mas... — Ela interrompeu — Estou aqui. Jimm Chanthara.

Dezessete anos. Amiga de Beca. Alguém está interessado nisso? Becky viu Freen parecer confusa com o rosto de Jimm enquanto ela franzia a testa, seus olhos nunca encontrando os da amiga. Finalmente, um canto dos lábios se levantou ligeiramente. Becky conhecia esse gesto. Foi um sorriso, mas não completamente real.

Freen: Meu nome é Freen — Ela sussurrou timidamente, oferecendo a mão.

Jimm: Eu sei — falou, apertando a mão da garota com sua grosseria característica — Você vem na minha casa há quase um ano, obviamente eu sei o seu nome. Meu nome é Jimm, mas você já sabia.

Freen apenas assentiu, Becky detectando confusão nela. Sim, a personalidade de Jimm pode ser um grande enigma para a garota com Asperger.

Jimm: Becca, vou dar um oi aos meus irmãos e pegar alguns livros para fazer o dever de casa. Tudo bem, para você? Serão apenas cinco minutos, eu prometo.

Jimm sabia que ajudá-la a limpar as feridas não era uma opção. Becky nunca permitiu isso. A pobre Jimm estava cansada de levar alguns golpes que não merecia de vez em quando.

Becky simplesmente olhou para ela, beijou sua bochecha e assentiu. Assim que Jimm saiu, os olhos de Becky voltaram para Freen, que agora olhava na direção em que Jimm havia saído com a testa franzida e os punhos cerrados.

Becky: O que há de errado, Freen?

Freen: Ela é sua namorada? — Pergunto, ainda sem olhar para ela.

Becky: Não! Jim não... Que nojo! Ela é como minha irmã!

Freen: Mas você a beijou... — Becky sorriu. Freen estava com ciúmes e, de alguma forma, ela achou isso engraçado. Lentamente e sem se preocupar com o sangue escorrendo por seu rosto, Becky levou os lábios à bochecha de Freen e beijou-a com ternura e depois sorriu. A reação de Freen foi ficar tensa instantaneamente, mas depois de alguns segundos ela sorriu e relaxou os músculos. Becky sentiu-se corar.

Becky: Melhor? — Becky não permitiu que ela respondesse porque já havia corrido para o sofá e procurava um lenço de papel para limpar o sangue em sua boca. Limpar o sangue do nariz foi fácil, mas não dos lábios.

A garota na janelaOnde histórias criam vida. Descubra agora